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Crítica | Deize Tigrona, “Foi Eu Que Fiz”

O primeiro álbum de Deize Tigrona, um dos nomes mais importantes do funk brasileiro, é um baile gritante e muito bem encorpado

A primeira mulher do funk. Esse é um jeito forte de se nomear alguém. Quem o carrega é a boníssima Deize Tigrona. Dar de cara com um um dos mais marginalizados gêneros do Brasil e encontrar a funkeira é crucial para entender a importância e versatilidade que esses artistas oferecem.

Surpreendentemente, tal conquista brilha mais com o Foi Eu Que Fiz, primeiro álbum dela após 10 anos. É de extrema relevância situar que ele conta com vários produtores que dão o devido valor ao que o registro e Deize merecem, entre eles: JLZ, Teto Preto e Badsista.

Crédito: reprodução/Deize Tigrona

Bastante das letras colocam em tese o ponto mais alto da funkeira: a questão do humor. Essa persona cresce com um uso sensacional de beats envolvendo o próprio funk, pop, trap e as músicas eletrônicas. Essa junção de ritmos culmina no maior ápice do registro, junto, obviamente, de quem entona as letras extremamente explícitas e engraçadas.

No entanto, parece que ao inserir ‘Monalisa‘ na segunda posição da tracklist o objetivo é instantaneamente fazer com que o ouvinte entenda que Deize é muito além daquele funk escrachado. De repente, a canção ímpar se torna a melhor de todo o projeto.

No fim de tudo, se percebe que o objetivo aqui não é contrariar a ideia de que sintonia da cantora precisa ser alterada (ninguém jamais falaria isso), mas é na verdade uma proclamação para que ela continue onde está. É como colocá-la no na primeira posição e vangloria-la com a maior classe do mundo.

Um manifesto nas entrelinhas e um baile inquieto em cada batida

Os elementos potentes das mesas dos produtores colocam tudo em um posto único e inigualável para as composições explícitas. ‘Bondage‘, por exemplo, é gritante em qualquer sentido que se propõe. Quando chega em sua atitude mais berrante, a única sensação que se faz é a de dançar sem a menor das regras. ‘Sobrevivente da Rave‘ se compromete em fazer o mesmo, mas em um grave não tão denso, mas ainda assim super elétrico.

Crédito: reprodução/Deize Tigrona

A faixa de abertura causa ótimas gargalhadas, porém, coloca em evidência a autoridade do projeto, além de soar como um clássico atualizado do gênero; enquanto isso, a canção título deixa muito claro quem pode ser classificada como a mandante. As adições da produção são insanas.

Foi Eu Que Fiz é como um todo uma peça surpreendente para se engradecer aqueles que sentem orgulho de quem são. Funciona em absolutamente quaisquer energias que deseja canalizar e oferece com extrema categoria o melhor da junção entre cantor e colaborador. Além de distribuir com sublimidade o funk do futuro com o do passado.

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