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Crítica | Chlöe, “In Pieces”

Álbum de estreia solo de Chlöe, In Pieces é nostálgico, sexy, mas não faz jus à artista e suas influências.

As expectativas para ‘In Pieces’, primeiro álbum solo de Chlöe, eram grandes, principalmente levando em consideração os singles apresentados pela cantora logo que anunciou o hiato das músicas com sua irmã, Halle.

Com influências claras e evidentes no R&B dos anos 2000, ‘In Pieces’ é um projeto com boas músicas, que conta com a potência vocal da artista, que é de fato uma das melhores vocalistas de sua geração, fato reconhecido até mesmo pela Pitchfork em uma crítica dura e um pouco exagerada sobre a obra

O problema do material é que ele não evoca os talentos dela como deveria, as referências estão ali, a voz está incrivelmente presente e até a sensualidade é evidente, mas tudo parece um pouco mal organizado e faz com que de modo geral o álbum perca força.

Com 14 faixas, o debut possui faixas intro, um recurso famoso na época musical em que foi inspirado. É também por meio delas que Chlöe reforça ainda mais sua potência vocal e técnicas que a fizeram, entre outras coisas, ser notada. 

Faixas como ‘Body Do’ e ‘I Don’t Mind’ dão o tom mais dançante ao projeto, tom esse que talvez fosse esperado com maior presença, principalmente porque a artista por vezes é comparada à Normani ou até mesmo a sua madrinha na música, Beyoncé.

‘In Pieces’ se mostra pequeno diante do talento de Chlöe

A maior falha no ‘In Pieces’ é que em dados momentos, ele parece muito mais uma coleção de músicas em que a artista experimenta canções para se testar nos estilos delas, do que um material conciso e bem amarrado. 

As parcerias soam um tanto simplórias, mesmo com nomes fortes como o de Missy Eliot, por exemplo. Cantar com Chris Brown, diante de todos os escândalos que o envolvem, também enfraqueceu muito a visão do material e da cantora frente ao primeiro lançamento solo.

Infelizmente acaba sendo impossível não sentir falta de Halle, uma vez que o álbum da dupla é um dos projetos mais fortes e bem produzidos da geração. O ‘Unglodly Hour’ talvez tenha sido o que definiu o nível do que se esperava de Chlöe, por isso o novo acaba decepcionando um pouco.

O projeto tem seus momentos brilhantes, com arranjos gostosos de ouvir como em ‘Make It Look Easy’, mas diante das entregas anteriores de Chlöe como ‘Have Mercy’, ‘Treat Me’ e ‘Surprise’, por exemplo, ele ainda parece ser algo menor.

Ouvir o ‘In Pieces’ é quase como ouvir uma playlist “This is” no Spotify, há músicas boas, que remetem a versatilidade da artista e que até animam, mas que juntas não parecem fluir como parte de um mesmo projeto e não se complementam como deveriam para elevar a artista por trás delas.

É válido pontuar que a produção não limita Chlöe, o projeto soa como o que de fato é: o álbum de estreia de alguém jovem. Um pouco “verde”, mas com pontos que apontam caminhos por onde a artista pode exercer excelência se olhar para eles com a visão apropriada.

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