OPESP faz concerto na Sala São Paulo e propõe uma perspectiva anticapacitista da música

Estreia ocorreu em 3 de dezembro, Dia Mundial da Pessoa com Deficiência

“Não basta não ser capacitista, é necessário ser anticapacitista”, esta frase de Marcus Aurélio de Carvalho, cerimonialista da primeira apresentação da Orquestra Parassinfônica de São Paulo (OPESP), define muito bem a experiência que ocorreu no último sábado, dia 3 de Dezembro, na Sala São Paulo, na Capital.

A OPESP é um projeto idealizado pelo produtor cultural Igor Cayres, e propõe a inserção de pessoas com deficiência na música clássica. É a primeira orquestra do mundo a trazer o empoderamento da pessoa com deficiência como pauta  e teve sua primeira apresentação após anos de idealização, no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o que tornou tudo ainda mais emocionante.

A orquestra foi regida pelo Maestro Roberto Tibiriça, titular da cadeira n° 5 da Academia Brasileira de Música e trouxe composições de grandes nomes da música clássica, como Bach, Schubert e Tchaikovsky, além de brasileiros como Alexandre Guerra e Rodrigo Morte.

Um dos momentos mais impressionantes foram os solos, em que a plateia pode perceber com mais atenção a habilidade do violinista Carlos Henrique de Paula Ribeiro em Concerto para violino n. 1, Op. 26 e I. Allegro moderato, de Max Brunch; além da trompetista Camila Moraes Pereira em Andante contabile, de Tchaikovsky; e do flautista Danilo Klem Silveira, com Ventania e Lembranças para Flauta, de Alexandre Guerra.

Ademais, assistir a apresentação é muito tocante, pois é palpável para quem assiste todo o empenho feito para que aquele concerto acontecesse, além da escolha de repertório, que trouxe todo o tom do evento: excelente e emocionante.

É importante ressaltar que, não é a grande maioria dos integrantes que são pessoas com deficiência. Mesmo assim, não há demérito nisso, pois ainda é um projeto em andamento que busca por novos integrantes, além de trazer uma proposta tão necessária para o acolhimento das diferenças, concedendo o protagonismo aos músicos e a sua plateia.

Por enquanto não há anúncios para novas apresentações, mas é um evento que vale muito a pena assistir. Espero que a OPESP em breve ganhe mais destaque e venha a fazer novos concertos, pois um projeto tão revolucionário e importante merece todo o investimento necessário para evoluir.

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