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Crítica | Sam Smith, “Gloria”

Gloria, 4º álbum de estúdio de Sam Smith soa mais confortável, levemente audacioso e consciente de sua essência musical e artística.

Gloria’, novo trabalho de Sam Smith, explora ainda mais sua veia pop, sem deixar de lado seu estilo característico já registrado. No projeto, é possível perceber que Smith tem cada vez mais consciência do que sabe fazer musicalmente.

Diferente de ‘Love Goes’, seu álbum anterior, aqui não há lugar para linearidade musical e isso em momento algum diminui o valor da obra, pelo contrário, é na versatilidade de estilos que a obra se destaca.

Sam parece mais à vontade para cantar canções dançantes e com teor mais sexy, mostrando que embora tenha forte influência no R&B e no jazz, ele é sim capaz de entregar pop de qualidade, como já ficou bem evidente no hit ‘Unholy’, parceria com Kim Petras.

Crédito: Capitol Records (2023)

Por falar em parceria, este novo projeto, conta com featurings com a canadense Jessica Reyez, a jamaicana Koffee e o também britânico, Ed Sheeran. Os feats acabam por trazer para a obra uma fluidez interessante, mesmo que não haja um entrelace evidente entre as músicas.

Em 13 faixas, Smith explora estilos que já mostrou dominar de um pop dançante, sexy e expressivo às baladas melódicas já características. Até o que parece ser ‘mais do mesmo’, segue sendo perfeitamente bem executado.

O som dos instrumentos de orquestra segue presente, assim como a sonoridade de “coral” trabalhada muito bem junto de seus backing vocals, mas agora Sam também traz as batidas do disco e do pop dos anos 80 (tendência musical muito presente entre os artistas no último ano).

‘Gloria’ é consciente, pessoal e autoexpressivo

Não é de hoje que Sam Smith vem abraçando sua verdadeira essência como pessoa e a unificando em sua arte. Smith, que se identifica com a não-binaridade, está cada vez mais queer e consciente de si – algo mostrado com orgulho no decorrer do projeto.

Sua identidade de gênero é extremamente evidente no material, já que ela possui uma fluidez queer muito presente. São usados elementos visuais, parcerias e até mesmo sons para evidenciar isso.

No single ‘I’m Not Here To Make Friends, por exemplo, contamos com a voz da drag queen RuPaul recitando sua tão famosa frase: “If You don’t love yourself, how in the hell you gonna love somebody else/Se você não consegue se amar, como diabos poderá amar outra pessoa”.

Crédito: Capitol Records (2023)

O álbum marca uma nova fase do artista, seja porque traz mais experimentações musicais ou por simplesmente apresentar um momento em que Sam está mais seguro de si e canta sobre amor próprio. 

Gloria’ não é um álbum inovador ou que quebra barreiras, tampouco é um projeto pretensioso, ele é acima de tudo é uma obra genuína, íntima e extremamente livre. Mostra sim, que Sam Smith não só pode, como deve ousar em um próximo projeto com mais pop, mais dança e ainda mais queer.

Ouça ‘ Gloria’ nas principais plataformas digitais.

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