Crítica | The Stand-In coloca Drew Barrymore em dose dupla no estilo sessão da tarde

Drew Barrymore interpretando duas personagens? Ok, merece meu tempo de stream pela curiosidade.

Com bicos aqui e ali, e um talkshow para chamar de seu, Drew Barrymore está de volta na Netflix com a comédia dramática ‘The Stand In’ (ou Duas Por Uma, em português).

No filme, Barrymore vive à atriz muito bem sucedida Candy Black, famosa por mais de 20 anos de carreira com papeis em filmes de comédia. Contudo, Candy está solitária, amargurada com a vida pública e a incansável cobrança dos holofotes por mais um pedaço de sua vida, com isso acaba caindo na vida das drogas e o alcoolismo. Se transformando em uma personagem rude e desagradável, começa a se isolar de tudo e todos.

Sua substitua em seus filmes, a amável Paula, que também interpretada por Drew, é trazida para o alvoroço que é a vida da Candy em troca de um pequeno favor: que vivesse Candy por alguns momentos para que assim, a verdadeira atriz pudesse correr atrás de suas verdadeiras paixões, a carpintaria e um misterioso crush com quem conversa por anos sem se conhecerem pessoalmente.

Com o momento da troca de personagens marcando o início da aventura, é quando tudo começa a ficar um pouco esquisito. A premissa do filme chega a ser bobinha de tão imatura, mas consegue te prender nas 1h30 de filme com a atuação dupla da atriz, que parece estar interpretando um personagem extra de ‘Santa Clarita Diet’. É engraçado em poucas partes, por mais que de primeira o enredo te leve a pensar de que se trata de mais uma comédia aleatória da plataforma. O tom dramático e mais grotesco se dá pela interpretação sóbria de Drew nos momentos de breakdown de Candy e na colisão do enredo para encerrar os arcos (não muito bem concluídos) dos personagens.

A mensagem é bem direta e de fácil compreensão: apesar de riqueza, luxos, grandes conquistas e uma vida vivida à base de expectativas alheias, ser o que a gente sempre quis ser e fazer é complicado quando se segue um caminho no modo automático. Candy (ou Cathy, seu verdadeiro nome), seguiu a vida fazendo basicamente o que seus assessores pediram até chegar no ponto de erupção que foi a quebra desse ciclo, e isso requer um certo sacrifício, ou uma luta consigo mesmo. Nesse caso, Paula estava ali para auxiliar nessa mudança, mesmo que de forma totalmente errada.

É aquele filme para colocar de fundo enquanto vez ou outra pega no celular para checar as notificações. Isso não necessariamente é ruim, mas não é bom.

Assista ‘The Stand In’ na Netflix.

Nota do autor: 51/100

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