Se teve um ano com muitas revelações positivas, esse ano foi 2019. Eu nunca fui de acompanhar muito bem o setor musical brasileiro até final de 2017 onde conheci alguns cantores novos da MPB POP como o Jaloo, por exemplo. Desde então venho me atentando cada vez mais nessa pauta e em 2019 consegui aprender, conhecer e ouvir ótimos trabalhos, e muitos deles estão reunidos aqui nessa lista maravilhosa.
De canções que falam sobre amor, até aquelas que falam sobre o apartamento em que vivem, os artistas tem mostrado cada vez mais singularidade e pluralidade naquilo que se propõem a lançar pro mundo, e eu acho que isso é o que mas me prende ao ouvir um disco. Coisas diferentes, sonoridades fora do comum, letras que fazem me identificar não por fazer parte de algo da minha vida mas por transmitir relações da qual eu busco ou gostaria de viver.
Vivemos em tempos tão obscuros com restrições, censuras e pessoas querendo calar a arte alheia que é sempre ótimo ver que a cultura musical brasileira está ficando cada vez mais rica, apesar de tudo isso, com tanto artista talentoso aparecendo e criando trabalhos com qualidade tanto sonora como visualmente, pensando em seus projetos como um todo, desde o primeiro acorde até a finalização de uma era. Espero que isso aconteça muito mais daqui pra frente.
Ah, vale lembrar que essa lista dos 50 melhores álbuns nacionais de 2019 não é categorizada do pior para o melhor, todos eles tem trabalhos incríveis e por isso estão aqui. Alguns são conhecidos de público, outros nem tanto, então fica a dica pra conhecer.
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Além de ler sobre os álbuns separamos uma playlist especial com uma música de cada um pra você ter um gostinho das obras que citamos aqui.
Confira a lista completa
50. Singapura – Songs For Dara
Arranjos e melodia melancólica, “Songs For Dara” do Singapura traz um contexto um tanto quanto peculiar pra nova fase da música brasileira alternativa.
49. Tiago Iorc – Reconstrução
Depois de anos afastado da mídia e em meio à críticas por sua releitura de “Desconstrução” do Chico Buarque, Tiago Iorc entregou “Reconstrução”, um álbum bem produzido acompanhado de 13 clipes que acompanham a história como um todo. Destaques para “Faz” e “Tangerina” que meses depois do lançamento ganhou uma versão com Duda Beat em seu álbum acústico de mesmo nome. Leia mais aqui.
48. Jão – ANTI-HERÓI
Com 10 canções, “Anti-Herói” é um álbum sobre amor e mostra os dois lados de amar alguém. O sofrimento se evidencia com mais frequência mas também dá lugar ao sentimento apaixonante. Jão consegue produzir um álbum coeso e bem elaborado porém ainda não mostra totalmente seu potencial. Leia mais aqui.
47. Marcelle – DiscoNeXa
Uma grande descoberta de 2019, sem dúvidas! Marcelle, diretamente de Sergipe, apresenta despretensiosamente um álbum pra sentir profundamente enquanto se escuta. “DiscoNeXa”, seu terceiro álbum de estúdio, vem coberto de referências e de batidas contagiantes de sintetizadores, ruídos eletrônicos e vozes instrumentais, objetivando sempre o diálogo com quem escuta. Ritmos esses que vêm tomado gosto do público cada vez mais.
46. Rodrigo Alarcon – Parte
Sincero e apaixonado. De Socoracaba para os nossos ouvidos, o ritmo solene de Rodrigo fica visível nesse trabalho onde mistura o gingado de samba com MPB da era de ouro, bem diferente do que é acostumado a fazer. Um destaque especial pra participação da Liniker na faixa “Amor Acidente” que ficou simplesmente incrível.
45. Hot e Oreia – Rap de Massagem
A mensagem de “Rap de Massagem” já fica visível na cômica capa do álbum, mostrando a dupla em uma cena um tanto quanto diferente. Hot e Oreia consegue retratar de forma cômica e muito realista situações abrangentes do cenário Brasileiro como racismo, política e religião. Uma grande exposição cruzada de ideias que sintetiza versatilidade e muitas ideias a serem ditas em forma de música.
44. Romero Ferro – FERRO
Romero Ferro, cantor e compositor pop pernambucano, estreou no cenário musical com o EP “Sangue e Som”, em 2013. Chegou de mansinho e está conquistando seu lugar de direito. Com hits como “Corpo em Brasa”, com a Duda Beat, e “Tolerância Zero”, com Mel (da Banda Uó) e Hiran (amamos!), mostrando muito bem seu intuito com o álbum “FERRO”.
43. Thiago Pethit – Mal dos Trópicos (Queda e Ascensão de Orfeu a Consolação)
Pethit sempre entrega obras que valem a pena serem apreciadas e “Mal dos Trópicos” não deveria ser diferente. Esse é o primeiro registro inédito do artista em quase 6 anos longe da música e se distancia do Thiago Pethit que conhecemos, aquele do rock nostálgico. Aqui também conhecemos um novo Pethit, mais dark, mais sombrio e melancólico.
42. Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell
Gustavo de Almeida Ribeiro entrega seu terceiro álbum de estúdio como “Black Alien”. O trabalho, inédito após quase uma década sem lançamentos, consegue transitar entre experiências passadas e atuais de forma a conversar com diversos temas provocantes. O uso da linguagem metafórica, uma marca visível do artista, se faz por diversas vezes presentes em “Abaixo de Zero”.
41. Julio Secchin – Festa de Adeus
Da direção de clipes (Silva, Lucas Santtana) para seu próprio trabalho de inéditas. Julio Secchin trafega entre a bossa, flerta com o samba, e entrega um trabalho inédito bem diferente de seus últimos projetos, e dessa vez totalmente independente.
40. Bruna Mendez – Corpo Possível
Estamos de olho na Bruna desde o lançamento de “O Mesmo Mar Que Nega a Terra Cede à Sua Calma”, de 2016. Agora em 2019, a artista vem com “Corpo Possível”. Um álbum com 11 faixas e que traz uma sonoridade sedutora, atemporal e marcante. Destaques para a faixa-título e a participação de Tuyo em “Pele de Sal”.
39. Yhago Sebaz – Meio Amargo
Relações abusivas, melancolia e uma a sinceridade de se abrir como num livro marcam “Meio Amargo”, novo disco do cantor e compositor maranhense Yhago Sebaz. O projeto busca aproximar as decepções amorosas e reflexões existenciais das letras com uma sonoridade pop afrofuturista. Negro, gay e nordestino, o artista faz de sua jornada inspiração para seu trabalho. Yhago trabalha em novas canções com influências do soul, blues e hip hop com uma roupagem pop e urbana, refletindo a negritude sob o olhar de um artista que não esconde quem é. Leia mais aqui.
38. Clarice Falcão – Tem Conserto
Em seu novo projeto “Tem Conserto”, Clarice Falcão apresenta uma nova versão artística da que conhecemos em “Monomania” de 2013, onde escutávamos o folk e synthpop com letras humoradas e ganchos bem colocados. Aqui, para a surpresa de muitos, Clarice flerta com o eletrônico e deixa de lado a parte irônica e rimas engraçadas para dar espaço à mensagens sérias que precisam ser ditas. Ela nos apresenta a Clarice Falcão, um ser humano que, como muitos de nós, já lidou com problemas na vida, depressão e ansiedade.
37. Luísa Sonza – Pandora
“Pandora”, o primeiro álbum de Luísa Sonza, foge um pouco do pop de coreografias e refrões fáceis. O álbum de Luisa Sonza, que veio acompanhado de visuais para todas as suas faixas, tem participações como Pabllo Vittar e Vitão. Com capa inspirada em “Dangerous” (de Michael Jackson), o disco tem seis músicas com assinatura da dupla André Vieira e Wallace Vianna. E ainda teve uma homenagem à mãe dela na faixa “Eliane”.
36. Tássia Reis – Próspera
Em “Próspera”, trabalho inédito e independente da Tássia Reis, acompanhamos versos explícitos de mensagens contra o racismo, a força que o feminismo negro tem e principalmente, o alor da conquista diário que o ser minorizado tem todos os dias. Conceito esses que guiam quem ouve o “Próspera” até o último segundo da obra.
35. As Bahias e a Cozinha Mineira – Tarântula
Assucena Assucena contou no programa “Cultura Livre” (out/2019) que “Tarântula” foi uma operação no final da ditadura militar para institucionalizar a violência contra a população LGBTQ+ e, principalmente, as mulheres trans na cidade de São Paulo. O terceiro disco da banda vem diferente de seus antecessores mas é justamente esse o propósito, perceber a mudança e traçar novas mensagens. “Tarântula” vem para se tornar uma mensagem atemporal sobre um tema ainda em questionamento e uma pauta primordial.
34. YMA – Par de Olhos
Seu primeiro álbum de estúdio, Yasmin Mamedio apresenta um trabalho feito peculiar e versátil. “Par de Olhos” tem uma mistura de ambientações sonoras antigas e atuais, que não se atritam e sim se completam. As letras fortes e embalçadas de sentimentos nos transportam para um mundo só seu.
33. Dona Onete – Rebujo
Dona Onete traz o característico linguajar e ritmo do Pará com um belo e sutil toque de POP. Pra quem não é familiarizado, expressões como “rebujo”, “maculelê” ou “banguê” são como mandarim, mas Dona Onete consegue expor o que são e ainda coisas mais. É uma viagem imersa à maravilhosa cultura do estado do Pará.
32. China – Manual de Sobrevivência Para Dias Mortos
31. Elza Soares – Planeta Fome
Com capa feita pelo cartunista Laerte remetendo a um episódio marcante de 53 onde a rádio se encontrava em sua época de Ouro. Em “Planeta Fome” Elza caminha junto com a nova MPB, flerta com a receita de seus antecessores “Deus é mulher” de 2018 e “A mulher do fim do mundo” de 2016. Canta sobre o amor ao Brasil e puxa para a discussão tudo aquilo que acha errado no país.
30. Supervão – Faz Party
29. Ana Frango Elétrico – Little Electric Chicken Heart
28. Fafá de Belém – Humana
O 26º álbum de Fafá de Belém, “Humana”, chega com produção musical de Arthur Nogueira, Fafá dá vida à faixas inéditas de de Adriana Calcanhoto em “O terno e perigoso rosto do amor” do poema de Jacques Prévert, Ava Rocha e Arthur Nogueira em “Ave do amor”, Letrux (Letícia Novaes) em “Alinhamento energético” e Fátima Guedes que assina “O resto do resto”.
27. Anavitória – N
Definido pelo duo como “um filme de ouvido com músicas costuradas como uma colcha madrigal”, o disco “N” que foi lançado de surpresa pela dupla Ana e Vitória é além de um tributo ao grandíssimo Nando Reis, um presente aos fãs dos 3 artistas. Conta com 8 faixas regravadas e alguns instrumentais belíssimos, e se inicia com um depoimento de Nando com 30 segundos na faixa “voz e violão” falando sobre a maneira como os artistas compõem suas canções muitas vezes a partir de seus erros.
26. Marcelo Jeneci – Guaia
Como o próprio Marcelo o definiu “o disco é uma percepção de quem eu sou”. É um trabalho sincero, maduro, refletindo o artista que Marcelo é, juntando todos os pedacinhos da vida, desde se início até o degrau atual. A busca por suas raízes é evidente em “Guaia” com suas 10 faixas mais do que completas.
25. Ambivalente – Memorycard
Memórias não morrem. “Memorycard” de Ambivalente quer ir além dos conceitos puros de memória e levanta a reflexão de que tudo são lembranças. Críticas sociais, ansiedade, luto, depressão, amor e questionamentos são os pontos-chave de abordagem das 8 faixas do disco.
24. Alice Caymmi – Electra
“Electra” é o quarto álbum de Alice, produzido pela própria com o DJ Zé Pedro em 2 dias. Repleto de composições autorais de Tim Maia, Fagner e Maysa e cocriação no piano de Itamar Assiere, Electra vem para celebrar fortes letras. Alice interpreta “Electra”, que estampa a capa do disco, com a faca, símbolo da aura trágica da personagem grega.
23. Selvagens à Procura de Lei – Paraíso Portátil
Diferente (positivamente) dos outros trabalhos, “Paraíso Portátil” do Selvagens à Procura de Lei veio pra mostrar outro lado da banda. Quebrando expectativas do público que esperava um trabalho extremamente político, agressivo e de bandeira, a banda pegou justamente a contramão desse raciocínio: vamos ter calma, coisas melhores vão acontecer. Acertaram em cheio. É possível assemelhar o disco com ritmos de Twenty One Pilots ou Tame Impala, coeso e com um flerte na psicodelia.
22. Gabriel Gonti – Gonti
Depois de “Nuvens”, seu último single produzido pela Ana Caetano do Anavitória, a vibe leve e descontraída marca esse novo disco do Gabriel que leva seu sobrenome no título, “Gonti”. Mineiro, vido do interior, o artista trouxe suas principais essências, sua positividade e alegria para tornar essas músicas reais.
21. O Terno – <atrás/além>
Formado por Guilherme D’Almeida, Biel Basile e Tim Bernardes, “O Terno” lança seu quarto álbum e dessa vez apresenta, como o próprio nome diz “<atrás/além>”, a linha tênue de ser ou não ser velho ou jovem demais. Em 12 canções, O Terno apresenta um retrato de angústias de uma geração que já foi eufórica demais, diz adeus ao seu eu que já passou e aceita ser a sua próxima versão. Recomeçar!
20. Luísa e os Alquimistas – Jaguatirica Print
Luísa e os Alquimistas se mostrou uma das grandes revelações nacionais esse ano. Misturando pop, brega e reggaeton, Luísa Nascim conseguiu transcrever suas desilusões, conflitos e romances em um álbum sonoramente gostoso de ouvir e de se identificar, repleto de referências de pelo menos duas décadas.
19. BaianaSystem – O Futuro Não Demora
Lançado no ano que a banda completa sua primeira década de existência, “O Futuro Não Demora” faturou o Grammy Latino de Prêmio de Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa. Repleto a colaborações e participações, as 13 faixas do disco nos conduz meio à histórias e destinos da Bahia.
18. Cigana – Todos Os Nós
O álbum de estreia da paulistana “Cigana”, “Todos os Nós”, nos apresenta uma explosão de sensações contemporâneas e ritmos. Segundo Matheus Pinheiro, o disco “reflete um ponto final e um ponto inicial”, final por ser o fim de um ciclo de descobertas e inicial pois é onde a carreira da banda realmente se inicia (e que pontapé inicial glorioso!).
17. Boogarins – Sombrou Dúvida
Gravado em Texas, Boogarins volta com um novo projeto de inéditas chamado “Sombrou Dúvidas”. O grupo que é considerado um dos mais vitoriosos do rock alternativo atual não decepcionou. Dessa vez a banda trouxe uma produção mais limpa sonoramente, diferente do antecessor “Lá vem a morte” de 2017. Foi uma produção conjunta, criada em parceria e ao mesmo tempo, um arranjo de colagens neopsicodélicas.
16. Rosa Neon – Rosa Neon
A capa é referência ao clássico “Doces Bárbaros” de 76, encontro entre Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Formado por quatro músicos atuantes na cena independente de Belo Horizonte, Rosa Neon é a junção de anseios e vontades de se permitir artisticamente. O trabalho autointitulado é reflexo disso e se transforma na junção de um aglomerado romântico em busca de um amor.
15. Scalene – Respiro
“Respiro” é sem dúvidas uma mudança radical pra Scalene. Conhecidos em “Magnetite” de 2017 por se ambientar em um universo hardcore, aqui, a trajetória traça um som mais brasileiro, sereno e acústico, só que fugindo do clichê. As participações de Xênia França e Ney Matogrosso e vocais de Hamilton de Holanda e Beto Mejía cabem como uma luva em suas respectivas faixas que ajudam a contar a história da obra como um todo.
14. Terno Rei – Violeta
Conhecidos pelo ritmo lo-fi anteriormente, o Terno Rei apresenta nessa nova fase da banda um pop tímido mas que talvez tenha gostado de ser apresentado. A linguagem única dos integrantes fica claro em “Violeta” e esse processo de desprendimento estético depende exclusivamente dessa relação e sintonia. Esse disco é um grande reflexo do exercício quase que infinito de reconstrução por qual todos deveríamos passar.
13. Francisco, el Hombre – Rasgacabeza
Constante movimento, energia em alta, loucura, talvez? “RASGACABEZA” de Francisco, El Hombre vem repleto do uso de metáforas. Estamos imersos em uma bolha que parece não estourar. A banda arriscou, surpreendeu positivamente e construiu uma tentativa de nos acordar pra vida.
12. Céu – APKÁ!
Pessoal já no nome, “APKÁ!” é uma expressão que é constantemente dita pelo filho da artista, Antonino. Dos mesmos produtores de “Tropix”, Pupillo e Salters, esse novo disco dialoga pessoalmente com seu antecessor e traz o duo Tropkillaz com um namoro gostoso nas batidas conhecidas dos anos 80.
11. Fresno – sua alegria foi cancelada
Desde o anúncio até seu lançamento, a nova era da Fresno veio de forma impecável visual e sonoramente. Após 3 anos sem lançar nada inédito desde “a sintonia de tudo que há”, “sua alegria foi cancelada” veio em uma hora que ninguém esperava e era tudo que podíamos querer. Letras fortes sobre sentimentos, melodias com batidas marcantes e sinceridade pessoal, pontos fortes desse novo projeto.
10. Drik Barbosa – Drik Barbosa
Drik dá vida à momentos de sua própria vida e casa com melodias e rimas fortes simbolizando a luta que trava diariamente. Ela fala de si, de sua comunidade, de sua luta, sua cor, sua gente. As participações de peso dão um ponto alto no disco, com Luedi Luna, ÀTTØØXXÁ, Gloria Groove, Karol Conká, Emicida, Rael e mais.
9. Pitty – Matriz
Cinco anos após seu último trabalho, Pitty está de volta com “Matriz” e nos apresenta uma nova versão sua com crenças e convicções alinhadas com o propósito de arriscar e fazer algo diferente e coerente. Aqui ouvimos coisas novas e ao mesmo tempo que o disco inteiro seja “muito a cara da Pitty”, não é “nada a cara da Pitty”, mostrando que mesmo ao se reinventar, consegue permanecer real.
8. Bruno Capinan – Real
Cantor e compositor baiano residente na cidade de Toronto, no Canadá lança um repertório totalmente autoral. “Real” do Bruno Capinan reúne composições e participações chaves como Rubel, Lan Lanh, Mãeana e Basia Bulat, assinando o tom “mais pop” da carreira do cantor.
7. Jade Baraldo – Mais Que Os Olhos Podem Ver
Fruto do The Voice, Jade Baraldo tem muito talento ainda pra mostra. Em seu álbum de estreia, “Mais Que Os Olhos Podem Ver”, a artista caminha pelas diversas e dolorosas fases de um relacionamento, cobertas com letras profundas e uma mensagem impactante. Já na capa é possível observar que Jade “chora sangue” e da um teaser do que o álbum entrega logo em seguida.
6. Jaloo – ft (pt.1)
Explosão de ritmos que dá muito certo: Jaloo entende muito bem. O single “Céu Azul”, com a MC Tha, lançado antes do álbum já se mostrou promissor e deu um gostinho do que o novo álbum do artista iria apresentar. Mixando entre funk, R&B, batidas de hip-hop, muita MPB e uma cultura rica de referências, Jaloo disse em uma entrevista ao Popline que “ft (pt. 1)” é um trabalho maduro “que carrega todas as lições das quais tirou do mundo da música”. Aguardando a possível seqüência desse projeto incrível.
5. Rincon Sapiência – Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps
“Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps” celebra a exaltação da negritude, marca registrada de Rincon, e que executa com maestria. Além disso, é uma viagem nos diversos ritos da cultura pop e africana, transitando entre o afrobeat, ritmo da Guiné, pagode baiano e o funk. Rincon conta com participações ilustres nesse projeto: Mano Brown, Lellê, Gaab, grupo ÀTTØØXXÁ, Duquesa, Rael e do Coletivo Audácia.
4. Djonga – Ladrão
Mantendo a tradição, Djonga lança seu terceiro álbum de estúdio chamado “Ladrão”. Com 10 músicas e caracterizado pelo tema de “resgate” o disco, de acordo com o próprio Djonga, tem uma carga extremamente pessoal por ter sido gravado na casa de seus avós, trazendo ainda mais de suas origens ao trabalho. Sua avó, faz parte inclusive, da capa principal do disco.
3. Liniker e os Caramelows – Goela Abaixo
Daquele jeitinho, Liniker e os Caramelows vem dar um chamego nos corações aflitos pra dizer que vai ficar tudo bem. “Goela Abaixo” traz melancolia nostálgica, compreensão e paciência, saudade e nervosismo, tudo encaixotado em um disco de 13 faixas “daquelas coisas que precisavam ser ditas” está pronto pra ser apreciado por aqueles que assim quiserem.
2. Emicida – AmarElo
Trazendo o rap e lançando seu disco no intervalo do Jornal Nacional, em horário nobre, Emicida deixa claro seu papel na música. Resinificar os sentimentos, as falas e as atitudes. Emicida apresenta o amarelo como a cor do amor, normalmente situada ao vermelho. O nome brinca com essa palavra, “AmarElo” e junta duas em uma só. Além do amor, a cor chama atenção no pedido pela calma, pelo otimismo e pela positividade, destaques durante as 11 faixas a primeira parte desse projeto que ainda tem participações incríveis como MC Tha, Fernanda Montenegro (na faixa “Ismália”, recitando o poema de mesmo nome escrito por Alphonsus de Guimaraens), Majur, Pabllo Vittar, Dona Onete e muitos outros que dão ainda mais sentido à obra. Na faixa título, “AmarElo”, Emicida usa do sample de Sujeito de Sorte”, de Belchior, contexto que exala pelo decorrer da faixa. Ao final, “Belchior tinha razão”, exalta Emicida.
1. MC Tha – Rito de Passá
A mistura contagiante de funk, MPB, R&B, abençoada pela força da umbanda, colocam MC Tha com os pés no futuro. Em “Bonde da Pantera” e “Valente”, Tha nos mostrou uma versão diferente da de “Rito de Passá”. Hoje, percebemos que ela está mais madura, certa de suas crenças, pronta para arriscar em nome do que acredita, isso reflete piamente no disco quenos agraciou em junho de 2019, com direção e produção musical de Pedrowl (Jão, Lia Clark). Uma identidade rica em referências da própria vivência e com vontade de entregar ao mundo de forma natural, do jeito que tem que ser. E arrisco de dizer que está moldando uma nova era dentro da música brasileira. “Abram-se os caminhos”.