Depois de dois anos após o maior livro de Stephen King ter ganhado vida nos cinemas, sendo alvo de muitos elogios, eis que chega a sua conclusão. O Clube dos Perdedores volta à Derry para enfrentar Pennywise novamente, dessa vez, adultos.
Vinte e sete anos atrás, as crianças fizeram o juramento de voltar à cidade natal quando o Pennywise retornasse e é a partir desse pretexto que o filme se desenvolve. No presente, quase todos os membros do clube do Perdedores deixaram Derry, tendo suas memórias da infância nebulosas, apenas Mike permaneceu na cidade, ainda possuindo todas as lembranças, e é quem entra em contato com o resto do grupo, lembrando-os do juramento, solicitando a reunião para combater o mal novamente.
Essa reunião que já expõe a vida atual dos Perdedores, cada um com sua profissão, relacionamento, traumas, uma boa parte sendo reflexo dos personagens a que fomos apresentados no primeiro filme, como Beverly dentro de um relacionamento abusivo, o qual também tinha com o seu pai, e Eddie, que acabou se casando com uma mulher que é como a sua mãe (inclusive interpretada pela mesma atriz).
De uma forma linear, o filme evolui com histórias paralelas com bastante controle.
Com o objetivo principal do filme, que é derrotar Pennywise, cada personagem tem seu momento de foco, como também acontece no primeiro filme, antes de se desenrolar totalmente. Esses momentos do longa-metragem são responsáveis por boa parte do horror, que pode ser considerado alguns níveis maiores se comparado aos do primeiro filme, principalmente por conta da idade em que os protagonistas se encontram.
Temos uma sequência de missões particulares de cada personagem do Clube dos Perdedores, cada qual com direito a situações ou criaturas bizarras e momentos de jump-scare, esperado para um filme do gênero. É algo muito interessante e que vai fazendo com que o espectador se veja cada vez mais envolvido na trama. É um real show de horrores.
O Clube dos Perdedores ainda é o mesmo.
A química dos personagens presentes no primeiro filme ainda é a mesma nessa conclusão. Desde o início do filme ou com suas histórias paralelas, é muito clara a semelhança com as versões menores dos personagens, de uma maneira bem fiel e interessante.
Esse fato acaba ganhando ainda mais poder quando Andy Muschietti, diretor, nos presenteia com Flashbacks, com os atores mirins, nos deixando surpresos com a ligação entre personagens de diferentes idades, causando um envolvimento ainda maior com os personagens. Cada qual com o seu destaque, tornando o projeto cada vez mais atrativo.
O menos é mais (ou isso pode ser relativo).
Algo que chama muito atenção no longa-metragem é que ele é realmente longo, com suas duas horas e cinquenta minutos. Visto que o primeiro filme já tinha sua duração um pouco extensa, o capítulo dois se mostra um pouco mais ousado, tendo meia hora a mais. É algo que pode interferir no envolvimento do espectador criado ao decorrer da trama.
Por ser construído de uma forma bastante linear, criando um certo padrão, principalmente em suas subtramas, os sustos podem perder um pouco de força, não deixando de serem bizarros, de forma alguma. Não consideraria um filme pior do que o primeiro, apenas bastante diferente. Uma versão mais adulta e madura. A influência da duração é algo que vai depender mais de quem assiste.
O show precisa terminar.
A finalização de It: A Coisa entrega o que tem que entregar. O filme se destaca no gênero novamente, apresentando diferentes tipos de horror, utilizando de cenas bizarras e outras bastante horríveis, causando o verdadeiro horror, se baseando na realidade ou não. Com uma história bastante coerente, interessante, a batalha do Clube dos Perdedores e Pennywise chegou ao fim.
