SUPERTURNÊ e super ano: Jão já é o grande artista de 2024

Com produção apoteótica e dois estádios esgotados, Jão começou a SUPERTURNÊ e um ano de muito sucesso.

Imagine reunir 90 mil pessoas em duas noites de muita chuva, música e celebração. Definitivamente não é um feito comum, principalmente se pensamos em artistas nacionais. Mesmo assim, lá estava Jão, seu palco impressionante, sua banda arrojada e uma plateia apaixonada: e era dada a largada para a SUPERTURNÊ.

Um projeto ambicioso e que levou treze dias para ter sua estrutura montada, o show é mais uma amostra da consagração de um garoto do interior que sempre sonhou grande. Diretamente de Américo Brasiliense, no interior de São Paulo, Jão já tem participação agendada em 14 cidades, para as quais levará a turnê com alguns ajustes, mas com a mesma paixão.

A realização dessa façanha não é das mais fáceis: a dimensão continental do país, a demanda flutuante em diferentes cidades e até a falta de locais para receber o porte da ambição de um sonho grande como esse podem parecer empecilhos, mas a 30e e a UFO, produtora do cantor, decidiram desafiar.

São muitos os ingredientes na mistura que causa a comoção e a paixão nos milhares de fãs: sejam as faixas relacionáveis, a melodia pop que gruda na cabeça, a persona cativante e a relação próxima que Jão tenta ter com seus admiradores são apenas para citar alguns. Para quem acompanha minimamente o cenário, sabe que o cantor investe em suas produções desde o princípio: anos atrás, mesmo em teatros a Turnê Lobos e a Turnê Anti-Herói já rodavam as estradas do país com uma atenção aos detalhes, estrutura e cenografia que poucos artistas pensam em entregar. Em 2022, o artista passou nove meses na estrada com a Turnê Pirata: levando uma estrutura que apresentava até um navio no palco para diversos estados e cidades do Brasil e até da Europa.

Não se restringindo a sua bolha, o cantor também se fez presente em grandes festivais do país: o Rock in Rio, Lollapalooza e The Town não apenas receberam o cantor, mas viram seu público crescer a cada apresentação, que recebiam uma estrutura pensada exclusivamente para cada uma dessas ocasiões. Transmitidas também pela televisão, a multidão que só crescia nos shows, foi atingindo quem estava em casa também: impressionados pela tecnologia, pela cenografia e cedendo ao charme que parece estar inicialmente mais contido, mas que sempre consegue escapar do meio para o fim de cada apresentação.

Depois dessa jornada de investimentos e movimentos inteligentes que o colocaram em evidência como um showmaker raro na música brasileira, não é de se chocar o palco com 30 metros de altura e mais de 60 metros de comprimento montado no Allianz Parque. A entrega do artista na chuva, também não. Foram 34 faixas apresentadas, contemplando os quatro discos do cantor e referenciando os quatro elementos: fogo, ar, terra e água. E se a chuva se fez presente, chamas pirotécnicas e até uma “abdução” foram vistas, trazendo mesmo a força da natureza para compor sua vontade em fazer bonito.

Não é injusto dizer que é surpreendente — e até mesmo gratificante —, ver alguém tão novo demonstrar tamanho comprometimento pela sua arte. Com apenas 29 anos, Jão é o artista mais novo a esgotar duas datas no Allianz, o estádio de São Paulo que é referência de apresentações internacionais, onde já se apresentou inclusive, Taylor Swift.

Saber que um sonho é tão trabalhado é inspirador, principalmente acompanhado de frutos tão bem servidos. 2024 definitivamente já demonstra ser o ano do artista, que não aparenta esmorecer diante da aclamação que já recebeu nos primeiros dias do ano — e nem das críticas, que parecem vir sempre com a mesma força que seu trabalho. Sorte a dele, que parece transformar tudo em combustível para brilhar ainda mais forte.

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