Crítica | Queer Eye Brasil entrega diversão e emoção em boa medida

Com uma dose gostosa de diversão e emoção, Queer Eye Brasil ainda precisa melhorar alguns aspectos para se tornar marcante como sua referência

Na última quarta-feira (25 de agosto), a Netflix lançou a primeira temporada da edição brasileira do reality show Queer Eye, um enorme sucesso americano da plataforma. Baseado na versão de 2003, Queer Eye in a Straight Guy e na versão mais recente da plataforma, de 2018, o programa reúne cinco homens LGBTQAP+ para repaginar a autoestima dos participantes, além de repaginar seus ambientes em cada um de seus 6 episódios.

Os ‘Cinco Fabulosos’ (adaptação de Fab5′ da versão americana) são: Luca Scarpelli, responsável em incentivar a cultura no participante; Rica Benozatti garante estilo nas roupas; Yohan Nicolas cuida dos cabelos; Fred Nicácio garante a saúde e bem-estar; e Guto Requena fica responsável pelo design dos locais – todos eles são extremamente carismáticos e muito profissionais, colocando os personagens sempre pra cima e estimulando as mudanças a partir do carinho e da compreensão.

Inclusive, um ponto muito positivo da série é justamente como eles conseguem dosar os sentimentos, adaptando a cada situação e também à realidade brasileira. Em muitos programas da TV aberta acontecem situações bastante conturbadas, transformam o participante em uma piada, ou o colocarem numa situação dramática e humilhante. Em Queer Eye isso não acontece e na edição do Brasil muito menos – todas as emoções são colocadas de forma respeitosa, sem sensacionalismo algum.

Contudo, tirando seu compromisso em não colocar o participante numa situação vexatória, o programa se coloca em uma situação quase clichê e não possui nenhum diferencial entre muitos outros que estão neste gênero de reality. Mesmo que os apresentadores sejam ótimos e muito competentes, e que o reality tenha um eorme potencial para se tornar algo marcante nacultura nacional, ainda falta algo que chame o público que não conhece as edições estrangeiras para acompanhar.

Parte disso se dá pela baixa abordagem na promoção do reality por aqui, onde pouquíssimas ações foram feitas ao redor da série em comparação a outro programas (e de outras plataformas), como foi o caso do Queen Stars Brasil da HBO Max — repleta de ações, coletivas e entrevistas.

Isso significa que é um programa ruim? Não, pelo contrário! Mesmo que seja um formato muito comum e muitas vezes feito de uma maneira muito descuidada, Queer Eye consegue trazer uma dose deliciosa de emoções e divertimento. E no final, é isso que realmente importa.

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