5 séries distópicas para quem se cansou da realidade

Já que a normalidade não é mais a regra, aqui vai uma lista de séries distópicas que mostram que o irreal, perigosamente, não está tão longe

Se você leu o título desta publicação e, mesmo sabendo do contexto (com “C” de “caos”) que o mundo se encontra, decidiu clicar para ler o conteúdo, você provavelmente busca uma série cotidiana para assistir. Afinal, o que seria uma distopia em um universo distópico, a não ser mais um retrato do comum ou, até mesmo, um respiro de esperança? 

O termo “distopia” entrou nos charts do imaginário social dos últimos tempos. Poderia ser em razão da desordem estadunidense e de todas os seus desdobramentos, porém é por um motivo mais tranquilizante: o lançamento da segunda temporada de “Severance”, série original da Apple TV+. “Ruptura“, em português, é uma série de televisão (vinda diretamente da baderna dos cinquenta estados) de suspense psicológico e ficção científica criada por Dan Erickson e dirigida por Ben Stiller e Aoife McArdle.

As duas temporadas apresentam Mark Scout (Adam Scott), um funcionário da fictícia Indústria Lumon que se submete a um procedimento de “separação”, que divide cirurgicamente suas memórias entre a vida pessoal e a profissional. No trabalho, Mark e seus colegas não têm lembranças de suas vidas fora da Lumon – e o contrário também. Não bastasse a premissa da série ser instigante (quem não gostaria de se desligar completamente do trabalho ao chegar em casa?), a divulgação da chegada da segunda temporada contou com a instalação de uma caixa de vidro no centro da movimentada Grand Central Station, na movimentada cidade de Nova Iorque. 

Assim que foi dado o start da proposta, atores desconhecidos entraram no cubículo interpretando o papel de funcionários da Indústria Lumon. Ao longo do dia, o elenco de Severance bateu ponto e passou a trabalhar diretamente da caixa. A ativação de marketing foi um sucesso e aumentou o apetite dos fãs da série pela fuga da realidade por meio da distopia. 

Quem se interessou pela proposta de Severance pode conferir as duas temporadas na Apple TV+. Para quem já viu a série e deseja conhecer mais séries distópicas, ou apenas quer consumir esse tipo de conteúdo, aqui vão mais cinco sugestões para conferir:

Maniac

Lançada em 2018, a minissérie conta com o protagonismo de Emma Stone e Jonah Hill interpretando Annie Landsberg e Owen Milgrim, respectivamente. Na trama, uma empresa realiza um estudo farmacêutico de um novo medicamento que promete curar qualquer tipo de doença mental. No entanto, o experimento dá errado e as duas personagens são lançadas em um mundo de realidades alternativas. Sem qualquer referência de realidade, as cobaias precisam enfrentar seus traumas e demônios internos.

Baseada em uma série norueguesa de mesmo nome, Manic aborda os temas de saúde mental, tecnologia, realidade e identidade. Tudo isso com uma estética retro-futurista e muitas luzes coloridas. 

Onde assistir: Netflix

Years and Years

Essa minissérie britânica acompanha a história da família Lyons ao longo de 15 anos, em um futuro distópico, com a ascensão de um governo populista de direita. De 2019 a 2034, os episódios trazem temas como política, tecnologia, imigração, mudanças climáticas e a natureza da família para discussão. Mesmo se tratando de um enredo que avança no calendário (com a intenção de mostrar que, caso a sociedade não mude, problemas irreversíveis se sucederão), algumas das previsões apontadas já são realidade em menos da metade dos anos previstos. 

A série é uma produção da HBO e foi escrita por Russell T Davies, e é estrelada por Emma Thompson, Anne Reid, Rory Kinnear, T’Nia Miller, Ruth Madeley, Lydia West e Russell Tovey. 

Onde assistir: Max

3%

O Brasil não fica de fora dessa: 3% é uma produção tupiniquim que apresenta um futuro no qual a maior parte da população vive em extrema pobreza, enquanto uma minoria privilegiada vive em uma ilha paradisíaca, “Maralto”. Todos os anos, jovens de 20 anos têm a chance de passar por um processo seletivo rigoroso (chamado, justamente, de “O Processo”), para tentar chegar ao paraíso. A questão é que apenas 3% dos candidatos são aprovados, e tal restrição faz com que a competitividade seja altíssima, somadas às discrepâncias sociais que cada participante já enfrenta.

A ideia da trama foi concebida por Pedro Aguilera, enquanto a série em si foi desenvolvida por Dani Libardi, Daina Giannecchini e Jotagá Crema. Parte das gravações foi feita no Inhotim, o maior museu a céu aberto do mundo, localizado em Brumadinho, Minas Gerais. 

Onde assistir: Netflix

The 100

A temporalidade de The 100 se passa 97 anos após uma guerra nuclear devastar a Terra. Os únicos sobreviventes vivem em doze estações espaciais na órbita do planeta. Com o passar dos anos e das gerações, as estações espaciais já não dispõem de tantos recursos. Por isso, para tentar garantir a sobrevivência da raça humana, um grupo de cem delinquentes juvenis é enviado de volta à Terra para determinar se o planeta é novamente habitável.

A série foi desenvolvida por Jason Rothenberg e é baseada na série de livros homônima escrita por Kass Morgan.

No momento, The 100 não está disponível em serviços de streamin.

The Handmaid’s Tale

Margaret Atwood escreveu “O Conto da Aia” e, muitos anos depois, Bruce Miller adaptou a história da obra para uma série de televisão. Apesar da diferença temporal entre a publicação do livro e o lançamento da série homônima (“The Handmaid ‘s Tale”, em inglês), a trama se passa em um futuro próximo. O regime vigente é chamado República de Gilead, no qual, em meio ao totalitarismo e a teocracia, as mulheres são subjugadas e tratadas como propriedade do Estado. Nesse universo, as mulheres férteis, as “Aias”, são forçadas a servir como barrigas de aluguel para a elite dominante. Os acontecimentos da série giram em torno de June Osborne, uma Aia que luta para sobreviver e resistir ao regime opressor, interpretada por Elisabeth Moss.

Onde assistir: Disney+, Paramount+, Prime Video e Globoplay

Bônus: Black Mirror

Como falar de séries distópicas e não mencionar a produção que já virou adjetivo? Se você já ouviu alguém dizer que alguma coisa é “tão Black Mirror”, é porque meu ponto apresentado no início do texto, infelizmente, já está de certa forma concretizado. Bastante disseminado por aí, o seriado é uma antologia criada por Charlie Brooker e explora as intercessões entre tecnologia e sociedade. Os episódios não são lineares, ou seja: você pode assistir na ordem que quiser.

Onde assistir: Netflix

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