Ayra Starr é um dos melhores atos da globalização musical atual

Ayra Starr, cantora nigeriana da geração Z, ignora fronteiras e faz de si uma das melhores opções para ampliar visões musicais.

Já não é de hoje que a música finalmente decidiu ser levada além dos atos que vêm da América do Norte ou Europa quando pensamos em novos artistas e sonoridades. Com exemplos de potências nacionais e asiáticas, a África também resolveu agitar o público e provar que estrelas para a nova geração também podem nascer em seus países. O que Ayra Starr representa atualmente é isso, uma cantora que nada deve às que vieram de outras nações, mostrando que a globalização da música não é mais um desejo geral, mas uma realidade. Com hits de peso na Nigéria, seu país de origem, Ayra fez de músicas como “Rush”, “Bloody Samaritan” e “Commas” um exemplo de como definir uma nova visão para artistas de sua geração.

A cantora tem nos afrobeats e R&B os melhores momentos do que pode fazer, mas como discussões recentes têm deixado claro, partir dessa visão é também desmerecer o que ela faz no pop. Mesmo que sua carreira pública tenha começado através de trabalhos como modelo, a artista teve em seu início um caminho bastante clichê: entre covers e mais covers postados em redes sociais, os elogios chegaram a ouvidos profissionais e foi daí o pontapé inicial para ser contratada por uma gravadora e fazer da música sua carreira principal.

Os vocais poderosos de Ayra Starr não encantam por alcançar notas, mas sim pelo que é feito mesclando isso com sua atitude e presença na câmera. Basta assistir a um vídeo de sua videografia para entender que a moça foi inspirada por Rihanna e Kelly Rowland, essa última presente em um remix de “Bloody Samaritan”. Com um trabalho poderoso intitulado “19 & Dangerous”, as batidas trazidas pela jovem cantora fazem questão de mostrar o que seu continente pode exportar para o mundo, e seu trabalho teve o mérito técnico aclamado através de uma indicação ao Grammy em 2024 na categoria de melhor performance de música africana com “Rush”. Categoria essa que foi vencida por Tyla, outro ótimo exemplo do que o continente sabe fazer no quesito musical.

Prestes a ser recebida no Brasil em uma participação na segunda edição do C6 Fest, seu nome foi uma ótima surpresa no line-up do festival. Ayra Starr tem cacife o suficiente para transformar qualquer palco em sua casa e não só deixar o público confortável, mas também a si mesma. Ignorando fronteiras musicais ao se tornar uma das melhores opções para quem busca algo fora da casinha, Ayra é uma adição e tanto para quem deseja enriquecer playlists pessoais com novas batidas.

Seu novo trabalho, “The Year I Turned 21”, aposta mais uma vez em um título que referencia seu crescimento pessoal, mas sua maior evolução tende a ocorrer em seu próprio ritmo. O que foi ouvido em “Commas” foi algo além do que era feito por ela, mas que ainda mantinha toda a personalidade que a fez se tornar uma estrela em ascensão e que merece ser notada.

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Ayra Starr toca no sábado dia 18 de maio, na segunda edição do C6 Fest.

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