A GPWeek investiu em um line-up diversificado na sua segunda edição. Ela trouxe estilos como eletrônico, pop que se transformou em rock, rap, hip-hop… para quem buscava um gênero específico para se divertir, não faltaram opções. Mas a melhor coisa que saiu do primeiro dia do festival foi a energia que os artistas transmitiram. É certo dizer “os artistas”, pois dessa vez o público brasileiro não correspondeu à fama de uma plateia muito animada, pelo menos não aqueles que estavam mais próximos dos palco.
No primeiro dia do GPWeek, notou-se um público visivelmente menor em comparação com o segundo dia de apresentações. Muitos fãs deixaram o Allianz Parque logo após as apresentações das quatro primeiras atrações. A distância geracional entre os públicos dos diferentes artistas é responsável por esse esvaziamento ao longo do dia. Artistas como Jaden Hossler e Machine Gun Kelly possuem fãs muito mais jovens do que os do grupo Swedish House Mafia, que encerrou a noite. Contudo, isso não prejudicou a empolgação dos artistas no palco.
Hodari colocou nome em jogo, provando que quem não o conhecia deveria ficar de olho
Hodari, músico natural de Brasília incorpora a cultura africana em sua atitude e na música, e não tem nenhum receio de misturar ritmos. Acompanhado pela guitarra branca e tendo colaborações com Marcelo D2 e Luedji Luna em seu currículo, foi a primeira vez para ele em um estádio, e os comentários torcem para que ele ainda apareça muito mais. Dando tudo de si sem medo da quantidade de pessoas presentes, já que a maioria ainda não tinha chegado, seja por interesse apenas nos que encerravam as noites, ou por questões de logística e horário.
Jaden Hossler e Machine Gun Kelly fizeram ótima dobradinha que fez a cabeça dos fãs de pop punk
Jaden Hossler (anteriormente conhecido como JXDN) já chegou usando uma camiseta do Brasil e exibindo o nome de Pelé nas costas. O cantor de vinte e dois anos foi a introdução perfeita para o ato que viria a seguir, pois o público o conhece e o pop punk fez sucesso com quem estava na pista. As cadeiras da arquibancada ainda não tinham muita presença, mas aqueles que estavam por lá pularam bastante com o cantor, que mais tarde foi ao Instagram para expressar o quanto estava emocionado por estar aqui. Assim que terminou, foi possível perceber que ele já estava ansioso para voltar, pois a felicidade estava evidente.
Machine Gun Kelly não poupou disposição. O roqueiro (que também flerta com o rap e o pop de vez em quando) correu, pulou, trocou de figurino e desceu até a plateia. Além disso, fez questão de se aproximar dos fãs, mas também aproveitou para observar mais de perto sua namorada. Isso fez com que Megan Fox se tornasse quase uma atração à parte enquanto assistia à apresentação de MGK. Entre uma música e outra, ele chegou a desafiar os presentes, questionando se realmente estavam no Brasil, emendando um cover de “Danza Kuduro” logo após. Esta foi uma das primeiras indicações de que os artistas estavam percebendo que a animação maior viria deles mesmos.
Mesmo não tendo o calor que merecia, Halsey foi fundo no rock de vez
Halsey foi responsável por um dos melhores shows do dia primeiro dia da GPWeek. Após retornar ao país onde teve uma das melhores experiências de sua vida, conforme ela mesma afirmou, a cantora impressionou com seu repertório, agora quase que completamente voltado para o rock de seu último disco. Além de arranjos do tipo para hits como “Closer”, outros momentos de destaque ocorreram em “You should be sad” e “Easier Than Lying”. Após o show, a artista foi para o camarote assistir à apresentação de quem encerraria a noite ao lado do namorado, Avan Jogia. Em suas redes sociais, ela postou uma foto mostrando o joelho lesionado, mas tratou o problema com leveza, dizendo: “Não é um bom show se eu não me machucar”.
Trio de DJs Swedish House Mafia soube usar estrutura a seu favor e reter público que ficou para vê-los
O supergrupo sueco Swedish House Mafia encerrou o primeiro dia da GPWeek ao apresentar uma sequência de hits que também trouxeram toques de nostalgia. Apesar de serem muito aguardados, os DJs Axwell, Steve Angello e Sebastian Ingrosso se depararam com uma plateia menor do que a vista durante as atrações anteriores. Mesmo sem parte das pessoas que estavam lá para ver Halsey, a empolgação era ainda maior nos momentos finais do festival. Destaque para os jogos de luzes e efeitos pirotécnicos, que contribuíram para criar um clima de apresentação que só aqueles com anos de experiência em entreter um público que aprecia música eletrônica sabem proporcionar.
Os artistas vieram a GPWeek 2023 querendo dar o melhor de si, e os fãs mais fervorosos, independentemente do setor em que estavam, devem ter saído felizes. Mesmo que a divisão de setores possa ter desanimado alguns um pouco, é correto dizer que a experiência mais contida do público brasileiro ainda representa uma presença de bastante potência para atos internacionais. Todos demonstraram um carinho especial, especialmente Hodari, Halsey e Jaden Hossler, em deixar uma boa impressão para o público. Aqueles que conseguiram perceber isso fizeram questão de mostrar que qualquer um dos convidados pode voltar quando quiser.