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Leveza e nostalgia são a chave do sucesso de “Ninguém Quer”

Série da Netflix com Adam Brody e Kristen Bell, ‘Ninguém Quer (Nobody Wants This, no título original) encontrou uma receita simples para se tornar um hit entre os assinantes da plataforma: ser leve e trazer pitadas de nostalgia em diferentes formas.

Evocando o melhor das comédias românticas, a trama acompanha o surgimento do romance entre Joanne (Kristen Bell) e Noah (Adam Brody). A dinâmica clássica dos mundos diferentes se aplica ao casal de forma muito divertida. Noah é um rabino, descolado, engraçado e gato – algo que desmistifica um pouco mais os aspectos religiosos –, enquanto Joanne é apresentadora de um podcast sobre relacionamentos e sexo.

Os dois tem vidas muito diferentes, mas nessas diferenças encontram semelhanças divertidas. Ambos têm uma relação próxima com seus irmãos, uma verdadeira amizade, enquanto vivem situações conturbadas com os pais (por motivos completamente opostos).

A base da relação da dupla é a conversa e isso torna muito crível que eles realmente se gostam e vão ficar juntos. Não há espaço para condenar ações ou criar uma atmosfera clichê de desentendimento, porque os conflitos são resolvidos com honestidade.

Os conflitos com personagens coadjuvantes também são prazerosos de acompanhar. Seja a briga entre a protagonista e sua irmã ou a relação entre as duas e a cunhada de Noah, Esther (Jackie Tohn), que é a melhor amiga da ex dele, Rebecca (Emily Arlook).

Ninguém Quer cai em clichês sem tropeçar neles

Como uma boa romcom, a série traz o que há de mais clássico no gênero para as telas, mas dividido em seus 10 episódios. Desde os irmãos da dupla – Morgan (Justine Lupe) e Sasha (Timothy Simons) – e os amigos fanfarrões que são puro alívio cômico, à sogra que tenta sabotar a relação até núcleo da família e seus problemas de limite.

O maior trunfo ainda é ter no elenco os queridinhos de The O.C e Verônica Mars, só por isso a produção já desperta o interesse do público. É muito bom ver Brody no papel de um personagem judeu que, de certa maneira, lembra a versão madura do tão amado Seth Cohen.

A sagacidade de Verônica, também aparece nos trejeitos que Kristen Bell coloca em sua personagem. Só isso já acende a nostalgia no coração de quem assiste e torna a experiência ainda mais aconchegante para o público.

Ninguém Quer acerta quando não traz grandes complicações para sua narrativa, tudo é simples, engraçado e pouco pretensioso. Joanne é insegura e traumatizada com outros relacionamentos e toma decisões que gerariam brigas e separações constantes, porém, Noah é compreensivo e descontraído em muitos momentos, isso os atrai cada vez mais.

A receita é simples aos olhos de quem vê, mas muito gostosa para quem experimenta.  A produção poderia ser uma minissérie e concluir sua história nos 10 episódios que apresente, mas deu tão certo que soube deixar um gostinho de quero mais. Não à toa que a série já foi renovada pela Netflix para uma próxima temporada.  

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