Crítica | Rina Sawayama, “RINA”

Lançado 2017, o mini-álbum de Rina Sawayama continuar a enlaçar com enorme frescor uma nova coloração

A capa do mini-álbum RINA, primeiro projeto quase completo que Rina Sawayama lançava há 5 anos, tem um leve blur sobre a cantora. Diferente dessa escolha visual, o projeto que não chega a 30 minutos de audição estaciona-se no total oposto do retrato.

São 8 faixas que quando vistas neste instante (até o momento, a cantora possui dois álbuns completos), pavimentaram com bastante ímpeto o caminho que ela percorreria.

Todos os compartimentos sintéticos do EP fazem homenagem ao pop dos anos 90 e 2000; são extremamente bem apertados e calculam muito bem o que Rina pretendia fazer. Então, o trabalho em si já era uma bela e segura ponta do iceberg. Felizmente, o que seguiria iria muito mais além. Porém, ainda assim a recompensa dentro do mini-álbum é assustadoramente contagiante e apetitosa.

O primeiro passo deve ser visto agora como um enorme salto entre planetas

Ordinary Superstar“, faixa de abertura, testemunha a criação de uma estrela com vibrações encantadoras e de algum modo, lotada de nostalgia em formato sonoro.

“Alterlife” é gritante. E assim que a guitarra irrompe, a ideia da canção ser uma bop colapsa com veemência. Se propõe a ser uma das melhores, e consegue. Imediatamente, o seu desenrolar torna-se imparável e, junto do esbelto encaixe de vocais de Rina, funciona como uma fera.

Cyber ​​Stockholm Syndrome”, além de trazer uma escrita usualmente adolescente belíssima, possui em seu fundo um brilho do típico do pop evocado por Mariah Carey. Tal víscera se comprime de modo diferente. Óbvio. Rina sete canções antes havia mostrado, ao lado da insana produção de Clarence Clarity, que obviedade não é um terreno a se cultivar. É uma finalização maníaca.

Em contrapartida, há espaço para bons momentos até nos batimentos mais baixos. “Through the Wire“, último interlúdio, por exemplo, quebra a constância ao assumir um ritmo “lento” com vivacidade; Rina recita sobre o círculo vicioso em errar e perder com extrema delicadeza e paixão. No entanto, “Tunnel Vision“, com Shamir, não reprime tanto a respiração e mostra um uso de vocais absurdo.

Essas idas e vindas por pulsações é erguida como algo novo na indústria e lotado de apreço por aparentemente personas musicais que de modo sônico tiveram grande importância para sua criadora. Em certas ocasiões, nos decaimentos de voz, produção, ritmos e preferências sonoras, é possível fazer ligações com grandes jams e escolhas que marcaram a produção da música mundial.

Definitivamente o RINA foi um grande passo. O escutando naquela época essa concepção já pairava no ar. Entretanto, vendo o que Rina faria em breve, o EP consegue ainda mais servir não como um protótipo, mas como uma deleitável honraria para um novo dom.

90/100

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