Os 20 melhores filmes de 2020

Em um ano dominado por streaming, nossa lista de melhores produções cinematográficas de 2020 conta com atuações incríveis

O ano de 2020, assim como já sabemos, foi um ano completamente atípico, e talvez uma das partes mais atingidas pela pandemia e quarentena tenha sido a Sétima Arte. Ora, cantores não fazem shows, mas podem fazer álbuns que ganham streamings e vendem físicos. Mas e quando não há cinemas?

Em era de streaming, a aposta tem sido essa. Até ano passado, tínhamos plataformas populares e que tinham adesão, porém nunca tanto quanto esse ano. Novas plataformas foram surgindo, algumas com preços mais acessíveis, outras com valores exorbitantes, porém sempre com a promessa de trazer uma maior variedade e um acesso maior à obras pelos assinantes.

Portanto, essa lista vem com filmes que foram lançados majoritariamente em plataformas de streaming. Isso torna a obra pior? De forma alguma. Vem sendo cada vez mais consenso que as obras que não são lançadas diretamente nos cinemas podem ter o mesmo status das campeãs de bilheteria, inclusive podendo ser indicadas a premiações grandes como nosso querido Oscar.

Sem mais delongas, vamos aos 20 melhores filmes de 2020.

‘Wonder Woman 1984’ (2020)

20. Wonder Woman 1984

Mulher Maravilha 1984 / DC/HBO

Um dos filmes mais recentes da nossa lista, ‘Mulher Maravilha 1984’ é a sequência direta da heroína que vimos em 2017, interpretada pela Gal Gadot. Considerado um dos acertos da DC, aqui o arco da Mulher Maravilha continua com o mesmo espírito otimista e esperançoso que vimos no primeiro filme. Muito disso é responsabilidade da diretora, Patty Jenkins, que soube, mais do que ninguém, trabalhar com filtros mais claros e com mensagens mais positivas do que as anteriores, feitas por Zack Snyder. Gal Gadot brilha ao nos trazer mais uma vez uma Diana com fé na humanidade e disposta a salvá-la a qualquer custo. Foi um filme de herói necessário para o fechamento do nosso 2020.

19. Narciso em Férias

Globoplay

O único brasileiro da lista, ‘Narciso em Férias’ é um documentário que se dispõe a contar a história de Caetano Veloso, em especial do seu período enquanto preso e exilado na ditadura militar. Produzido por sua companheira, Paula Lavigne, o filme mostra situações horríveis às quais Caetano era submetido, em especial por ser um dos artistas que mais se expressavam contra aos horrores ditatoriais que o país e seus cidadãos estavam sendo obrigados a passar. Por um ponto de vista histórico e não-ficcional, Caetano traz a importância de entender a história do seu próprio país.

18. Host

Um dos filmes feitos especialmente nesta pandemia, ‘Host’ aposta em um terror psicológico que condiz com o isolamento causado pelo COVID-19. Com atuações irretocáveis, ‘Host’ se passa em uma ligação do Zoom, aplicativo que se tornou muito popular durante a pandemia, o que torna o filme ainda mais assustador por ser extremamente relacionável. Vale muito a pena ser visto, especialmente pelo filme ter sido feito quase que de forma independente e com muito pouco custo de produção.

17. The Social Dilemma

O Dilema das Redes / Netflix

Esse daqui é um daqueles documentários que serve pra abrir nossos olhos e até nos deixar desconfiados/com medo. O ‘Dilema das Redes’, como o nome já diz, trata sobre a manipulação que nós, usuários de redes sociais, sofremos para que as empresas obtenham lucro. O documentário conta com algumas histórias fictícias – mas de coisas que passamos todos os dias – para ilustrar os exemplos, e vários estudiosos e ex-funcionários de empresas grandes que nós usamos no nosso cotidiano. É forte e soa como um soco na nossa cara.

‘Palm Springs’ (2020)

16. Enola Holmes

Netflix

Esse daqui já é bem popular e um tanto quanto controverso visto que boa parte dos incels da internet ficaram ofendidos por tratar de feminismo de uma maneira tão bela. ‘Enola Holmes’ traz o tão conhecido personagem Sherlock Holmes de volta (em uma interpretação bem legal de Henry Cavill), mas o deixa de lado ao focar na sua irmãzinha caçula, interpretada pela nossa tão conhecida Eleven de Stranger Things, Millie Bobby Brown. É um filme bem leve e divertido que dá pra assistir com a família, especialmente nossa mãe.

Leia nossa review sobre o filme

15. If Anything Happens I Love You

Se Algo Acontecer… Te Amo /

Diferente dos outros presentes na lista, ‘Se Algo Acontecer… Te Amo’ é uma animação em curta-metragem. Entretanto, depois de vê-lo (e chorar um tico), não pude deixar de fora. Além de ter um título belíssimo – um dos melhores que vi nos últimos anos -, trata da efemeridade da vida em uma época tão necessária quanto uma pandemia. Se for ver, prepare os lencinhos!

14. Ammonite

‘Ammonite’ chegou com duas atrizes espetaculares e que já se provaram diversas vezes na carreira como protagonistas: Kate Winslet e Saoirse Ronan, e sem dúvida a atuação das duas é o ponto forte do longa. A química explorada pelas duas atrizes em suas personagens – que se envolvem romanticamente no filme – é incrível, e a própria história de amor contada é envolvente e tocante.

‘Ammonite’ (2020)

13. The Devil All the Time

O Diabo de Cada Dia / Netflix

Com uma dobradinha de dois atores muito conhecidos, Tom Holland e Robert Pattinson, com ‘O Diabo de Cada Dia’ somos puxados para o cenário de um Estados Unidos rural, e inseridos em um mundo de extrema violência. Apresenta vários personagens, entre eles Bill Skarsgård, correlacionando todos eles e suas histórias e tratando sobre fé e religião de uma forma até controversa. Holland e Pattinson apenas se reforçam mais como grandes promessas com a ótima atuação de ambos.

12. i’m thinking of ending things

estou pensando em acabar com tudo / Netflix

Esse aqui é um filme extremamente controverso e até um pouco complicado, como boa parte das obras do Charlie Kaufman (Brilho de Uma Mente Sem Lembranças) são. Aqui, podemos ter diversas interpretações do filme, pois o roteiro deixa extremamente aberto. Entretanto, o que todos podemos concluir, independente da nossa interpretação, é que: a melancolia, a confusão e o estranhamento são os pontos principais do longa, além da atuação excelente do casal principal e da participação perfeita de Toni Colette. Vale muito a pena assistir pra tirar suas próprias conclusões e criar sua história.

11. Unpregnant

Hulu

‘Unpregnant’ é um filme de roadtrip estrelado por Haley Lu Richardson (uma das grandes apostas em termos de atuação da nova geração) e Barbie Ferreira. É um filme bastante sensível, e que dá a permissão ao espectador de rir e tratar com tanta leveza quanto possível um assunto extremamente pesado e controverso: o aborto. A química existente entre as duas atrizes, que interpretam duas ex-amigas, garantem a ótima avaliação do filme e o ajudam a ser até brincalhão e extremamente relacionável.

‘i’m thinking of ending things’ (2020)

10. Miss Americana

‘Miss Americana’ é mais um dos documentários da nossa lista, dessa vez contando parte da trajetória musical de uma das maiores estrelas da atualidade, Taylor Swift. O filme, dirigido por Lana Wilson, trata a história da protagonista de forma mais distante e até impessoal em certos momentos, entretanto se preocupa em trazer a realidade. O documentário conta com questões como distúrbios alimentares e machismo e é interessante até para quem não é fã da artista.

9. Palm Springs

Hulu

‘Palm Springs’ é mais um filme de comédia romântica que aparece na nossa lista, entretanto ele é o mais diferente de todos. Contando com dois protagonistas já experientes na comédia – Andy Samberg, de Brooklyn 99, e Cristin Milioti, de How I Met Your Mother -, o filme conta com uma espécie de loop temporal que permite o espectador entrar na história e analisar questões mais profundas, relacionadas a melancolia e depressão. Isso só se torna possível pela grande atuação dos dois protagonistas, em especial a de Samberg.

8. Happiest Season

Alguém Avisa? / Hulu

Aos amantes de comédia romântica, isso aqui é um prato cheio. Agora, às lésbicas e bissexuais que nunca se sentiram representadas pelo gênero, Alguém Avisa? veio como um acalento. Com o protagonismo de Kristen Stewart (bissexual assumida) e Mackenzie Davis, o filme fala sobre aceitação e amor de uma forma muito espontânea e relacionável, tornando as duas protagonistas muito fáceis de serem shippadas pelos espectadores.

‘The Invisible Man’ (2020)

7. Hamilton

Para quem gosta de assistir bootlegs da Broadway, esse aqui é bem conhecido. Hamilton é um musical que foi adaptado para o cinema, entretanto sua linguagem e suas características continuam a ser teatrais. E isso não atrapalha nem um pouco a experiência cinematográfica. A construção dos personagens, a grande massa de atores negros e a qualidade musical dos cantores é impressionante e cativa os fãs do gênero. Lin-Manuel Miranda assina essa obra-prima de forma magistral.

6. Birds of Prey

Aves de Rapina / Warner/DC/HBO

Considerado uma continuação do fiasco que foi Esquadrão Suicida em 2016, a DCEU (DC Extended Universe, universo dos quadrinhos da DC) trouxe um filme focado apenas na equipe feminina chamada de Aves de Rapina, com liderança da nossa já conhecida Harley Quinn, interpretada por Margot Robbie. É um filme extremamente divertido, e que traz novas cores (literalmente) a DC e novos personagens bem mais interessantes que os do primeiro filme a serem explorados.

5. Never Rarely Sometimes Always

Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre

Talvez a palavra que mais defina esse filme seja sororidade. Eliza Hittman cria um longa com personagens fortes, com um roteiro excelente e com atuações acima da média. Seu olhar próprio de quem tem propriedade para falar sobre um tema tão discutido como o aborto e sua legalização traz a ideia de normalidade e de estranheza, de legalidade e criminalização, além de discutir assuntos que vão além disso, como estupro e machismo.

‘Black Is King’ (2020)

4. Mank

Netflix

Após a célebre série Mindhunter, David Fincher, diretor de sucessos como ‘Clube da Luta’ e ‘Garota Exemplar’ volta a cena com Mank, tendo como base primária a obra ‘Cidadão Kane’, de 1941. Gary Oldman e Amanda Seyfried tem atuações excelentes, em especial esta última, grande cotada para o Oscar. Apesar de parecer ser um filme para cinéfilos unicamente e para quem já conhece a obra primária, o longa perpassa esses obstáculos ao nos ambientar a uma Hollywood em meados dos anos 30 em preto e branco.

3. Black Is King

Disney+

Tendo como obra referencial o álbum ‘The Lion King: The Gift’, Beyoncé traz em Black Is King um filme musical que permeia a trajetória de Simba, assim como o filme O Rei Leão. Entretanto, mais que um live action, Black Is King não se prende às questões relativas a animação; ele se estende, vai além e traz uma obra completa, utilizando de metáforas e da própria figura da Beyoncé, que assume um papel de figura divina e narra a trama. Além de participar do elenco, Bey produz e dirige a obra, tendo ela um elenco repleto de pessoas negras, que trazem representatividade e a expressão da cultura afro-americana de forma bem pungente durante todo o longa.

2. The Invisible Man

O Homem Invisível / Warner/HBO

Adaptação do romance de HG Wells, ‘O Homem Invisível’ tem como liderança do projeto a estrela de ‘O Conto da Aia’ e vencedora do Emmy Elisabeth Moss, e é nela que tem sua maior força. Em meio a uma história que remete a relacionamentos abusivos, o filme se foca majoritariamente na figura da atriz, tendo uma performance irretocável e bastante elogiada. Além disso, a aura muito bem explorada de terror psicológico do longa o torna digno do segundo lugar da nossa lista

‘Soul’ (2020)

1. Soul

Disney/Pixar

A nova animação da Disney/Pixar, Soul, acompanha o musicista apaixonado por jazz, Joe Gardner – dublado pelo incrível Jamie Foxx -, ao receber um convite para uma oportunidade única na vida: exercer sua paixão pela música de forma que seja apreciada como deve ser. Praticamente um sonho, assim como soa. Com a magia de um filme Pixar e o sentimentalismo da representação racial em foco, ‘Soul’ se destacou por ser uma animação emocional e muito bem construída, apontando nos mínimos e quase imperceptíveis detalhes seu real propósito. A construção de mundos próprios – característica muito forte da Pixar – aqui desempenha um papel totalmente próprio ao abordar morte e nascimento como algo sutil e sem tabus (ainda que muito mascarado para as crianças).

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