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Crítica | O Som do Silêncio é a sinestesia perfeita em meio ao caos

Transitando entre o silêncio absoluto e o mais ensurdecedor dos ruídos, O Som do Silêncio nos convida a uma imersão acústica excepcional.

Produzido pela Amazon Studios, o filme é um baque literal que atravessa seus espectadores com seus tinidos, zunidos e estrondos, questionando não somente os valores que cada som possui, mas estabelecendo também uma conduta extremamente necessária e empática diante das diferenças na percepção desses valores.

Baterista em um duo de heavy-metal, Ruben (Riz Ahmed) afirma sua identidade enquanto musicista absorvendo os sons e ruídos ao seu redor e os transformando em suas próprias características. Quando passa a enfrentar graves problemas de audição, o personagem bruscamente se perde, esvaziando-se de tudo aquilo que lhe era mais sagrado, permanecendo à mercê de sua força de vontade (ou da falta dela).

É justamente neste vácuo que a narrativa se constrói, e, a partir daí, Ruben deve encontrar seu “novo” lugar, para que, dessa forma, não fique vagando entre as duas experiências / modos de vida. A obra, que faz uso de um fantástico design sonoro, transporta seus espectadores para mundos que se alternam: o primeiro, silencioso, o segundo, turbulento, em que ambos constantemente se cruzam através dos olhares e delineando a trajetória do músico.

A partir desse entre-lugar em que o protagonista se encontra, surge a aproximação com a comunidade surda e especialmente com Joe (Paul Raci), que se concretiza delicadamente e se mostra como uma demonstração gigantesca de empatia e de aprendizado, tanto para o baterista quanto para aqueles que o acompanham diante da tela.

Em “O Som do Silêncio“, uma das joias da temporada, a atuação de Ahmed se revela brilhante, consolidando o artista como um fortíssimo candidato à vitória na categoria de “Melhor Ator” . Mais que contrastante por si só, o longa é uma expressão vibrante de autoaceitação, e foi condecorado com seis indicações ao Oscar, incluindo “Melhor Filme” e “Melhor Ator Coadjuvante”.

Assista “O Som do Silêncio” no Prime Video.

Nota do autor: 95/100

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