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Crítica | Com enredo robusto, O Rei da TV é um bom exemplo da habilidade do audiovisual brasileiro

Série conta a história da TV, a partir do surgimento do apresentador Silvio Santos

Após sua estreia, no dia 19 de Outubro, o Escutai traz agora uma nova análise de O Rei da TV, do Star+, série sobre o apresentador e dono do SBT — Silvio Santos, mostrando se nossas expectativas foram atendidas e o que achamos dela afinal. Se quiser saber quais foram nossas primeiras impressões, acesse o link.

Recapitulando — O Rei da TV conta a trajetória de Silvio Santos, tendo como gancho um problema nas cordas vocais que acometeu o apresentador em 1988. A partir disso, ele começa a refletir sobre sua vida e suas escolhas, nisso, conhecemos melhor a trajetória do camelô que virou um dos maiores apresentadores do Brasil e um dos homens mais ricos da TV.

Como dito anteriormente, os atores que o interpretam estão excelentes no papel — Guilherme Reis consegue mostrar os primeiros passos e visão empreendedora do jovem camelô. Enquanto que Mariano Mattos Martins e José Rubens Chachá, mostram o comunicador, excelente de lábia e muito esperto. Junte um ótima atuação, com uma caracterização (Mafê Torrezani) e figurinos (Davi Parizotti) excepcional — e conseguem convecer a todos que eles são os verdadeiros “Silvios Santos”.

Destaco também a atuação de Leandro Ramos, como Stanislau, que consegue trazer uma gama de sentimentos sobre o personagem. Ele é interessante e ambíguo, e mesmo sua participação sempre seja com o Silvio, sem uma história própria, ele consegue aparecer e brilhar no papel.

Outros que também trazem ótimas interpretações são Paulo Nigro — com um Gugu Liberato autocentrado, ambicioso e meio bobo. Leona Cavalli faz Íris Abravanel, a segunda esposa de Silvio Santos, e explica como a autora começou a ter relevância no SBT. Além de Cida (Roberta Gualda), primeira esposa, uma personagem que traz uma forte carga emocional.

Vale ressaltar, que mesmo sendo uma homenagem ao apresentador, a série não elimina as críticas aos seus comportamentos inadequados. Mesmo com alguns floreios e pouco aprofundamento, a minissérie mostra uma sociedade e indústria racista, machista e preconceituosa — e um apresentador fruto disso. Em grande parte, essas problemáticas aparecem para a personagem Cleusa, interpretada por Larissa Nunes e Cássia Damasceno, que vão muito bem e trazem uma interpretação forte, muito determinada e afetuosa.

Falando sobre roteiro e direção, permaneço com minha primeira impressão: André Barcinski e Marcus Baldini fazem um bom trabalho. Tendo em vista que é uma história baseada em fatos reais, não espere um texto fiel a realidade, mas sim, é muito bem escrito e dirigido.

Ademais, há vários momentos que exploram o surrealismo nas cenas, e isso é extremamente fascinante, pois são nesses momentos que conhecemos os medos e perspectivas do protagonista, o que é muito pessoal.

Quanto à fotografia de Rafael Martinelli e a montagem de Danilo Lemos, com certeza é um ponto altíssimo para o programa. Com ângulos de câmera bem trabalhados e uma edição rica em detalhes e bons ganchos.

No geral, esta temporada mostrou-se muito competente e conseguiu entreter ao trazer o tema da idade, e também ao retratar como surgiu um dos principais veículos de comunicação e uma invenção revolucionária para todo o mundo: a televisão!

De acordo com Guilherme Reis, o Silvio Santos jovem, O Rei da TV terá uma segunda temporada, que provavelmente trará a candidatura do apresentador à presidência. Aguardo ansiosa, justamente por ser uma série muito boa e com uma narrativa que te prende.

Pequeno spoiler!

Haverá a reprodução de uma cena muito famosa do programa Domingo no Parque, além de uma cena que faz referência a um clipe do Fatboy Slim, Weapon Of Choice! Todos os episódios de Rei da TV estão disponíveis no Star+.

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