Crítica | 10 anos do “Stronger” de Kelly Clarkson

Quinto álbum de estúdio de Kelly Clarkson completa 10 anos e continua mostrando o amadurecimento, potência vocal e profissionalismo da cantora

Stronger é o 5º álbum de estúdio de Kelly Clarkson, lançado em 2011, o projeto reúne 13 canções em sua versão simples e 17 na edição Deluxe. Seguindo a linha musical de materiais anteriores, o álbum apresenta baladas e músicas que focam principalmente no estilo pop-rock que Clarkson tanto ama. No projeto Kelly canta sobre superação de amores, força e autonomia, tudo com um certo “ressentimento” característico em muitas letras da norte-americana. Aliás, é exatamente pelo aspecto da autonomia e da superação que o álbum recebeu o nome de Stronger.

Embora o cd tenha uma proximidade musical notável dos dois anteriores ‘My December’ (2007) e ‘All I Ever Wanted’ (2009), no Stronger, Kelly parece mais madura vocalmente. Cada uma das canções foi trabalhada com um mínimo de efeitos possíveis para entregar de forma mais pura a riqueza e a potência dos vocais da cantora. Além disso, se nos dois projetos anteriores Kelly esteve praticamente focada no pop-rock, neste, ela traz nuances mais radiofônicas, alguns elementos do pop dançante e influências do country – estilo que ela declara amor abertamente.

O 1º single do álbum Mr. Know It All, traz uma sonoridade com referências de R&B e que lembra algumas canções presentes no 1ª cd da cantora (Thankful/2003). A música fala sobre um “sabe-tudo”, que é colocado em seu devido lugar pela cantora, já que na realidade ele não sabe nada. Em entrevista pra Entertainment Weekly na época, Kelly afirmou que é a canção retrata exatamente o que ela é como mulher e cantora. Já em uma entrevista para rádio, focada no single, ela disse para Ryan Seacrest que mesmo que a letra fale especificamente com um parceiro amoroso, ela se direciona para todos os ignorantes que acham que sabem tudo sobre alguém.

“É tudo que eu sou como mulher e cantora. Eu amo reprender homens.”

Kelly Clarkson – Entertainment Weekly (2011)

Trazendo uma vibe mais dançante, a cantora lançou Stronger (What Doesn’t Kill You) como 2º single. Sem dúvidas o maior sucesso do projeto, a canção rendeu 3 indicações ao Grammy Awards e ficou no top dos charts de diversos países europeus. Isso se deu principalmente pela roupagem radiofônica pop-dançante e pela expectativa gerada pela própria Kelly ao comparara a energia da canção com outro de seus grandes sucessos: Since U Been Gone.  O 3º single da era ficou por conta da balada Dark Side, uma música emocional e intíma em que Clarkson canta sobre a imperfeição e o fato de que todos tem um lado obscuro, lado este que ela questiona se pode ser amado por alguém.

Isso faz dela uma artista incrível, completa e alguém que entende que o papel principal da música não é apenas divertir quem a ouve, mas também quem a interpreta. Isto se torna ainda mais visível quando se acompanha o #Kellyoke, quadro do programa de auditório da cantora em que ela interpreta canções de outros artistas, sejam eles atuais ou antigos.

O projeto como um todo apresenta nuances já conhecidas da cantora, ainda mais potentes pela sua entrega vocal, sua personalidade e seu profissionalismo. No álbum, Kelly trabalhou com um ótimo um time de compositores e co-escreveu 7 faixas. As músicas do Stronger, embora não sejam tão comerciais e ainda tragam em sua estrutura aquele ar “dramático” pós-relacionamento, constroem um material que, de certa forma, é um ponto de equilíbrio entre os dois álbuns anteriores da cantora. Com base em faixas como Honestly, I Forgive You, The War is Over, You Love Me, Einstein e Let Me Down, é possível dizer que 10 anos depois ou até mesmo no futuro, este é e seguirá sendo um material sempre presente na playlist pessoal daqueles que sofrem por amor, se entristecem e encontram superação na “raiva” pós-término.

É preciso falar mais de Kelly Clarkson

A autenticidade da cantora e sua personalidade divertida são mais do que motivos para gostar de Kelly, são também combustíveis incríveis para cada uma de suas produções. A norte-americana sempre levantou questionamentos sobre seu espaço e papel na indústria, mas é nítido o quanto ela entende não só de música, mas do que quer construir dentro deste universo. Kelly não está no lugar dos artistas que querem se consolidar em um ou outro estilo, mas sim ocupa o espaço da versatilidade musical, o lugar daqueles que amam a música como um todo e se dedicam a cantar tudo o que querem. Ela flerta com gêneros diversos e escolhe não se limitar a um gênero em especial.

A cantora e compositora é um dos poucos nomes, vindos de um reality show musical (American Idol), que alcançou grande sucesso e reconhecimento na indústria. Carismática, engraçada e com uma voz potente, a norte-americana hoje, além de cantar, é jurada do The Voice americano (que neste ano ainda conta com a presença de Ariana Grande) e ainda possui seu próprio programa de entrevistas o The Kelly Clarkson Show.

Assista vídeos, quadros e apresentações do The Kelly Clarkson Show no YouTube.

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