Dona de cinco álbuns de estúdio — entre quatro de inéditas e um com canções repaginadas —, Tulipa Ruiz se lançou no mundo da música há quase 15 anos: seu primeiro disco, Efêmera, trouxe o “pop florestal” para o cenário da MPB com canções calmas, doces e vibrantes, mesclando um aspecto interiorano com a voz inconfundível e confortável de Tulipa. Os recortes “Efêmera”, “Do Amor”, “Pedrinho”, “Sushi” e “Só Sei Dançar Com Você” representam a nostalgia e a sensibilidade presente no trabalho, que encantou fãs, críticos e admiradores.
Dois anos depois, a projeção e aclamação encorparam o caldo que resultou o disco “Tudo Tanto“, notado (e apoiado) por um projeto musical da Natura e que trouxe parcerias com Lulu Santos e Criolo. Esse segundo projeto, com sonoridade mais rockeada e “urbana” trouxe uma nova versão da cantora, que não mais pertencia apenas ao interior, mas já experimentava a pressa da cidade de São Paulo e outros dilemas do mundo. “É”, “Like This”, “Dois Cafés” e “Víbora” são algumas faixas do projeto que exemplificam a diversidade vocal e a poesia da artista.
Em 2015, a artista mostrou o desejo de trabalhar em algo mais vibrante e animado, dando origem a “Dancê” — um álbum alegre e rico, que ganhou destaque com a faixa “Prumo” na trilha sonora da novela “Verdades Secretas”, da Rede Globo. Com metais encorpados e parceria com João Donato, o trabalho veio mais divertido, tendo faixas como “Proporcional”, “Virou” e “Físico” sendo ótimas representantes desse lado descontraído e dançante da discografia, que rendeu à artista o Grammy de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro naquele mesmo ano.
“Tu“, lançado em 2017, trouxe algumas canções com arranjos mais calmos e algumas novas canções. Enquanto “Pedrinho”, “Dois Cafés”e “Algo Maior” mostraram um lado quase mais intimista de canções que já conhecíamos com outra roupagem, “Pólen” foi um grande destaque como composição inédita e que parecia quase remontar o conforto na sonoridade de “Efêmera”, de 2010.
Por fim, com “Habilidades Extraordinárias” (lançado em 2022), Tulipa pareceu querer amarrar todos os seus trabalhos em um só. O álbum veio com a maturidade de anos de estrada de Tulipa, e o melhor de todos os seus discos anteriores: pitadas de rock, o tal pop florestal, o conforto de Efêmera com um pouco da megalomania da cidade de Tudo Tanto. O disco foi novamente indicado ao Grammy Latino, e foi o responsável por devolver Tulipa aos palcos pelo Brasil.
Agora, em turnê, a cantora reveza suas apresentações entre o show “Noir”, em que canta apenas com voz e violão ao lado do irmão e produtor Gustavo Ruiz, e o show completo com sua banda, apelidada de Pipoco das Galáxias. Representante da música brasileira no line-up do Lollapalooza Brasil, a artista tem na bagagem uma discografia impecável que não apenas vai abrilhantar o festival, mas agitar e emocionar com seu astral absoluto e seu talento sem precedentes.
***
Tulipa Ruiz se apresenta no Lollapalooza Brasil 2024 no sábado, mesmo dia dos headliners Titãs e Kings of Leon