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Crítica | BROCKHAMPTON, “ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE”

“ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE” não é surpreendente, uma vez que BROCKHAMPTON não cansa de surpreender com cada lançamento.
capa do álbum roadrunner da banda brockhampton

Atração confirmada do, até o momento, suspenso festival Lollapalooza Brasil 2020, o coletivo BROCKHAMPTON acrescenta mais algumas canções à setlist de sua apresentação em solos brasileiros. Com o lançamento de “ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE”, a “boy band do Hip Hop” apresenta ao público treze faixas inéditas (e para lá de surpreendentes). Produzido pelo excelente Rick Rubin, o mais novo álbum do BROCKHAMPTON conquista novos fãs – e cativa ainda mais os ouvintes já seduzidos pelo som irreverente do coletivo – com uma sonoridade simultaneamente similar e diferente de tudo o que o grupo já fez ao longo de seus seis anos de atividade.

Elementos da trilogia de álbuns SATURATION, basilar para a consolidação do timbre do grupo, podem ser percebidos em seu mais novo trabalho. A sonoplastia experimental marcante nos três primeiros discos da banda, ausente nos dois trabalhos subsequentes, retorna junto às guitarras já vistas em faixas como “WASTE” e “SWIM”, além de elementos distintivos do hip hop dos anos 1990. Estas influências nascem do envolvimento do experiente rapper RZA com o trabalho do BROCKHAMPTON, que agregou um quê de Wu-Tang Clan, grupo do qual fez parte, ao trabalho dos jovens estadunidenses.

Todos os três álbuns da série SATURATION estabeleceram um alto patamar do que é qualidade para o BROCKHAMPTON. “ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE”, por mais que não chegue a esse nível, chega muito perto. Assim como qualquer trabalho do coletivo, o álbum fica melhor a cada nova escuta. Novos elementos podem ser percebidos a cada play, o que agrega ao disco uma áurea surpreendente e descolada, por mais que esses já sejam termos comumente associados à boy band. Os destaques do álbum são as faixas “BUZZCUT”, “I’LL TAKE YOU ON” e “OLD NEWS”.

Surpresas também podem ser percebidas ao que diz respeito às parcerias estabelecidas. Além das mencionadas (e exaltadas) coadjuvações de Rubin e RZA, “ROADRUNNER” conta com feats dos artistas Danny Brown, JPEGMAFIA, A$ap Rocky, A$AP Ferg, Charlie Wilson e Baird. Para um grupo com tantos integrantes quanto o BROCKHAMPTON, a colaboração com outros músicos é uma novidade curiosa trazida no mais recente trabalho do coletivo.

De praxe, uma nova estética era esperada do BROCKHAMPTON para o lançamento de um novo projeto. “ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE” mescla as cores vibrantes de SATURATION com as ondas de calor de “iridescence”, quarto disco da boy band. Mostrando que a estética do fim do milênio é forte, o grupo lança, além do álbum em todos os serviços de streaming, seu trabalho mais recente em formato físico – dessa vez, em seis versões diferentes, uma para cada membro fixo do coletivo. Os CDs de “ROADRUNNER” contêm, para mais das capas diferenciadas, quatro músicas inéditas, que não foram – e, pelo visto, não serão – lançadas nas plataformas digitais.

Em suma, “ROADRUNNER: NEW LIGHT, NEW MACHINE” não é surpreendente, uma vez que o coletivo não cansa de surpreender com cada lançamento.

Nota da autora: 85/100

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