Metallica termina turnê pelo Brasil eletrizando Belo Horizonte

Vencendo adiamentos causados pela pandemia, a capital mineira acolheu uma das bandas de rock mais respeitadas do mundo.

Depois de três shows aclamados no Brasil, na última quinta-feira, 12 de maio, os fãs que lotavam o Mineirão (e que vinham de diversas partes do país) finalmente tiveram o encontro que tanto esperavam. Com dois adiamentos causados pela pandemia, foi finalmente a vez da capital mineira receber o quarteto que compõe uma das bandas de rock mais aclamadas e respeitadas do mundo.

Com James Hetfield nos vocais e guitarra, Kirk Hammer na guitarra solo, Robert Tujillo no baixo e Lars Ulrich na bateria, o show contou ainda com dois atos de abertura: Ego Kill Talent e Greta Van Fleet – os últimos, que rasgaram a noite belorizontina com vocais potentes e cristalinos em uma performance milimetricamente bem ordenada.

Com apenas 15 minutos de atraso, o telão do show exibiu um trecho de filmes de faroeste com um clássico do maestro italiano Ennio Morricone: “The Ecstasy Of Gold”. Daí, foram apenas alguns segundos até a bateria de Ulrich explodir e iluminar o palco, dando início ao grande espetáculo.

Mesmo com uma lista de músicas que serviram de “base” para todos os outros shows no país, o Metallica se preocupou em guardar algumas surpresas para os fãs de cada cidade: isso é, algumas músicas foram tocadas em shows exclusivos. Sorte de quem viajou para todos os shows, mas para quem ficou só por BH, fomos surpreendidos com algumas mudanças. A primeira delas foi a própria abertura do show, que trouxe “Hardwired” exclusivamente para este show.

Pouco mais tarde, “Wherever I May Room”, do álbum homônimo de 1991 também alegrou os fãs, sendo incluída apenas nesse show. “Cyanide” (canção de 2008), foi outra inclusão exclusiva que surpreendeu mais adiante.

Não bastando uma setlist especial, a apresentação trouxe um palco gigantesco para um Mineirão lotado. Em sua maioria esmagadora usando preto, os fãs presenciaram efeitos pirotécnicos (como os fogos que esquentaram o estádio em “Moth Into Flame”), lasers e efeitos de iluminação impressionantes (como no clássico “One”) e muito carisma dos quatro integrantes, brincando com a notícia da fã que teve um bebê durante o show em Curitiba. “Se alguma de vocês se sentir prestes a dar à luz, por favor, vão ali para a direita que temos equipes médicas especializadas”, riu o vocalista James.

Mesmo com todas as surpresas e efeitos, um dos momentos mais emocionantes se deu nos primeiros trinta minutos de show, quando James compartilhou um momento de vulnerabilidade para os milhares de fãs presentes. “Quando começamos isso, eu achei que eu já estava velho, que não prestava mais pra fazer isso, que não tocava tão bem… E aí esses 3 me abraçaram, me animaram, e disse que estariam comigo. E aqui estamos nós”.

Aos gritos de apoio dos fãs, os outros três integrantes deixaram seus postos e se abraçaram no palco, levando James às lágrimas. E o show seguiu mostrando que a fragilidade era de fato, apenas emocional.

Todos os integrantes continuaram dando seu melhor no show de mais de duas horas (que trouxe versões estendidas de quase todas as músicas da setlist), tocando seus instrumentos sem nenhum erro ou hesitação, com uma precisão e naturalidade tão impressionante que cada instrumento parecia apenas uma extensão de seus próprios corpos – provando não apenas a vocação particular de cada um e a dedicação de anos na caminhada pelo rock, mas também que fazem jus ao legado que construíram todo esse tempo, definindo a banda como um dos maiores atos do heavy metal mundial.

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