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Musical “Além do Ar” traz a história de Dumont para além dos livros de história

Musical conta a história do pai da aviação, Santos Dumont, trazendo uma nova perspectiva de sua vida

Nos palcos do Teatro Opus Frei Caneca, estreou o musical sobre o famoso aviador brasileiro, Santos Dumont — o “Além do Ar”. Em sua curta temporada em São Paulo, traz a história deste personagem tão influente e importante para a história mundial. O escutai assistiu a peça e traz aqui algumas das nossas impressões.

A produção é nacional e é realizada pela Fundação Lia Maria Aguiar, uma instituição sem fins lucrativos que promove projetos voltados à cultura para crianças de baixa renda que participam da obra.

“Além do Ar” conta a história de Santos Dumont. Denominado como “pai da aviação”, foi o primeiro a realizar um voo homologado, seguindo os padrões do Aeroclube da França, além de ser um exímio inventor, participando inclusive da criação do relógio de pulso masculino, junto com Cartier. A história se passa sob o ponto de vista de Dumont, que revive vários momentos de sua vida de forma não linear, tornando a história ainda mais íntima e poética.

Cássio Scapin e Mateus Ribeiro arrasam como Santos Dumont, cada um em sua respectiva linha do tempo

Crédito: Caio Galucci

Nos primeiros minutos, já vemos a ótima atuação de Cássio Scapin, que nos apresenta um Santos Dumont idoso, rabugento, mas ainda muito imaginativo. Ao vê-lo, esperava associá-lo automaticamente ao seu mais famoso personagem, o Nino de “Castelo Rá-Tim-Bum”, contudo sua atuação foi tão impecável que só era possível enxergar o pai da aviação.

Ademais, ele não é o único que consegue trazer a essência do personagem, como o Mateus Ribeiro que o interpreta em sua 3° fase também consegue capturar a imagem que se tem de Santos Dumont. Quanto às suas versões crianças Felipe Pereira Pinto Prestes e Henrique Oliveira de Carvalho, não temos muitos registros sobre essa fase dele, mas com certeza o ar imaginativo e ambicioso do personagem está muito presente em suas atuações.

Outros personagens muito marcantes na história são Virgínia, uma das irmãs de Dumont, interpretada por Sara Milca e Andrea Marquee. Destaco aqui, principalmente, a voz de Marquee, que ressoa de forma muito profunda e com uma dicção excelente.

Crédito: Caio Galucci

Além de Virgínia, outra personagem que se sobressai pela voz é Eulália, interpretada por Liane Maya, que com um grande alcance vocal e uma habilidade para a comédia, ganha o público.

Em outros aspectos, como o cenário, a peça é simples, e utiliza de escadas e da imaginação do espectador para trazer um espaço, o que é bem original, pois faz você se sentir tão imaginativo quanto seu protagonista. Mas, provavelmente, um dos elementos mais interessantes do cenário são as maquetes dos projetos do aviador e dos balões, todos desenvolvidos por Ken Yamazato, que em uma escala menor, retratam a magnitude de suas invenções.

Em relação às canções — elas unem os ritmos brasileiros, com o pop comum nas canções de musicais. Contudo, em alguns trechos, as letras não se encaixavam tão bem na melodia, o que causou uma estranheza ao ouvir. Mesmo assim, o espetáculo consegue sobressair com boas coreografias de Alessandra Dimitriou e figurinos muito bem feitos e condizentes com a época de Fábio Namatame.

Crédito: Caio Galucci

É inegável como sua produção foi muito bem executada, ottrazendo uma história tão interessante e importante de ser reconhecida. Além disso, trazer um projeto que integra crianças de baixa renda às artes e as tornam destaque no palco, é um dos grandes méritos de “Além do Ar”.

“Além do Ar” fica em cartaz no Teatro Opus Frei Caneca de 13 janeiro até 19 de fevereiro, com ingressos ainda disponíveis.

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