Rafael Witt se prepara para apresentar seu folk autoral em Belo Horizonte

Com uma mala cheia de histórias e canções a caminho de BH, Rafael Witt conversou com o esc sobre sua música, carreira e conexão com o público.

Com um disco folk cantado em inglês, Rafael Witt deu um passo firme em direção à sua carreira. Wanderer, título do álbum que significa algo como “andarilho”, reflete o espírito quase “nômade” do artista que vive viajando e levando sua música e suas reflexões pelo mundo.

Depois de um show em Orlando, nos EUA, Rafael tirou um tempinho para conversar com a equipe do escutai sobre sua música, suas inspirações e sobre seus shows no Brasil. Trazendo o show de Wanderer para o Brasil, Belo Horizonte será a primeira cidade a receber a apresentação do novo álbum no nosso país.

Embora não seja a primeira vez do artista cantando em terras mineiras, ele explica: “Eu abri o show de um amigo, em 2023… E ano passado a gente colocou 50 pessoas num espaço, mas o pessoal reclamou que não era em BH, era Nova Lima [cidade da região metropolitana]. E eu pensei ‘puts, vou ter que voltar aí então!’. Agora realmente vou tocar em Belo Horizonte, esse vai ser um show solo, com voz e violão, e eu vou contando a história das músicas. A música por si só as pessoas podem ouvir pelas plataformas, o legal do show ao vivo é que eu vou contando as histórias por trás das músicas, e aí tem histórias vergonhosas de desamores da juventude… Ou de agora, que eu tô tendo um pouco mais de sucesso nisso [risos].”

Rafael Witt por Malu Freire

Segundo Rafael, contar as histórias também aproxima o público da sua música — o artista que tem suas músicas majoritariamente em inglês, também faz versões de canções brasileiras. Para ele, o fato de contar as histórias traz humor, proximidade e conexão com o público, que mesmo que não entenda o inglês, sente as melodias e consegue saber o contexto das histórias apresentadas.

O fato de cantar em inglês, para o artista, não é um problema: “Inglês é a língua do mundo. Muita gente sabe falar, quase todo mundo tá em contato com o idioma ou consome músicas em inglês… Estrategicamente [cantar em inglês] é bom para mim, porque a minha música pode tocar o coração de pessoas do mundo inteiro, rompendo de certa forma essa barreira linguística. Se no Brasil isso pode ser um problema, o fato de eu contar as histórias antes soluciona muito isso… Além do mais, muita gente vai no show do Coldplay, por exemplo, e eles [a banda] não cantam ou falam português… As pessoas ainda assim conseguem gostar, aproveitar. Já que eu falo [inglês], eu conto as histórias, as pessoas conseguem se identificar com as músicas e fica tudo certo [risos].”

Conversando sobre suas origens, inspirações e o álbum, Witt conta que o disco foi feito em seus primeiros anos de carreira, com composições dos últimos dois anos: “essas músicas são de um momento mais introspectivo meu… Eu tava morando sozinho na época, me senti muito solitário e esse título, ‘andarilho’ [na tradução], é como se eu tivesse andando pelo mundo e pensando sozinho pelas coisas que estavam acontecendo comigo, um jovem adulto em descoberta das suas vontades, amores, incertezas e sendo impaciente, com vontade de fazer tudo que é possível, querendo alcançar um sonho de uma carreira que é difícil e desafiadora, e me aventurando pelo mundo… Tem essa energia…”

Sobre a escolha do folk, gênero tradicional americano, o cantor também explica: “Nos Estados Unidos eles chamam de ‘singer-songwriter’ [cantor-compositor], porque o folk em si lembra pra eles coisas mais antigas, raíz, com uma pegada até mais nacionalista: músicas dos trabalhadores, do povo, que fala muito do cotidiano deles. E eu sinto que o que eu faço, eu até toquei em Nashville aqui, e eles consideram desse jeito de cantor-compositor, porque eu falo o que acontece comigo, são histórias genuínas. O álbum é uma junção dessas histórias, eu escrevi uma história como se fosse minha avó falando com minha mãe, tem músicas de amor, desabafos pessoais… A capa foi feita enquanto eu fazia uma turnê pela Europa, na Suíça… Eu vi aquele caminho bonito, era abril na época e a neve estava derretendo, começando a sair o verde das árvores… E a árvore tava bem no meio do caminho, eu achei representativo de tudo, a neve indo embora como se fosse a melancolia, e o verde saindo… Tudo fez muito sentido.”

Rafael Witt por Malu Freire

E enquanto o artista se inspira em clássicos como John Meyer, Taylor Swift, Mumford and Sons e Ed Sheeran, o repertório do show tenta fugir de uma obviedade de gênero. Trazendo para a apresentação alguns covers, que ele prefere chamar de versões. “Eu não toco igual… Billie Jean, do Michael Jackson, por exemplo. Eu não canto nem faço como ele [risos], então não é um cover, é uma versão. Eu acho que são músicas que eu queria ter escrito, tenho um pouquinho de inveja de ‘como eles pensaram nisso?’“, Rafael explica. “Então são artistas que eu me inspiro e que eu gosto de trazer mais no meu estilo… Tem Paramore, Nirvana… Vários artistas de outros gêneros, que eu também gosto, e que eu tento trazer mais no meu estilo, que eu acho que deixa divertido.”

Animado e carismático, Rafael fala sobre a expectativa dos shows antes do fim da entrevista. “O Brasil é o meu lugar… Eu quero tocar pelo mundo, mas quero me apresentar muito mais no Brasil. Com certeza teremos mais shows por aqui, e esse em BH vai ser muito legal. É um show ótimo para as pessoas que não me conhecem mas que são curiosas, que querem ouvir umas músicas e histórias diferentes… Vai ser muito legal, eu tô muito ansioso… É o primeiro show depois de um tempinho nos Estados Unidos, tô cheio de novas histórias e… Vai ser muito divertido!”.

Rafael Witt & Wanderer em BH

Para o público curioso e ávido por novas histórias, a apresentação de Rafael Witt acontece em Belo Horizonte neste domingo (16), no Teatro de Bolso do SESI Minas e os ingressos já estão disponíveis pela Sympla.

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