Maria Callas é o novo filme do diretor chileno Pablo Larraín e estreia em 16 de janeiro nos cinemas. Nesta obra, o cineasta explora, assim como nos seus filmes ‘Jackie’ (2016) e ‘Spencer’ (2021), mais uma importante figura feminina. Dessa vez, uma das maiores cantoras de ópera de todos os tempos e, por muitos considerada a maior: Maria Callas. Interpretada por Angelina Jolie, a atriz foi indicada recentemente ao Globo de Ouro por sua interpretação na categoria de Melhor Atriz de Filme de Drama.
Afinal, quem foi Maria Callas?
Maria Callas é um dos pilares da ópera. Ela nasceu em Nova York, em 1923, era filha de pais gregos e, aos 13 anos de idade, se mudou com a mãe e a irmã para a Grécia. Foi em Atenas que ela começou a estudar música e canto e foi para o Conservatório de Atenas, a instituição educacional de artes cênicas mais antiga do país.
Em 1942, Maria Callas fazia sua estreia profissional com apenas 17 anos. No ano seguinte, ela foi escalada para se apresentar na ‘Puccini’s Tosca’, sendo um dos papéis mais conhecidos de Callas por toda sua carreira. Anos depois voltou para seu país natal, com 21 anos de idade. A partir daí, seu sucesso só crescia, chamada de ‘La Callas’ o ‘A Divina’, ela apresentou nas mais importantes casas de óperas do mundo nos anos 50 e 60 e seus apelidos vinham por sua intensa potência vocal, habilidade técnica e paixão que entregava em cada performance.
Super confiante, Maria Callas era uma pessoa difícil para muitos companheiros de trabalho, pois entrava em conflito constantemente por conta de ideais artísticos. Por ser uma pessoa muito confiante, ela fez uma audição para o prestigiado Metropolitan Opera House, em Nova York e, ao ser oferecidos papéis de coadjuvantes, declinou e foi para a Itália, onde teve sua apresentação no Teatro La Fenice, em Veneza, em ‘Il Puritani’.
A sua fama ganhava notoriedade ao redor do mundo. Maria se apresentava nas mais importantes casas de ópera ao redor do globo até que, em 1954, sua estreia em território americano aconteceu. Ela performou ‘Norma’, na Ópera Lírica de Chicago. Maria Callas vivia o auge de sua carreira, porém a artista começou a desenvolver problemas com a sua voz e, para seu azar, o soprano – uma de sua especialidade – era muito valorizado na época.
Incerto do que causou seu problema vocal, ela continuava a se apresentar e entregar magníficas performances até que, na década de 60, aposentou-se e sua última apresentação de ópera foi em 5 de julho de 1965, apresentando ‘Tosca’ no Covent Garden, em Londres. Porém, ela ainda performou em alguns concertos, além de participar de ‘Medea’, filme de Pier Paolo Pasolini, e dava aulas na famosa escola de Julliard. Além disso, sua vida pessoal sempre foi destaque na mídia e, hoje, muitos consideram Maria uma vítima de diversos relacionamentos tóxicos. Um dos meus famosos, foi o affair com um magnata chamado Aristotle Onassis, que gerou comoção pública e a alçou a um status de ícone da moda.
Maria Callas, já aposentada, muda-se para Paris na metade dos anos 70 – justamente quando o longa se passava, apresentando uma protagonista que tem que lidar com a fama, o pós carreira e problemas de saúde. Em 1977, ela sofre um ataque cardíaco e morre aos 53 anos de idade. Porém, ela nunca foi esquecida e é sempre lembrada como uma artista única, com uma presença avassaladora no mundo da ópera.
O longa recorta a parte final da vida de Maria Callas. Nele, somos convidados a conhecer o interior e as inseguranças da protagonista em sua casa na capital francesa, no final dos anos 1970. Angelina Jolie interpreta a personagem que dá nome ao título do filme e o elenco conta com o estrelado pelo indicado ao Oscar Kodi Smit-McPhee, Alba Rohrwacher, Pierfrancesco Favino e Valeria Golino.
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“MARIA”, de Pablo Larraín, estreia nacionalmente nos cinemas em 16 de janeiro pela distribuído pela Diamond Films. O longa também se encontra disponível na Netflix.