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Romy celebra amor próprio e identidade através do eletrônico

Com produtores fortes ajudando a narrar sua história, Romy mergulha fundo na sonoridade dos locais que a fez entender mais sobre si mesma.

Romy Madley Croft, ou apenas Romy como é conhecida, levou um certo tempo até se jogar com vontade em uma carreira solo, carreira essa que muitos fãs de seu outro projeto musical, o trio The xx, já clamavam há tanto tempo. Fazendo exatamente como os outros amigos e membros, a artista se preparou e montou um trabalho que a define das melhores formas possíveis. Indo em direção ao dance-pop partindo de ideias que têm a ver com seu crescimento pessoal e contando com apoio de produtores que sabem balancear batidas do gênero como ninguém.

No último semestre de 2023, ela entregava “Mid Air“, um dos discos mais dançantes e reflexivos daquele ano, provando que valeu a pena esperar para saber sobre o que ela tinha a dizer em sua carreira solo. O resultado é um passeio que celebra as sonoridades dos clubes queer que ela frequentava enquanto crescia e se entendia como mulher, servindo também como uma homenagem a locais que a fizeram se sentir tão viva.

Não apenas celebrando o amor próprio, Romy também soa bastante apaixonada nas músicas que criou para seu primeiro disco. O relacionamento com sua esposa Vic Lentaine gerou bastante combustível para as composições ouvidas nele. O projeto acaba sendo bastante compacto, não havendo tantas faixas ou durações muito exageradas, e mesmo não precisando se estender tanto na sua história, Romy contou tudo o que seria necessário para entender um pouco de sua mente.

Com o apoio de produtores como Stuart Price e Fred Gibson, o disco segue em um fluxo que não dá descanso, mas que também não atua como um energético do começo ao fim. Se o começo com “Loveher” é uma abertura que cria um clima de euforia, ela logo corta para algo mais melancólico em “Weightless“, trazendo vocais que remetem muito ao que ela já faz na sua banda. O melhor elemento de “Mid Air” é justamente saber quando é a hora de fazer o ouvinte pular e quando é o momento de reflexão para apenas admirar o que se ouve.

Uma boa surpresa sobre as músicas de Romy é o quanto elas podem ser acessíveis e fáceis de se identificar. Mesmo que a cantora tenha um público mais voltado para os que gostam de artistas menores, independentes ou sem amarras comerciais em suas músicas, fica perceptível o quanto suas narrativas são sobre o amor sem qualquer enfeite, mostrando como sua celebração para esse sentimento é a mais humana possível. As faixas que melhor tocam nesse assunto são justamente as mais fortes, e aquelas que fecham seu disco. “Enjoy Your Life” e “She’s On My Mind” têm muita da cena eletrônica britânica que vai de nomes mais famosos como Calvin Harris até as sonoridades que Fred again.. sabe fazer.

O que Romy desperta de melhor no ouvinte após uma boa ouvida em sua discografia é a sensação de que o estilo que ela canta não precisa se camuflar entre batidas fora do comum para se mostrar algo com personalidade. Seu disco, assim como sua visão para a própria arte é bastante direta sobre sentir-se livre e confortável para cantar sobre amar outra mulher e não ter vergonha de aproveitar o quanto a música dance e eletrônica tem grande inspiração sobre sua carreira. E mesmo tendo uma carreira longa ela ainda está só começando, fazendo com que ainda seja cedo para achar que ela não pode surpreender mais.

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Romy toca no sábado dia 18 de maio, na segunda edição do C6 Fest.

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