Crítica | Tennis, “Pollen”

O novo álbum de Tennis, o “Pollen”, parece servir para toda a inquietação que o ouvinte guarda dentro do peito

Alguns projetos exalam primavera, a luz do sol em meio a um campo verde, a brisa do vento e outras situações que antes de abraçar o nosso sentimental, abraçam o consciente e nos fazem sentir bem e desafogado de ilusões e momentos.

Nesse sentido, o “Pollen“, 6º registro de estúdio do Tennis, do casal Alaina Moore e Patrick Riley, evoca tais sensações e outras, acopladas ao anseio em amar e viver. São 10 faixas donas de um calor não tão ardente, mas carregado o suficiente para gerar impulso em aproveitar o sentimentalismo, independentemente da situação.

É simplesmente surreal como o retro-futurismo de “Let’s Make A Mistake Tonight” parece ter sido feito para dançar a dois. A onda disco é espetacular, revigorante e cintilante, não deixando nenhum de seus lados soar estreito ou ordinário. “Forbidden Doors” também se sobressai dentre as canções, servindo um pop que se derrama por uma pista de dança detalhada.

Diferente das anteriores, “Hotel Valet” possui instrumentação, construção e vocais baixos, responsáveis por deixar o ouvinte em um emaranhado de emoções lineares, ainda que seja nivelada, é firme com seu objetivo.

“Pollen”, do Tennis, oferece a chance de deitar em nuvens e sonhar

Glorieta” usufrui de um rock sob tons acústicos. É como sentir o agradável momento em que você está embaixo dos confetes na hora que eles explodem. Inegavelmente, a faixa aborda o patriotismo em um grito autêntico dentro da sonoridade que o duo, seja nos anos 70 ou 80, trabalha muito bem. Assim como a música, em toda a verdade do álbum, é quase assim que o ouvinte vai se sentir: leve.

Não é um álbum corpulento ao ponto de morar com o ouvinte (precisaria um pouco mais de peso), mas consegue oferecer regalias deliciosas e servir como uma oferta excelente para fugir de um dia caótico, por exemplo. Surpreendentemente, “Pillow For A Cloud“, que termina o disco, consegue resplandecer isso por si só, trazendo um número sublime de calmaria.

A atmosfera é amarrada e estilizada com a realidade, tornando o projeto em algo marcante para o duo. No fim, o “Pollen” é um estímulo para o sonhador (“Baby, check out the sky / I got one hand out the window / Your hand on my thigh / I got one hand out the window“, verso da faixa título) e um abraço para o inquieto. O que torna a eventualidade super positiva é como toda essa substância é valiosa, independente de sua ostentação.

75/100

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