É muito difícil mensurar o quanto os Beatles transformaram a indústria da música, pois, diferente do filme “Yesterday” (2019), não conhecemos uma realidade sem o quarteto de Liverpool. Provavelmente, não teríamos shows megalomaníacos em estádios com capacidades para milhares de fãs. Graças a apresentação que ocorreu no Shea Stadium em 1966, primeira a acontecer em um estádio, que o Allianz Parque pode receber Paul McCartney nos dias 7, 9 e 10 de dezembro, com sua turnê Got Back.
Um dos grandes triunfos do ex-beatle, para além de suas composições e músicas, é a sua presença de palco. Paul ama o público e eles o amam ainda mais, justamente pelo artista não se limitar a figura de medalhão e intocável da indústria, e sim por se dar a liberdade de dizer que o “Pai tá on” ou de chamar seus companheiros de banda de “Parças”. McCartney tem carisma e sabe como agradar seus fãs.
Contudo, está faceta não se limita a estrela do show, como também para sua banda de apoio, que além mostrar uma grande habilidade nos instrumentos, também são capazes de mostrar muito carisma. Um bom exemplo é o baterista Abe Laboriel Jr., que sempre garante danças e uma interação divertida com o público.
Homenagens, hits e chuva protagonizaram show
Ademais, o setlist segue apresentando diversas eras de McCartney – do jovem rapaz que junto de alguns amigos gravou a demo de “Spite Of All The Danger”, até ao consagrado artista com mais de 60 anos de carreira em “Come On To Me”.
Dentre os momentos de grande destaque estão as homenagens a John Lennon e George Harrison em “Here Today” e “Something”, além de “My Valentine” dedicada para Nancy Shevell, sua esposa.
Não apenas as saudações às pessoas especiais de sua trajetória causaram comoção, como também os momentos apoteóticos de “Live And Let Die”, “Helter Skelter” e o “dueto” com John Lennon em “I’ve Got a Feeling”, que causaram suspiros, gritos e altos níveis de adrenalina.
Apesar de toda a energia do público, um dos maiores reveses foi a chuva forte que, inclusive, causou a saída de vários fãs antes do fim da apresentação, o que não é um demérito da apresentação, que permaneceu eletrizante.
No saldo final, é perceptível que mesmo após quase 60 anos desde Shea Stadium, Paul McCartney permanece sendo um showman impressionante. Sua mera presença já é um grande avanço evento e suas músicas envelheceram como vinho. Ir ao seu show é uma experiência inesquecível para público, independente da idade.
