Já disponível nas plataformas digitais, Manifesto dos Ventos Delirantes é um EP cheio de reflexões e delicadezas. Mas antes de nos aprofundarmos no EP, é importante destacar quem é a pessoa por trás do projeto: Marina Hungria.
Paulista, Marina começou a fomentar a ideia do Bluebagbang em 2012. De lá pra cá, a artista e também produtora passou por experiências que a aprofundaram na música e na identidade do projeto. Em suas próprias palavras, ela explica que a origem do curioso nome se deu “num momento um pouco angustiante, vivenciando o fim de uma relação esquisita”.
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Por que Bluebagbang?
Numa mudança de casa, às pressas, Marina colocou a maior parte de seus pertences num saco de lixo azul. Chegando em seu destino, ela explica que encarou o saco de lixo e pensou em “blue bag bang”. Depois de analisar com cuidado a expressão — onde blue pode ser traduzido como “melancólico”, bag como “sacola” e bang como substantivo “barulho, estrondo” ou verbo “bater, golpear” —, a tradução literal dessa ideia seria “melancólica sacola barulhenta”.
Ou melhor, ainda nas palavras da Marina:
A melancolia barulhenta que carregamos por aí ou as pancadas que ensacamos ao longo da vida.
Esse é o exato sentimento que tive ao ouvir o Manifesto dos Ventos Delirantes. Se há calmaria na voz de Marina — que, importante destacar, é uma brilhante aluna de Thiago Pethit —, suas composições trazem grandes reflexões sobre o que nós carregamos ao longo do tempo.
Composto por cinco músicas, sendo quatro em inglês e uma em português, o EP foi totalmente gravado e mixado por ela mesma. “New Stars” abre com violão e voz muito presentes, características fortes em todo o projeto. “Game of Lov3” e “Inside You” dão a sensação melancólica e lo-fi que Marina descreve. “Closing Door” soa como a virada que esperamos, enquanto “Cida” encerra delicadamente essa mistura de sentimentos.
Delicadeza é algo presente não só em todas as faixas, mas no clipe de “Closing Door” também — que você pode conferir logo abaixo.
Manifesto dos Ventos Delirantes é um bom exemplo de indie-folk que nos serve como um abraço quentinho no inverno. Ele cumpre a promessa de nos fazer entender a tristeza para que a felicidade possa aparecer e nos encantar novamente.