Cuidado, contém spoilers dos capítulos 01 e 02 da 1ª temporada de WandaVision.
“O diabo está nos detalhes.” Parece que só com essa fala, muita coisa se esconde e se estende nas entrelinhas de “WandaVision“, e tudo que a gente pode fazer agora, é apenas especular, isso porque com esses dois primeiros episódios que estão disponíveis no Disney+, todo o MCU vai ficar assim por um certo período, a base de teorias e conspirações, que só devem ser salientadas daqui a um tempo. A esperada minissérie chegou às 5h no serviço de streaming e por agora, não há muito no que pensar, mas apenas sentir.
Nos “Episódio 1” e “Episódio 2” de “WandaVision”, somos de cara introduzidos aos protagonistas começando sua nova (?) vida nos subúrbios de Westview. Ao mesmo tempo que parecemos saber brevemente sobre essa nova jornada, não sabemos de nada. Porém, aqui, temos uma bela idealização de TV dos anos 50 muito bem mixada com a maior ideia que o programa quer nos fazer vislumbrar: caos.
Anos 50, fluídez e Elizabeth Olsen
Se o conceito de caos não transparece em tom ensurdecedor por agora, é porque toda a atmosfera dos anos 50 é trabalhada de maneira extremamente fluída entre narrativa, contexto, produção e personagens. Acho que, dentro da Marvel, essa construção de uma nova realidade deve ser vista com muito calor por um estúdio que vem buscando sair um pouco da zona de conforto. E esse é por agora o pontapé inicial mais certeiro da companhia.
Com os personagens, os dois primeiros episódios acertam em cheio no que deve ser a maior relíquia daqui pra frente do programa. Onde o coração de toda a coisa (pelo menos para essa década) pode ser encontrada nas perfomances abrangentes e consisas na medida certa. Para o duo protagonista, esse é o projeto de suas vidas. Elizabeth Olsen esbanja um carisma que não dá para pontuar em nenhuma tabela com uma Wanda que parece minimamente confusa, mas que provavelmente sabe quais peças ela está movendo e quais deve mover. É a personagem em seu melhor momento no que deve ser o trunfo de sua história diante da adaptação cinematográfica.
Para Paul Betanny, a chance é ainda melhor em podermos ver uma nova faceta do Visão. O ator é uma peça chave para com a complexidade da história, e da Wanda, é claro. Ele está ótimo e quando tem que ser caricato, faz de maneira enxuta e nada extrapolada. Se tornando uma caixinha de surpresas diante do contexto todo em si.
Mas é com o humor e o fio condutor que “WandaVision” entrega os seus pontos mais interessantes e que diga-se de passagem, exponenciais. As cenas do “Episódio 1” antes do jantar (e toda a preparação dele) são extremamente divertidas, e o mesmo se repete, com uma força ainda maior no “Episódio 2”. Toda a sequência da apresentação na ação comunitária é insana! Wanda tendo que lidar com o Vis completamente fora de sistema (por causa de um chiclete!) mostra um roteiro audacioso e inteligente – bom, pelo menos para toda a coisa em questão. Sem falar das metáforas quanto ao Visão ser uma máquina ou a Wanda fazer qualquer truque com as mãos.
Agnes. Ouso dizer que essa é uma das personagens mais promissoras dentro da série limitada. As suas falas são sórdidas no melhor sentido e fazem o telespectador acionar um leve sinal vermelho para a real intenção dela. Kathryn Hahn se mostra excepecional e digna de ganhar um maior destaque, coisa que deve acontecer.
Teyonah Parris. Tudo que se sabe sobre a personagem da Parris é basicamente nada (ops), porém, ela se mostrou na condução desses dois episódios ser um aspecto para ficar de olho. Não só pela perfomance da atriz, que é excelente nos poucos minutos que vimos, mas também quanto a importância para toda essa confusa linha. Ela aparecer “magicamente” na caixa é um ótimo reflexo do que está por vir diante do seu provável futuro.
Mistérios. Definitivamente as várias interrogações que cercam a série são muito provocativas e são de fazer o fã mais assíduo se questionar sobre absolutamente tudo. Destaque enorme para o fio condutor, que somente nessa prévia de menos de 1h quando juntos, instigam ao máximo.
Produção. São poucos os vislumbres por agora quanto aos efeitos especiais (os objetos em cor no meio preto e branco e a cena de troca da década, são explêndidas), mas o design, roupas, maquiagem e outros abrangentes técnicos estão impecáveis e é possível entender para onde está indo todo o orçamento gigante.
A riqueza de “WandaVision” por agora se encontra em muitas coisas, e o que deve de fato mover toda a trama vai ser provavelmente explosivo. Onde tudo que irá colapsar surtirá efeito não só no mundo do programa, mas também, na Marvel inteira! É um começo provocador, interessante e de fazer roer as unhas por mais. Os próximos episódios chegam semanalmente no Disney+.
Assista WandaVision no Disney+.