Jão encanta Belo Horizonte com espontaneidade e carisma na SUPERTURNÊ

Terceira cidade a receber o espetáculo, BH lotou a Esplanada para prestigiar a estrela e seu super talento.

É difícil saber por onde começar a elogiar o que a SUPERTUNÊ tem apresentado pelas cidades por onde passa. Enquanto Belo Horizonte se agitava para receber a quarta apresentação do cantor, a energia de união, celebração e comunidade eram apenas alguns sintomas cativantes que rodeavam o show e os envolvidos.

Os fãs caracterizados com chapéus vermelhos, calças com estrelas, brilhos e pulseiras da amizade lotaram a Esplanada do Mineirão eram só sorrisos, enquanto o artista se preparava para subir ao palco e já mostrava a primeira de muitas interações personalizadas: através de um vídeo no telão, ele dava duas opções para que a platéia escolhesse qual música seria adicionada exclusivamente à setlist daquele show. “Ressaca”, canção de 2018, foi a música escolhida aos berros e agitação do público.

Pouco depois, uma contagem regressiva foi a responsável por trazer o artista ao palco, ao som de um trechinho da faixa “Rádio”. Enquanto o cantor cantava “eu tenho um sonho, eu quero o mundo meu amor // eu quero tudo, e pra buscar, vou precisar te deixar”, o sentimento era totalmente oposto: subindo ao palco num elevador, Jão já tinha tudo e estava prestes a nos levar com ele.

Nas mais de duas horas que seguiram, o que vimos foi realmente um espetáculo. “Super” pode soar um elogio exagerado, mas não há palavra que traduza melhor a apresentação: com palco de dar inveja à artistas internacionais, uma multidão apaixonada e ávida que cantava cada vírgula das canções, Pedro Calais (vocalista da banda Lagum) como convidado surpresa em um momento especial e até uma palhinha da faixa “Jardins da Babilônia” (de Rita Lee e que ganhou regravação do cantor para a abertura da nova novela da Rede Globo), a entrega e carisma de Jão pareciam lavar a alma de todos os presentes — na primeira noite sem chuva da turnê.

Jão em Belo Horizonte (Jão Brasil/reprodução) 2024

Em aspectos técnicos, o show faz jus ao título e entrega muito mais do que promete: o artista interage com a platéia, banda (também excelente, reinventando os arranjos e deixando tudo ainda mais amarrado e interessante no “ao vivo”) e com o palco — enorme — à sua disposição. Seja tocando piano, rodopiando pela enorme passarela que permitia que o cantor chegasse ainda mais perto do público presente, ou sendo “abduzido” metros acima do palco para tocar “A Última Noite” como a canção pede, “no alto de um prédio”, o brilhantismo se faz presente nos mínimos detalhes: as projeções acertadas, as chamas em momentos calorosos, a queima de fogos para marcar o fim da celebração: tudo tem propósito e encantamento.

E mesmo se tirássemos toda a estrutura e os adereços, deixando apenas Jão: ele ainda se garante como elemento central — e principal — da sua trama. Com conexão próxima e sensível com seus fãs (o cantor conversa, encara e brinca com eles a todo momento, inclusive presenteando uma fã com uma carta personalizada), o carisma do artista transborda e deixa claro o motivo de tanta paixão: ele merece!

Embebidos do romantismo da apresentação e inebriados pelo sentimento de celebração de uma conquista que, ao presenciarmos quase de forma íntima, passa também a ser nossa, foi difícil ir para casa e só dormir: o show continua na sua cabeça, bem como os sentimentos positivos expostos ali.

É difícil passar inabalado pelo espetáculo e principalmente pela estrela central daquele universo: Jão é aquela porta que parece ainda estar aberta, aquele romance da faculdade que se estendeu e ficou. Ele nos lembra daqueles amores que não nos machucaram e dos perfumes doces que não azedaram com o tempo. É a magia presente, viva, realizando aquele sonho adormecido que a gente tem e não contou pra ninguém.

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