Crítica | Em “Mansão Mal-Assombrada”, o halloween chega mais cedo

Com mistério e um clima de terror para todas as idades, a nova aposta da Disney diverte – mas fora de época.
Crédito: Disney (2023)


Uma médica e mãe solo decide se mudar com seu filho de apenas nove anos para uma mansão mal cuidada e afastada de tudo em Nova Orleans. O que poderia dar errado? Se o cenário já não soa o ideal em condições “comuns”, adicione uma infinidade de fantasmas e assombrações nos quartos e corredores da mansão. Agora você tem o prato cheio para inúmeros transtornos e sustos, certo?

Crédito: Disney (2023)

Essa é a premissa da aventura-misteriosa inspirada na atração dos parques da Disney. A Haunted Mansion dos parques, ganha no filme uma roupagem bem próxima de tudo o que se conhece na atração, mas com personagens carismáticos e divertidos. Embora já tivesse inspirado o filme de 2003 (com Will Smith), é na versão de 2023 que a atração é fortemente homenageada com inúmeros elementos e referências adaptadas. Mas mesmo que você não tenha ido aos parques ou saiba da existência da atração, o filme se sustenta bem em si mesmo. Vamos por partes…

Se o cenário “mansão mal-assombrada, mãe solo e criança sozinhos com fantasmas e assombrações” são o pontapé inicial, imaginem o que uma suposta vidente, um padre fajuto e um físico desencantado com a vida podem fazer, uma vez que, visitando a casa, são assombrados por seres dali e não podem deixar o espaço?

A única saída para esse grupo desajustado é enfrentar a mansão e entender seus “habitantes”: como foram parar ali, porque não podem deixar a casa e o que de tão sobrenatural mantém a energia pesada na mansão.

Embora a narrativa de terror e suspense, o filme é bem lúdico e seus efeitos pouco assustadores – visando o público geral, onde crianças de férias e seus pais possam assistir e se divertir sem maiores contratempos. Isso justificaria o filme estrear no fim de julho, período de férias escolares, mas não convence: o longa se encaixaria muito melhor como um lançamento de halloween, mesmo pensando no público geral.

Com reflexões importantes sobre amizade, família e principalmente luto, a narrativa consegue escapar um pouco do espaço-comum do clichê de filmes do gênero e até alcança certa profundidade, que sinceramente, não esperávamos na narrativa. O elenco tem pontos interessantes, como Tiffany Haddish, que está deliciosa no papel e merecia muito mais tempo de tela – assim como a sempre ótima Jamie Lee Curtis.

Crédito: Disney (2023)

Owen Wilson cumpre sua função, mas sem tanto carisma. Já o caçula do elenco, Chase Dillon rouba a cena em todas as suas aparições, enquanto Jared Leto mal dá o ar da graça, já que seu personagem vem carregado de efeitos visuais e sonoros que alteram a aparência física e os vocais do ator.

Com ritmo envolvente e divertido, o longa é uma ótima opção para quem curte mistérios leves, ou quer levar as crianças de férias para ver uma alternativa diferente das animações em cartaz.

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