Essa review será curta: não há muito o que dizer sobre o mais recente álbum da banda estadunidense The Killers, “Pressure Machine”. Há quem diga que o grupo perdeu sua essência após lançar “Wonderful Wonderful”, antepenúltimo trabalho da banda, lançado em 2017. Entre esses dois discos foi lançado, em 2020, o álbum “Imploding the Miracle”, que chegou a ganhar disco de ouro no Reino Unido, mas mesmo assim não fez tanto sucesso.
“Pressure Machine” está para The Killers assim como “Tranquility Base Hotel & Casino” está para o grupo britânico Arctic Monkeys: ambos são trabalhos desconexos das sonoridades de suas respectivas bandas e, de certa forma, conseguem ser minimamente agradáveis para o público. Um disco excelente deixa um legado; um disco ruim marca a história de um artista. Mas e um disco mediano? O que ele deixa?
Esquecimento, talvez. Ainda mais quando nenhuma das características que construiu o alicerce da banda consegue ser identificada. As letras das onze faixas de “Pressure Machine”, sendo uma delas uma colaboração com a cantora Phoebe Bridgers, surpreendem, de certa forma, por seu conteúdo cru e direto. Nelas, Brandon Flowers, vocalista do grupo, despe suas memórias a respeito de sua infância e adolescência em sua cidade natal. E é claro, como em um dos poucos resgates às características basilares da banda, retorna à religiosidade do cantor.
A sonoridade de “Pressure Machine” se distancia de The Killers para se aproximar de uma mistura estranha entre U2 e Neil Young. Quem poderia prever uma parceria dessas? No entanto, como a colaboração não é real, sendo apenas o último disco de The Killers, há um certo ar de desapontamento pairando entre os fãs e ouvintes do grupo estadunidense. Porém, para aqueles que acreditam que a banda se perdeu depois do lançamento de “Wonderful Wonderful”, não há nada de novo sob o sol.
Nota da autora: 50/100