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Tove Lo mostra todo o seu prazer em show vibrante em São Paulo

Além do repertório cheio de sucessos dançantes, a apresentação teve participação de MC Zaac

Tove Lo esquentou o clima ontem em São Paulo. Depois de fazer um dos melhores shows do Lollapalooza no último final de semana, a cantora apresentou a Dirt Femme Tour para um público sedento por suas canções e que lotou a casa de shows Audio para conferir de perto o tamanho do seu tesão. O escutai esteve presente à convite da gravadora da artista no Brasil, a Virgin Music.

“Pineapple Slice” e “Attention Whore”, ambas presentes no disco mais recente da cantora, abriram caminho para o desfile de hits dance pop de Lo. Na sequência, “Cool Girl” acendeu a faísca que faria o público explodir a seguir, com “Are U gonna tell her?”. Os primeiros acordes da música foram suficientes para uma onda de celulares apontados para o palco tomar conta da visão, ansiosos pela aguardada participação de MC Zaac. O cantor foi ovacionado pelo público, que seguiu cantando alto junto dos artistas.

Depois da primeira das duas trocas de looks da noite, a cantora voltou ao palco para apresentar “2 Die 4” e realizar a esperada performance de “Talking Body”, fazendo a plateia – formada principalmente por homens gays – enlouquecer ao mostrar os seios enquanto ela cantava que queria transar para sempre. Aos gritos, Tove Lo era chamada de gostosa pelos fãs. A setlist seguiu com “Really don’t like u” (parceria com Kylie Minogue) e “disco tits”, fechando o bloco mais sensual do show.

Tove Lo sabe muito bem como conduzir seu público para criar diferentes momentos de catarse coletiva ao longo da apresentação, e parece se divertir durante todo o tempo, mesmo sem fugir do roteiro – a exceção foi quando ela pegou um dinossauro inflável das mãos de um fã na segunda música. Seu show é vibrante e ganha brilho especial com o design de luz sob medida e os visuais exibidos no telão, mas é a sua banda que faz grande diferença no espetáculo.

Crédito: Tove Lo por Rafael Strabelli (reprodução, 2023)

O trio formado por baterista, baixista e tecladista expande o brilho dos arranjos e traz ainda mais energia para as músicas de Lo, mostrando que, sim, uma cantora pop deve ter uma banda que aumente o potencial do seu trabalho. Uma pena que o volume do som para o público estivesse razoavelmente baixo, fazendo com que os vocais da cantora fossem por vezes encobertos pelo coro da audiência.

Abrindo outro bloco do concerto, Tove Lo fez uma versão acústica de “Moments” seguida por “True Romance”, criando um momento tranquilo e que proporcionou uma das melhores visões do show, sem tantos celulares levantados que atrapalhavam a experiência de quem estava mais ao fundo na pista. O repertório seguiu com “Grapefruit”, “Glad He’s Gone”, “Suburbia”, “Borderline” e “How Long”, executando uma versão mais longa do setlist tocado no Lollapalooza. A despedida foi com “True Disaster”.

De volta ao palco para o encore, e vestindo um body metálico que lembra uma armadura, Tove Lo apresentou “hey you got drugs?” a pedido do público antes de partir para o encerramento com dois dos seus maiores sucessos, a eterna “Habits (Stay High)” e “No One Dies From Love”, cujo clipe foi dirigido pelo duo brasileiro Alaska, em mais uma demonstração da relação da artista com o nosso país.

Com cerca de 1h30 de duração, o show de Tove Lo é uma aula de como fazer um bom show pop sem grandes cenários e pirotecnias, dada por uma das mais interessantes e subestimadas artistas surgidas nos últimos vinte anos. Também é uma festa queer electropop em celebração ao desejo e a liberdade sexual. Uma experiência e tanto.

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