Entrevista | Luísa Nascim (Luísa e os Alquimistas) está pronta para sua nova fase

Diretamente do Festival Forró da Lua Cheia, o escutai bateu um papinho delicioso com a vocalista do grupo Luísa e os Alquimistas

Junto com a cobertura do Festival Forró da Lua Cheia, o escutai também traz agora uma entrevista com Luísa Nascim, vocalista da banda Luísa e os Alquimistas, grupo original de Natal, Rio Grande do Norte, que honrando seu nome traz uma alquimia de ritmos como o brega, piseiro, hiperpop e funk.

Além disso, o grupo ainda junta tudo isso ao seu estilo irreverente de se vestir: muito brilho, cores fortes, misturas de tecidos e texturas – a banda cria uma identidade visual inconfundível, que a torna um destaque onde for. Ficou curioso? Então se liga como foi esse bate papo na loucura corrida de show no festival.

Oi Lu, como vai? Pra quem não conhece, nos diga quem é Luísa Nascima.

Luisa Nascim: Eu sou Luísa Nascim, sou de Natal, Rio Grande do Norte. Tô aqui no Forró da Lua Cheia junto com a minha banda Luísa e os Alquimistas. Sou frontwoman, a gestora da banda – a patroa da banda, como eu costumo dizer.

A gente tá aí rodando desde 2016/2015, temos três discos lançados, um ep – estamos preparando pra lançar o nosso próximo álbum.

Ah, então fala um pouquinho sobre o próximo álbum. O que você já pode falar?

A gente está nesse processo e tal… Não posso falar muita coisa, mas que é um disco que vai trazer mais forte ainda esse lance que eu tenho de cantar em várias línguas, né – então a gente vai trazer isso nesse trabalho, mirando também no mercado internacional. Então é um disco que vai ter muita música em inglês, espanhol, francês e português.

Eu ia perguntar sobre isso, porque vocês não trazem apenas o inglês e o espanhol, como também o francês. De onde veio a ideia de também trazer o francês?

Luísa Nascim: São as línguas que eu tenho acesso. Essa proximidade, essa afinidade [é porquê] eu sempre gostei de estudar línguas, viajar. Minha mãe é professora de inglês, então tenho essa coisa desde pequena. Compor em várias línguas sempre foi uma possibilidade de ter mais liberdade de misturar rimas.

Recentemente vocês fizeram uma parceria com a Letrux, “El Misterio Ya Está Aqui“. Queria saber de como surgiu a ideia desse feat?

Já faz um tempo que nos encontramos nos palcos, nos festivais da vida. A gente já abriu show dela algumas vezes, desde o nosso segundo álbum, “Vekanadra”, a gente já tinha se trombado em João Pessoa e isso foi ficando mais recorrente. Nesse réveillon de 2021 pra 2022, [a gente] dividiu [o palco] uma noite lá em Recife e aí ela me chamou pra cantar com ela, então essa relação acabou ficando mais próxima.

Nós (a banda) estávamos nesse processo de compor coisas novas, pro disco novo e acabou surgindo esse beat e aí eu lembrei muito dela (Letrux). Foi um ponto de encontro entre os dois trabalhos. Chamei ela pra compor em espanhol e ela super topou. Ficamos bem felizes com essa parceria

De onde surgiu o conceito do clipe, que é uma animação, que utiliza desses elementos atuais, assemelhando-se aos conceitos de metaverso. Como foi fazê-lo?

Luísa Nascim: Somos uma banda independente e como a maioria dos artistas do Brasil, está difícil essa retomada. Tivemos que lançar a distância pois, estávamos em Natal e a Letrux mora no Rio de Janeiro, então procuramos uma maneira de deixar o material legal, mesmo que não tivéssemos grana pra se encontrar e montar um clipão, já que também estamos investindo muito nesse próximo disco. Então fomos criativos!

Eu já estava muito afim de trabalhar com o Jean Petra, que é quem faz o 3D, ele é um artista de Belém do Pará. Tem alguns artistas de lá com quem eu tenho trabalhado, não é só ele, pois eu gosto muito de descentralizar do eixo Rio-São Paulo, estar atenta ao que rola em todo o Brasil. E deu certo! Eu já admirava o trabalho dele e não dava pra nos encontramos pessoalmente, daí surgiu a ideia da animação, de fazer nossos avatares. É um tipo de linguagem que tem tudo haver com a banda também.

Seu último EP também foi nesse esquema remoto?

Luísa Nascim: Sim! Foi bem desafiador pensar nessa identidade visual sem ter todo mundo por perto, mas encontramos maneiras de fazer. E é massa! A gente vai experimentando, se jogando!

Algo muito interessante que eu percebi no trabalho da banda é essa relação com a moda. Tanto em músicas como Brechó ou até mesmo na capa do Jaguatirica Print. Então eu queria saber quais são suas referências de moda e por quê a moda é um elemento tão importante na sua arte?

Luísa Nascim: A moda é uma forma de nos colocarmos no mundo, de sermos vistos, o trabalho da imagem pode ser muito além de algo superficial. Pra mim, ela é uma ferramenta pra mostrar um pouco mais quem eu sou internamente. E eu sempre gostei disso (moda), inclusive, faço trabalhos pra outras artistas de stylish, maquiagem… eu sou multi-artista, já fiz circo também.

Eu gosto de customizar roupas e fazer bijuterias, então trazer isso pras músicas é muito legal. Isso traz uma identificação e incentiva as pessoas a se vestirem como quiserem, sem se importar com o que os outros pensam.

Poderia citar alguns artistas que você admira fora do eixo Rio-São Paulo?

Jean Petra, que fez a arte em 3D [do clipe El Misterio Ya Está Aqui]; tem o Matheus [Almeida], que dirigiu o clipe de BREGA NIGHT DANCE CLUB, que é uma parceria nossa com a Keila. Ele é um artista muito f*da, a gente concorreu ao MVF (Music Video Festival) que é uma premiação nacional, e estamos gravando mais coisas com ele.

Tem também a Miss Tacacá, que é uma DJ maravilhosa de Belém do Pará. E aí lá de Natal tem muita gente: Alice Carvalho, uma mina preta que faz protagonizar uma série da Amazon – lésbica, enfim, ela é babadeira! Quem não conhece, vai conhecer, que ela ficará famosa muito em breve.

Total
0
Share