Rock reflexivo do The War On Drugs segue em evolução natural e competente

The War On Drugs evolui de forma natural, sem perder a sonoridade melancólica que promete agradar em futura apresentação no C6 Fest.

Há quase vinte anos existindo, The War On Drugs é uma daquelas bandas que dificilmente causa controvérsias sonoras entre quem os ouve, pois aqueles que conhecem o som do grupo formado por seus sete membros já entende que seu rock reflexivo e sonoridade melancólica acabam agradando facilmente, justamente por sua evolução acontecer sempre de uma forma tão natural.

Com cinco discos oficiais em sua discografia, é possível encontrar fãs para todos eles, e a maior concordância é quando se percebe que o tempo vem fazendo muito bem a banda da cidade de Filadélfia, na Pensilvânia. A cada lançamento os músicos parecem cada vez mais dispostos a quebrar suas próprias correntes e ir além, sem perder o toque pessoal tão marcante.

A evolução da banda não foi fácil. Seus dois últimos trabalhos, “I Don’t Live Here Anymore” (2021) e “A Deeper Understanding” (2017), diferem em execução e densidade, mas ainda assim soam como gravações fortes e profundas.

O álbum mais recente tem uma pegada mais leve, como se The War On Drugs estivesse disposta a se tornar mais acessível. No entanto, essa impressão logo desaparece quando fica claro que ainda é indiscutivelmente a banda, e que desta vez eles criaram um som mais fácil de ouvir.

Faixas como ‘Harmonia’s Dream‘ e ‘Change‘ podem ser mais longas do que os hits atuais da indústria, que mal alcançam três minutos, mas são executadas de maneira tão envolvente que o tempo parece voar.

Sua futura primeira passagem pelo Brasil acontece no momento de maior auge da banda, entre tantas aclamações da crítica e do público eles agora tem um espaço especial para aqueles que o admiram. Culpa disso é pelo fato de suas músicas sempre atingirem no emocional, mesmo quando esse não parece ser o objetivo principal.

The War On Drugs se tornou relevante e importante no rock por seguir uma cartilha básica que inclui melodias simples que quando se conectam aos vocais de Adam Granduciel se tornam gigantes, facilidade para ir do mais confortável até o mais complexo e uma qualidade sonora que parece ter um combustível ilimitado em momentos de criação.

The War on Drugs toca no sábado, 20 de maio, no Rio de Janeiro, e em São Paulo no dia 21.

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