Genuína, profunda, intimista: a sonoridade ímpar de Michael Kiwanuka

Assim como na sonoridade autêntica, as letras de Michael Kiwanuka trazem reflexões pessoais sobre hereditariedade e ancestralidade, autopercepção e saúde mental

Ao longo de sua carreira, Michael Kiwanuka foi referenciado de diversas formas. Quando jovem, Kiwanuka foi instruído pelas gravadoras a escolher um nome artístico mais “palatável” para o mercado europeu que, segundo lhe disseram, associariam o sobrenome “Kiwanuka” a uma produção musical “tradicional africana” — um traço, talvez, autêntico demais para os ouvidos da crítica à época.

Nascido em Londres, filho de pais ugandeses que imigraram para escapar do regime de Idi Amin, Kiwanuka não começou sua jornada como artista autoral. Em 2011, ele foi guitarrista de apoio de Adele na turnê Adele Live, bem como em sua apresentação no iTunes Festival.

Kiwanuka também tocou com os rappers britânicos Chipmunk and Bashy, antes de chamar atenção da renomada Polydor Record. Um ano depois, o músico galgou mais degraus em sua carreira ao encabeçar a lista Sound of 2012, da BBC, que ranqueia os talentos musicais mais promissores do ano.

Seu álbum de estreia em estúdio, Home Again (2012), atraiu os ouvidos do público e da crítica, e Love & Hate (2016), seu segundo disco, produzido por Danger Mouse (do Broken Bells), estreou no topo das paradas europeias. Kiwanuka já foi nomeado em diversas premiações, como os Brit Awards, MTV Europe Music Awards, BBC Music Awards, e o Grammy Awards e, em 2020, venceu o Mercury Prize com seu terceiro álbum, Kiwanuka (2019).

Identidade própria

Apesar de tamanho reconhecimento, o trabalho de Michael Kiwanuka ainda fora, por muitas vezes, associado ao de suas principais referências — o artista era visto como o novo Bill Withers, Marvin Gaye, Curtis Mayfield ou Isaac Hayes.

Mas a musicalidade de Kiwanuka vai muito além disso. Sempre na contramão das tendências do pop moderno, sua música é, muitas vezes, introspectiva — um conjunto rico de grooves prolongados e elaborados, construídos gradativamente ao longo de cada faixa. Kiwanuka assumiu sua identidade: assim como na sonoridade autêntica, suas as letras trazem reflexões pessoais sobre hereditariedade e ancestralidade, autopercepção, saúde mental.

O quarto álbum do cantor, Small Changes (2024), contou novamente com a renomada produção de Danger Mouse e Inflo, e foi recebido pela crítica como um trabalho autêntico, intimista, genuíno e comovente.

Michael Kiwanuka no Lollapalooza Brasil 2025

Quem for ao show de Kiwanuka no Lollapalooza pode ensaiar um pot-pourri de todos estes lançamentos. Além da apresentação no festival, que está marcada para o dia 30 de março, o cantor ainda fará dois shows intimistas no Blue Note Rio de Janeiro, no dia 31 de março (um em sequência do outro), encerrando sua primeira passagem pelo Brasil.

Michael Kiwanuka se apresentará noLollapalooza Brasil 2025 no dia 30 de março (domingo), no Palco Budweiser, a partir das 16h40.

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