Priscilla Alcantara apresenta o projeto “O Final da História de Linda Bagunça”

“O Final da História de Linda Bagunça” conclui o trabalho realizado no último álbum, “Gente”, e abre portas para o próximo disco, que chegará em 2020

Quem diria que de todos os meus dilemas, o maior seria eu mesma”. Assim começa uma das duas novas canções que a cantora e compositora Priscilla Alcantara apresenta no novo trabalho, “O Final da História de Linda Bagunça”. É sempre difícil falar de saúde mental, especialmente no meio religioso, onde a questão é um tabu. Inspirada em suas próprias experiências, Priscilla aborda o tema, sem qualquer julgamento, e levanta a bandeira da atenção com as questões da mente. O resultado é um projeto sensível, autobiográfico, que mostra o caminho que a cantora percorreu e inspira cuidado com a saúde mental.

Depois de contemplar as emoções, no inovador disco “Gente”, lançado no final de 2018 com 12 faixas autorais que pregam o amor e conversam com todo tipo de gente, sem barreiras ou rótulos, Priscilla sentiu a necessidade de concluir as questões levantadas no disco e, ao mesmo tempo, abrir caminho para o novo trabalho, previsto para o começo de 2020. Assim nasceu “O Final da História de Linda Bagunça”, um projeto de transição, que terá os dois clipes revelados no próximo dia 30 em um evento exclusivo no YouTube Space, no Rio de Janeiro. Distintas na linguagem audiovisual, as duas produções abordam o tema da saúde mental de forma prática.

 

O bundle começa com um áudio pessoal de Priscilla para uma amiga, explicando o momento delicado pelo qual passou. A faixa se chama “188”, número do Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza, de forma voluntária, um trabalho de apoio emocional e prevenção ao suicídio. O áudio prepara os ouvintes para as duas canções que compõem o projeto.

“Linda Bagunça”, nas palavras de Priscilla, é “um incentivo ao primeiro passo. Fala sobre abraçar o seu processo, não se ignorar e não ser tão duro consigo mesmo. É preciso dar um abraço em si mesmo e assumir pelo que você está passando. É sobre ser seu próprio amigo. Se eu sou uma bagunça, então que eu seja uma linda bagunça”.

O vídeo oficial da faixa segue a proposta da canção e traz um belo e selvagem visual, registrado na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, em meio à natureza. Na produção, Priscilla não usa maquiagem e protagoniza cenas de dança contemporânea, com direito a filmagem embaixo d´água.

“´O Final da História´ é onde eu discorro sobre todo o meu processo. A letra da música fala desde quando eu produzi ´Gente´, o que isso causou em mim e nas pessoas e o que eu achei que faltava para chegar nesse ponto de lançar esse bundle. Essa música apresenta qual é o meu final da história para todas essas questões que eu levantei no meu último álbum”, explica a cantora sobre a segunda faixa do novo projeto.

Gravado em estúdio, o clipe oficial, em contraste com o vídeo de “Linda Bagunça”, traz uma estética moderna e minimalista, com inspirações futurísticas. Na produção, Priscilla personifica suas emoções, sua razão e sua fé, que protagonizam um embate e disputam quem tem o domínio das ações. De forma sensível, ela mostra no vídeo que o equilíbrio dos três fatores foi o que fez com que ela saísse de um quadro depressivo.

A cantora, que fala abertamente sobre o período de ansiedade pelo qual passou, enxerga no novo trabalho a possibilidade de inspirar cuidado com as questões da mente: “Tive um ataque de ansiedade em 2018 e isso me levou a passar por um quadro depressivo. Consegui passar por isso porque busquei soluções, tratamento. Então, o que eu quero passar nesse projeto é que dá pra sair dessa situação, e eu mostro como saí. Acredito que expondo a minha história, as pessoas consigam se identificar com ela e disso pode sair cura, esperança”.

Priscilla aborda ainda o tabu sobre a saúde mental no meio religioso:

é um assunto meio ´místico´. Então, se há algum problema psicológico, as pessoas encaram como um problema espiritual. E, na verdade, é um problema físico, da nossa biologia, da nossa natureza humana. Há muitas coisas que dentro do meio Gospel as pessoas mistificam e isso acaba com a gente enquanto seres humanos, porque a gente negligencia uma parte de quem nós somos, que é o nosso corpo”.

Ela conta o próprio processo e alerta que não há uma fórmula para a cura: é preciso sensibilidade para tratar da questão de forma individual. “O primeiro passo é buscar ajuda médica, psicológica”, incentiva.

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