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O som de girl in red parece como um (gostoso) sol frio

Atração do Lolla do ano que vem se aventura em músicas deliciosas.

Como o nome artístico de Marie Ulven surge é maravilhoso; girl in red aparece numa tentativa dela de se identificar no meio de uma multidão via texto com um amigo. É definitivamente um ótimo jeito de gerar incríveis ideias visuais.

Responsável por uma condensação de gêneros como indie pop, indie rock e dream pop, a artista aparece pela primeira vez em 2018 com a sutil “I Wanna Be Your Girlfriend”. A partir daí, com vários singles soltos (vale muito a pena conferir os EP’s e encontrar músicas incríveis como “dead girl in the pool.” ou “bad ideia“), a artista reúne em órbita um tipo de música idealmente conciso para se consumir nos dias tristes com um sol de canto.

O jeito que girl in red consegue transformar a atmosfera melancólica a sua volta é distinto da gama de artistas que tentam chegar onde ela está. É necessário um tipo de requinte que somente ela consegue evocar. Isso se dá não somente devido aos temas abertamente fortes e crus das canções, mas também em como ela extrai isso. Ou esse tipo de som é muito bem executado e cativa milhares ou ele alcança o total oposto. Não há duas chances. E parece que ela entende isso de modo extravagante dentro de sua arte, não deixando arestas soltas; os EP’s repletos de produções insanas evidenciam isso e o “if i could make it go quiet“, seu disco de estreia, cria um novo plano astral dentro disso.

Lançado em 2021, o reconhecido álbum é excelente, contraído e alto no volume. As faixas mostram girl in red numa vitrine quase épico, se não fosse por pormenores que não tão deslumbrantes — certas canções parecem não ter potência, mas essas se conta em menos de uma palma de mão.

Diante de uma técnica que não ousou ter medo de usar um bedroom pop ungido ao rock alternativo, a melancolia do registro é imperdível para conhecer o que a artista é capaz de fazer em um som quase voraz.

O seu segundo disco, o soa mais rebelde no modo de falar. Como se a norueguesa tivesse crescido não somente em mentalidade, mas também na densidade que externaliza através das suas músicas. É um grito baixo que faz bem ao coração: brilhando bem menos do que o lindo debut. Faixas como “Too Much” e “New Love” são espirituosas de se escutar, mas não passa disso. O projeto conta ainda com a nova queridinha da América: Sabrina Carpenter, que aparece na regular “You Need Me Now”.

Do tipo que parece ser aquele artista essencial para se aventurar num festival, girl in red é uma boa pedida para quem está em busca de um som relaxante e taciturno, mas, ao mesmo tempo, fresh e revitalizante.

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girl in red se apresenta no Lollapalooza Brasil 2025 acontece na sexta, 28 de março, dia também de Olivia Rodrigo e Rüfüs Du Sol.

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