“Somos honestos e não estamos enganando ninguém.” É assim que o vocalista James Graham explica a adoração do público pela banda de pós-punk escocesa The Twilight Sad. Em atuação há exatos 20 anos, o grupo, composto atualmente por Graham, Andy MacFarlane (guitarra), Johnny Docherty (baixo), Brendan Smith (teclados) e Grant Hutchison (bateria) conquistou seu lugar no coração dos fãs em meio a trabalhos consagrados, experimentações, inseguranças e muito comprometimento.
Após a turnê de divulgação de seu terceiro álbum, No One Can Ever Know (2012), o The Twilight Sad cogitou encerrar os trabalhos. Afinal, as coisas não estavam evoluindo conforme esperavam: as vendas do disco estavam empacadas e, noite após noite, o grupo se apresentava em casas de shows com metade da capacidade total. Os dois álbuns antecessores, Fourteen Autumns & Fifteen Winters (2007) e Forget the Night Ahead (2009) haviam sido bem recebidos pelo público e aclamados pela crítica.
Com guitarras distorcidas, paredes de som e vocal inflamado e com forte sotaque escocês, o vigor do grupo arrebatou os fãs de pós-punk, gótico e shoegaze, que ansiavam por uma novidade na cena. Porém, em 2013, ninguém parecia muito interessado no novo estilo da banda, com sonoridade mais sutil, sinistra e com elementos da música eletrônica. O TTS estava perdido, e parecia indeciso e desconfortável com relação ao estilo que queria seguir.
Mas o grupo decidiu dar-se uma última chance. Em meio a mudanças de formação, dilemas pessoais e questionamentos sobre seu futuro, equilibraram a sonoridade dos três primeiros discos para criar o brilhante “Nobody Wants to Be Here and Nobody Wants to Leave” (2014). Acertaram em cheio: concebido para ser o último álbum do grupo, o trabalho chamou a atenção da crítica, do público e de um fã em especial: Robert Smith, vocalista do The Cure – banda que marcou a infância de Graham e atraiu ainda mais atenção para os escoceses.
Em meio a tamanho sucesso, o The Twilight Sad foi escolhido por Robert Smith para ser a atração de abertura do The Cure em sua turnê norte-americana de maio/junho de 2016, e continuou a apoiá-los em sua turnê europeia no final do mesmo ano.
À época, Smith declarou que pediu ao TTS para se juntar ao The Cure em sua turnê pois ” eles são a melhor banda que toca as melhores músicas – consistentemente brilhantes, emocionais, intensas, inspiradoras, divertidas”. Confirmando seu carinho pelo grupo, Smith fez um cover da faixa ‘Theres A Girl In The Corner”, faixa do Nobody Wants. Conhecidos por apresentações notoriamente ensurdecedoras, os escoceses “contribuíram imensamente para a experiência ao vivo deste ano – tanto para os fãs, quanto para a equipe e para o Cure… e acontece que eles também são as melhores pessoas! Não posso agradecê-los o suficiente.”
The Twilight Sad no Primavera Sound São Paulo 2023
Agora, pela primeira vez, chegou o momento dos fãs brasileiros participarem dessa experiência. No dia 03 de dezembro, o The Twilight Sad irá se apresentar em São Paulo, nos palcos do Primavera Sound 2023. A expectativa é de uma apresentação comprometida, emocionada e envolvente, com bastante presença de palco. Sobre seus shows, James já declarou que, “quando você vem a um de nossos gigs, você será atacado.
Você não vai apenas tomar um coquetel dizendo ‘Ah, isso é legal’.” Conte também com uma performance de ‘Keep Yourself Warm’, da banda escocesa Frightened Rabbit, cujo vocalista, Scott Hutchison, faleceu em 2018. O The Cure encabeça o line up do dia, formando a parceria dos sonhos que vem funcionando há tantos anos. Um show imperdível para os fãs de pós-punk/gótico/shoegaze e de shows inesquecíveis.
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The Twilight Sad toca no domingo, 03 de dezembro. Mesmo dia dos headliners The Cure e Beck.
Atualização: infelizmente a banda cancelou sua vinda para a América do Sul, incluindo o Brasil, por motivos pessoais.