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Crítica | 5 anos do “Lady Wood” de Tove Lo

Lançado em 28 de outubro de 2016, o segundo disco de estúdio da Tove Lo parece hoje impermeável ao esquecimento.

A ode sexual que percorre por absolutamente todos os trabalhos de Tove Lo é uma das principais dilatações que fazem com que as obras da cantora sueca – que chegou aos ouvidos de muitos com “Habits (Stay High)” – sejam capazes de proporcionar os mais irresistíveis orgasmos sonoros. E Lady Wood, álbum visual lançado em outubro de 2016 e, que hoje completa cinco anos, é o que mais promove tal aventura.

Em uma dúzia de músicas, Lo incendeia a pista de dança com sons que exalam maturidade e confrontam rompimentos e pessoas envolvidas em tais bagunças. “You think I want to, no I hate that he wins / How to forget how fucking broken I’ve been”, canta ela em uma das melhores faixas do projeto, a electro-house ”Keep It Simple”, que alavanca um teor de vitória e cura amarga.

Parece que o projeto inteiro acontece durante uma festa e na madrugada após ela, tudo aqui é disposto com nuances frias, mas que esquentaram em algum momento a balada de maneira que o que sobra é apenas o after dos dolorosos sentimentos que faz jus a uma montanha russa. Parece confuso, mas o disco inteiro proporciona tais descobertas indo direto ao ponto nervoso, tal como a persona que a artista exala. O momento agora é para dissecar sobre como o sangue dela ferveu.

Cool Girl“, single contagiante que abriu a fase e uma das melhores do seu repertório, firma o quanto ela domina o que faz e tem segurança de quais passos andar. Foi um primeiro vislumbre que atirou bem no alvo ao introduzir a nova jornada. Sem mencionar o vídeo para a faixa, que é ótimo e mostra o visual calorento de um dos curtas feitos para o álbum.

O entusiasmo vibrante que todas as canções expressam são apenas gloriosos quando paramos para pensar que só termos isso em mãos pelas criações da Tove Lo. Os sintetizadores glamorosos de “True Disaster” convidam o ouvinte para dançar sem intenções de parar, seja de dia ou noite; enquanto a solidão provocada por “Flashes” já pede que essa dança seja feita com cautela, mas sem gritar isso: “You think I’m surrounded / But baby, I do most of this alone“.

E mesmo que algumas canções pareçam estar ali dentro do conjunto com uma única estética que gira em torno de uma produção um pouco repetitiva, aqui ou ali, os anseios, dores, e as várias narrativas que Lo explora são deleitosos o suficiente para querer uma revisitação. Mas às vezes encontramos técnicas que são disformes e florescentes das vistas nas outras faixas, como “Vibes“, que usa violão e os moldes eletrônicos presentes no disco para diagramar uma música impaciente, dando vida ao pop minimalista da artista com um brilho autêntico e luxuoso. Ou “Flashes“, que no seu fim explode e provoca um dos melhores momentos do registro inteiro.

Tove Lo não rascunha crenças com esse seu segundo disco, mas sim as tinge com uma tinta espessa. E tudo se torna permitido através de uma adoração universal e com uma psique inteligente perante assuntos como sexo, desejo, emoções, perdas, os altos e baixos do amor e outros temas que nenhum outro artista ousaria trazer anelado de músicas balanceadas o suficiente para agitar a cabeça, o coração e a pista de dança, tudo ao mesmo tempo.

Hoje, escutando o Lady Wood no seu aniversário de meia década, a vontade de poder sentir a refrescância que disco provocaria em uma festa fora de casa, na rua, com o fone ou sem, em uma balada flamejante, ou até mesmo no mais simples ambiente dançante, inflama ao máximo, exigindo que a nostalgia que cobre todas as doze músicas se faça profunda e impermeável ao esquecimento.

Nota do autor: 75/100

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