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Crítica | Dia do Sim é genérico, mas diverte em alguns momentos

Novo filme da Netflix com Jennifer Garner, Dia do Sim aposta em um enredo batido, peca em alguns conceitos, mas reúne momentos divertidos.

A história do personagem que cresceu, amadureceu e perdeu a habilidade de dizer sim e consequentemente levar a vida de forma mais divertida não é nenhuma novidade, alguns filmes clássicos da Sessão da Tarde exploraram isso diversas vezes. Inspirada no livro infantil de mesmo nome, a nova comédia da Netflix, Dia do Sim explora justamente essa temática. 

No filme, Alisson (Jennifer Garner) é casada com Carlos (Edgar Ramírez) e tem 3 filhos: Katie (Jenna Ortega), Nando (Julian Lerner e a pequena Ellie (Everly Carganilla). Antes de se tornar mãe, ela era extremamente divertida e tanto ela quanto o marido, diziam sim para tudo. Essa característica mudou drasticamente com a chegada da maternidade/paternidade. Diferente da esposa, Carlos é a figura do pai legal, incapaz de ser o “vilão” e de contribuir com as decisões que a esposa toma para o bem dos filhos. 

Alisson se tornou tão regrada que as crianças a consideram chata, inflexível e até opressora. Após o casal ser chamado na escola para uma reunião, e perceberem a visão negativa que os filhos tem e receberem uma sugestão, o casal decide realizar o Dia do Sim, um dia especial que – salve algumas regras pré-definidas entre pais e filhos – consiste em concordar com tudo que as crianças sugerirem. Essa é a fórmula para uma comédia clichê em alguns aspectos, mas divertida em outros. 

Jennifer Garner e Edgar Ramírez tem uma boa energia em cena e parece que se divertiram de verdade enquanto filmavam as cenas. Aliás, Garner é o destaque do filme, desde o primeiro momento em que aparece na tela, a energia infantil que ela desprende em alguns momentos, lembra muito a personalidade de uma de suas personagens mais amadas, Jenna de De Repente 30. A atriz é muito convincente no papel e cumpre tudo que a personagem exige, entrega caras, bocas e atitudes que geram momentos mais divertidos no longa. Além disso o elenco ganha um reforço de destaque com a participação da cantora e compositora H.E.R

Conceitos batidos e clichês que prejudicam o roteiro 

O filme não tem pretensão de ser coeso ou real, seu único objetivo é criar situações aleatórias em família que arranquem sorrisos e entretenham os espectadores. Há momentos completamente sem sentido e pouco prováveis de acontecer na vida real, mas que ainda sim funcionam para tornar o filme familiar mais divertido – há por exemplo uma house party organizada inteiramente por crianças de 10/12 anos sem supervisão nenhuma dos pais.  

O problema do longa está na forma em que estrutura seus temas paralelos, a própria questão de abordar a mãe como a personagem chata, enquanto o pai é o herói divertido (além de batida) deixa a desejar, pois não contribui com nenhuma lição específica ou rende algum desconforto entre marido e mulher.  Além disso, esse aspecto ainda se perde completamente no filme, que acaba focando muito mais nas loucuras do Dia do Sim. 

Outro ponto deixado completamente de lado é o próprio desenvolvimento do pai, que se mostra divertido em casa, mas que no trabalho é responsável por dizer não para tudo e ser chato. Ponto do roteiro que seria um prato cheio para demonstrar, mesmo que de forma leve, essa construção social sobre a figura da mulher e do homem dentro na família.  

Dia do Sim, não é um filme marcante, inesquecível ou extremamente necessário. Ele não é nem ao menos uma comédia estupidamente engraçada, no geral é só uma produção que pode trazer uma leve lição sobre a importância do NÃO dito pelos pais e reforçar o discurso já conhecido do “é pro seu próprio bem”. Uma obra feita para assistir com a família e no mínimo irá agradar as crianças.  

Assista Dia do Sim na Netflix.

Nota do autor: 60/100

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