A representatividade no game Overwatch

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Sempre apostando forte em dar personalidade para seus personagens, a desenvolvedora de jogos americana, Blizzard, consegue como poucos, se conectar aos jogadores.

Não seria diferente com Overwatch. Com mais de 40 milhões de players, o jogo consegue alcançar diversos perfis e criar um laço expressivo entre a história do jogo, personagens e pessoas.

Mas como conectar os jogadores com os heróis do jogo?

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A resposta é simples, dando personalidade e um background histórico para eles, conhecido também como lore.

Com (excelentes) curtas de animação, vídeos explicando a história e uma série de revistas em quadrinhos que você pode conferir clicando aqui, a equipe da Blizzard vai moldando os perfis dos personagens, contando suas histórias passadas e moldando o futuro da lore.

A representatividade no jogo

A história do jogo sempre abordou a relação conturbada entre ômnicos e humanos e como o preconceito existente entre partes esses dois grupos influenciou na transformação do mundo até o ponto em que o jogo se passa. Enquanto grupos extremistas visam apenas a aniquilação da outra raça, o mundo luta pela igualdade e convivência mútua entre os dois lados.

 

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Dentro de um cenário tão disruptivo, a equipe da Blizzard responsável pela história do jogo, decidiu dar ainda mais personalidade para a sua garota propaganda, a personagem Tracer e, no Natal de 2016, a lançou como primeira personagem LGBTQ+ do game. A revelação veio por meio da história em quadrinhos “Reflexos” escrita por Michael Chu e Miki Montlló.

Reflexos

Na história, a personagem principal, Tracer, está virando a cidade de King’s Row (analogia a Londres), atrás de um presente de Natal de última hora. Assim que a nossa queridinha Tracer volta para sua casa, nos deparamos com uma suposta colega de quarto, que até aqui é uma personagem desconhecida.

 

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Emily, então, é apresentada como muito mais que uma colega de quarto, ela é na verdade a parceira de Tracer e a HQ deixa bem claro, com uma das cenas mais legais que os quadrinhos de Overwatch já viram:

 

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Tornar Tracer uma personagem com tamanha representatividade é de suma importância para o jogo e para a comunidade que o acompanha, pois, a heroína é garota propaganda do jogo, figurando em todas as artes, logotipo da Overwatch League e capa de todas as versões do game.

Paramos por aqui? Com certeza não!

Em janeiro de 2019, a Blizzard lançou um evento focado na personagem Ana (Desafio Bastet), um dos pilares da equipe de Overwatch no passado, ao lado de Gabriel Reyes (Reaper) e Jack Morrison (Soldado 76). Durante o evento, uma nova história foi lançada, dessa vez fora das HQs, mas ainda assim remetente a lore principal do jogo, envolvendo principalmente o relacionamento entre os grandes amigos Ana Amari e Soldado 76. Em um momento da história, Ana e Soldado falam sobre seus passados, nesse momento é revelado que o soldado Morrison esteve em um relacionamento com um personagem chamado Vincent.

 

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O conto não mostrou nenhuma imagem que confirmasse a homossexualidade do personagem, mas deixava claro em seus diálogos. Após certa polêmica acerca do tema, o próprio roteirista do jogo, Michael Chu, confirmou a história em sua conta pessoal no Twitter:

https://twitter.com/westofhouse/status/1082394625837428736

A aceitação do público em relação a revelação do Soldado 76 não foi tão positiva quanto a da personagem Tracer, contando com uma série de críticas sobre a decisão dos roteiristas, a maioria delas com o pretexto de que o personagem não teria “perfil” para ser homossexual. Apesar disso, a maioria da comunidade apoiou a decisão dos roteiristas, como o pode ser notado no próprio tweet acima.

O futuro da lore

As alterações na história do jogo não influenciam na gameplay, mas como já destacado, só é possível termos um relacionamento forte com os personagens, a partir do momento que nos conectamos com suas histórias e suas personalidades. Não sabemos o que esperar dos roteiristas de Overwatch mesmo assim, a comunidade LGBTQ+ no jogo, se sentiu representada e espera ainda mais revelações e novos personagens.

Todos nós queremos ver a “nossa cara” nas histórias que amamos. Isso gera visibilidade, gera luta e inicia revoluções, seja em grandes movimentos ou a partir da história de um jogo eletrônico.

Videogames são feitos por pessoas e para pessoas. Para todas elas.

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