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Crítica | Rodrigo Alarcon, “Rivo III e a Fé”

Álbum de estreia do cantor dá o aviso: Esse é só o começo de uma carreira brilhante na música brasileira

Rodrigo Alarcon, conhecido pelo seu marcante bigodão e pelo sucesso “O Lado Vazio do Sofá”, finalmente presenteia a música nacional com seu álbum de estreia. E com que força essa estreia veio ao mundo! O álbum lançado em abril, contém dez grandes canções e leva o nome de uma de suas músicas: “Rivo III e a Fé”.

Suas canções e composições sempre tiveram um tom romântico e engraçado, ás vezes até um tanto irônico, assim como na canção “Sinusite” por exemplo, onde o cantor brinca “Eu não sei se isso é só sinusite, ou se são meus olhos reclamando não te ver […]” No álbum de estreia, o cantor mantém esta identidade e vai além, explorando a composição do sentido irônico de forma genial também nos clipes.

Logo de cara o projeto nos convence a ficar e ouvir, seja lá o que vier pela frente. A primeira música — ou primeiro capítulo assim como são intitulados os clipes — arrebata o olhar e a audição. As montagens e cenas criativas nos levam a viajar com o pensamento, um tanto louco, do cantor. Já o ritmo faz os ossos instantaneamente dançarem. Cada canção que acaba é um gostinho de “quero mais” absurdo.

O álbum, que diz muito sobre o correr do tempo nas relações e sobre o estar perto e estar longe, conta com a cidade de São Paulo como cenário das canções. Assistir e ouvir à todos os clipes, é se deixar levar pelo romantismo moderno de cidade grande. De forma leve e divertida Alarcon nos convence de que é sim gostosinho estar gostando de alguém.

Cada música do “Rivo III e a Fé” é acompanhada por um clipe, e nessa mistura de imagem e som, tudo é extremamente coerente. As letras das músicas completam os clipes e vice-versa, mas mais importante, a história que é contada pelo conjunto da obra faz total sentido e é organizada de forma que a sequencia das canções seja importante para a compreensão do todo. Como indicam os títulos dos clipes, que são divididos em capítulos, assistir ao álbum é quase assistir à um curta visualmente elaborado com o conteúdo das músicas.

Para além do óbvio, as 10 canções conseguem criar uma identidade visual extremamente forte para a história contada. Ccores marcantes e chamativas em contraste com o cinza da cidade de São Paulo foi, sem dúvida, uma escolha visual e poética, além também das escolhas delicadas das palavras utilizadas nas letras das músicas, que compõem essa identidade visual e imagética de forma contundente.

“Rivo III e a Fé”, iniciado em 2020 e concluído em 2022 de forma independente, é a promessa sólida de que Rodrigo Alarcon enriquece e ainda vai enriquecer muitíssimo a música brasileira. Não só isso, entrega a promessa indireta de que ele ainda irá embalar nossos ouvidos com grandes ritmos.

Nota: 97/100

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