Sam Smith é retrato do empoderamento e autodescoberta

Mais uma vez no Brasil, Sam Smith volta para demonstrar sua evolução pessoal e como ela reflete em seu trabalho musical.

Emoção, sofrimento amoroso e autoconhecimento, essas são só algumas das características que podem ser atreladas às eras de Sam Smith. Com 4 álbuns lançados, sendo o último ‘Gloria’ apresentado ao público no início de 2023, artista retornará ao Brasil pela 3ª vez em 2024.

Sam ganhou os olofotes mundiais em meados de 2012, depois de sua parceria com na música ‘Latch’ com o duo Disclosure e em seguida pela colaboração com Naughty Boy em ‘La La La’, canção que se destacou nas paradas italianas e britânicas de 2013.

A partir daí, elu – que em 2019 declarou sua não-binaridade e atende pelos pronomes neutros they/them – entrou no radar do mundo e despontou para o sucesso, inicialmente lançando o EP ‘Nirvana’, com quatro faixas.

Sam Smith para a Perfect Magazine (reprodução)

Amor e orgulho como retrato da música de Sam Smith

Smith – que já acumula cinco GRAMMY’s, um Golden Globe e um Oscar – tem como principal característica trazer para sua arte muito de sua experiência pessoal, seus sofrimentos amorosos e seu processo de autodescoberta.

Lançado em maio de 2014, ‘In the Lonely Hour’ foi o primeiro álbum de estúdio de Sam. Com 15 faixas profundas e emocionais, o projeto inicial falava de amores não correspondidos, sua única vivência até então com o sentimento.

Com hits como ‘Stay with Me’ e ‘I’m Not the Only One’, o projeto debutou no Reino Unido e ficou em terceiro lugar entre os mais vendidos de 2014, perdendo apenas para o ‘1989’ de Taylor Swift e o ‘X’ de Ed Sheeran.

The Thrill of It All’ foi o sucessor, 3 anos depois, com 14 faixas em sua edição especial (e 16 na versão japonesa). Nele Sam discorre mais sobre o amor, mas dessa vez dando mais ênfase à sua sexualidade, cantando abertamente sobre homens.

Neste projeto, o grande de destaque vai para músicas como ‘To Good At Goodbyes’, ‘Pray’ e ‘Him’. Aqui é interessante frisar que, enquanto fala sobre ser LGBTQIAP+, elu bebe da fonte da música gospel e de sua experiência na igreja para cantar sobre as dores de ser gay.

“Não me diga que Deus não se importa com a gente. É ele que eu amo.”

HIM – Sam Smith

Uma história de amor movimenta sua obra

Em 2020 surge ‘Love Goes’, projeto que se chamaria ‘To Die For’, mas sofreu mudanças, em decorrência do início da pandemia. Nele, o sentimento explorado nas canções vai além do amor não correspondido de seu primeiro trabalho em estúdio e aterriza na superação do relacionamento entre Sam Smith e o ator Brandon Flynn.

O mais louvável desta era, é que nela Smith não só explora os sentimentos controversos pós-término, mas também começa sua movimentação por gêneros musicais.

Aqui o cantor sai das constantes baladas e começa a se aventurar em canções mais dançantes como ‘Diamonds, ‘Dancing with a Stranger (com Normani)’ e a parceria com Demi Lovato em ‘I’m Ready’.

O ‘Love Goes’ narra de forma muito interessante o processo de separação de alguém, desde a tristeza e saudade ao momento de querer apenas dançar e curtir para esquecer mais rápido. O álbum inclusive possui um especial ao vivo, o ‘Love Goes: Live At Abbey Road Studios’, disponível na Netflix.

Cada obra de estúdio na careira de Sam é reflexo de sua evolução pessoal e seu empoderamento. Retratos do seu coração, de sua mente e de toda sua trajetória enquanto indivíduo. É visível sua mutabilidade, versatilidade e habilidade de contar história por meio de cada álbum lançado.

A nova era de Sam Smith e o Lollapalooza Brasil 2024

Lançado no início deste ano, ‘Gloria’ é o álbum que marca a transformação mais notável deste artista até agora. Nele, Smith explora com intensidade seu lado sexual e sua autoexpressão como individuo.

É aqui que elu sai do conforto de suas referências no R&B e jazz, para se trajar como um artista mais pop. Nesta nova era, Sam Smith se desnuda de muitas amarras – quase que literalmente – e entrega uma versão de si que demonstra mais segurança, sensualidade e consciência.

Com o grande hit ‘Unholy’, colaboração com Kim Petras, que entrou para história da música como sendo a primeira canção a garantir um gramofone à uma artista transsexual, elu se expressa sem medo e demonstra abertamente sua não-binaridade no palco.

Sam Smith esteve em terras tupiniquins pela primeira vez em 2015 para o Rock In Rio e retornou em 2019 para o Lollapalooza, no qual também já foi confirmado como um dos headliners da edição 2024.

A expectativa aqui é o quanto deste novo Sam Smith, que não se prende mais ao gênero e entrega performances cheias de movimentos sexuais e figurinos nada tímidos, vamos ver no Lollapalooza 2024.

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Sam Smith se apresenta no Lollapalooza Brasil 2024 no domingo, mesmo dia da headliner SZA.

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