Quando se pensa em música eletrônica, não se requer muitas ligações mentais para chegar a um local específico, a França. O país europeu se tornou um dos maiores expoentes de artistas que vão de uma extremidade a outra dentro de um gênero que, mesmo tão forte e bem explorado, ainda parece conter lugares obscuros que nenhum artista ou DJ encontrou.
Filtrando o pensamento para duplas, é possível pensar em dois artistas que já alcançaram bastante popularidade como Daft Punk e Justice. No entanto, outra dupla, The Blaze, é uma opção para quem não acha música o bastante e precisa também estar ligado ao visual, já que o duo formado pelos primos Guillaume e Jonathan Alric não parece criar apenas o som puro sem qualquer tipo de referência em vídeo, pois ambas as artes andam lado a lado quando se conhece um pouco dos dois.
Com pouco mais de cinco anos de carreira, a dupla já lançou um EP e dois discos. O grande boom de sua música surgiu logo no começo, com o single “Territory”, que também deu nome ao EP de 2017. O vídeo, bastante conhecido entre pessoas que acabaram caindo em algum submundo musical do YouTube, é um relato perfeito de como fazer pequenos filmes para suas músicas e um dos combustíveis que tornam o som de The Blaze tão envolvente. Eles envolvem pequenas inspirações de questões sociais, até dança, e uma interpretação sutil, porém bastante emocionante, de Dali Benssalah. Esse é apenas um exemplo dentro de uma videografia tão incrível que é impossível não ser maratonada por aqueles que ainda não conhecem os trabalhos da dupla.
O último lançamento, o álbum “JUNGLE” de 2023, é o que vem guiando as setlists atuais de seus shows. Os primos Alric, carimbando cada vez mais sua presença nos maiores festivais de música do mundo como Coachella, Primavera Sound e Lollapalooza, já estão confirmados nas edições da América Latina do famoso ‘Lolla’, preenchendo uma agenda bastante agitada para 2024. Suas performances no palco costumam ser mais intimistas do que seu som parece demonstrar, mas o minimalismo aplicado parece ter raízes mais fortes com uma música mais calmante. The Blaze sabe focar sua sonoridade em ritmos mais introspectivos quando necessário, e mesmo investindo pesado no eletrônico, também é possível defini-los por um viés mais ligado ao som ambiente.
Conhecer a dupla mais a fundo não é uma tarefa árdua ou que consome muito tempo, já que seus trabalhos oficiais não somam nem ao menos trinta faixas. Mas acompanhar os artistas para além do que eles fazem musicalmente é a melhor pedida. Outro ótimo exemplo audiovisual é “MADLY“, que ressoa bastante com quem se prepara para assisti-los em algum festival musical. Diante de labirintos sonoros e explicações pesadas que muitos artistas fazem com que sua música ofereça para ser entendida, The Blaze se apresenta com um caminho muito simples e direto, fazendo com que a facilidade se torne uma ferramenta de acessibilidade para curtir ainda mais o que eles sabem fazer.
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The Blaze se apresenta no Lollapalooza Brasil 2024 na sexta, mesmo dia dos headliners Blink-182 e Arcade Fire.
