Crítica | SZA, “SOS”

Após 5 anos de seu debut álbum, SZA retorna com extrema dignidade ao lançar “SOS”

Marcando seu retorno com produções dignas de suceder o seu debut álbum, SZA prova (novamente) seu potencial como artista com seu estilo meticuloso de compor. “SOS” abre espaço para um mar de possibilidades na carreira da cantora, o qual ainda não havíamos conhecido.

Após moldar sua trajetória e personalidade ao redor do R&B contemporâneo, SZA se arrisca num projeto que passeia pelo pop rock em uma das faixas e flerta ainda mais com o trap, uma de suas principais marcas.

Iniciando o álbum com a faixa título, estamos cara-a-cara com uma versão mais afiada de alguém que teve seu coração partido. Dessa vez, sem desculpas. Contudo, “Kill Bill” dá continuidade ao sentimento numa forma mais brutal.

Detalhe que se assemelha ao seu primeiro disco, é a ideia de querer ser “alguém amado” presente nas letras, como podemos ver em “Love Language”, canção que inclui um trecho de “Hit Different” — lançada em 2020 mas que não fez parte de qualquer álbum ou EP.

Um pouco mais próximo da metade, temos um dos grandes destaques do projeto de 23 faixas: “Gone Girl”. Na faixa com duração de 4 minutos, SZA pede por um romance tranquilo, com espaço e segurança, de um jeito que só ela sabe. Seguindo para a inusitada “Ghost In The Machine”, colaboração extremamente assertiva com Phoebe Bridgers, que traz uma dose de coragem para encarar uma separação dolorosa e necessária.

Começando a caminhar para o encerramento com canções mais curtas, “F2F” flerta com o pop rock e anda de mãos dadas com “Nobody Gets Me”. Chegando ao fim com o sucesso “Good Days” e o lançamento “Forgiveless”, fica ainda mais claro que SZA é uma personalidade forte e de grande valor na música — e “SOS” prova (mais uma vez) essa proesa. O disco é coeso e reconfortante, trazendo a cada faixa uma gramatura gostosa do que SZA é capaz de fornecer. Sem dúvidas, “SOS” será um grande companheiro para 2023 e para os anos seguintes.

90/100

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