Time Warp promoveu festival objetivo em São Paulo; Honey Dijon roubou a cena

A sétima edição do Time Warp aconteceu em São Paulo nos dias 5 e 6 de maio

A combinação entre a cidade de São Paulo e grandes eventos de música eletrônica tem rendido boas experiências aos fãs do gênero musical. Esse é o caso Time Warp Brasil, que aconteceu no começo deste mês, nos dias 5 e 6, no Autódromo de Interlagos. O escutai esteve por lá.

Tendo a DJ e produtora musical Honey Dijon como uma das principais atrações, esta foi a sétima edição do festival alemão por aqui — a maior de toda a história do evento segundo seus organizadores. Toda estrutura foi montada na mesma região que anualmente é instalado o palco principal do Lollapalooza, tornando a circulação entre palcos tranquila, apesar do espaço parecer pequeno para tanta gente durante algumas das apresentações.

Crédito: Alisson Demetrio / Time Warp Brasil 2023

Para chegar ao autódromo saindo da estação de metrô homônima, o público tinha duas opções: solicitar um carro por aplicativo (cerca de R$ 10 por uma corrida de 5 minutos) ou andar por cerca de 20 minutos até o acesso mais próximo, entre as ruas sinuosas da região — embora houvesse policiamento no entorno, nossa equipe optou pela primeira.

Chegando ao local do evento, após a checagem dos ingressos e uma revista de segurança minuciosa, o público caminhava alguns metros até se deparar com um grande portal luminoso com a marca do festival destacada. Ao longo do túnel, fumaça, lasers verdes e monitores exibindo a marca da cerveja patrocinadora davam a sensação de estar chegando a outro tempo e lugar.

Logo na saída dessa passagem, um exército de caixas ambulantes esperava por aqueles que haviam antecipado seus créditos para ativar o cartão de consumação (o valor para quem não se adiantou era R$ 8). Os copos personalizados do evento, lembrança geralmente distribuída gratuitamente em grandes festivais, só estavam disponíveis para essa parcela do público. Quem desejava obter o mimo deveria desembolsar R$ 15 na lojinha oficial.

Mais alguns passos à frente e já era possível avistar a praça de alimentação, a área de lockers (serviço pago) e um grupo de massagistas à postos para quem quisesse se preparar para a maratona de dança (R$ 15 por quinze minutos de massagem). Os serviço também estava presente em outro ponto do evento e funcionou durante toda a noite.

Cerca de dez foodtrucks com opções variadas de lanches e snacks estavam disponíveis, com opções de hamburguers (R$ 22 e R$ 45), hot-dogs (R$ 33 a R$ 36), espetinhos (R$ 13) e churros (R$ 13 a R$ 21).

Na sequência, já era possível sentir a movimentação Outdoor Stage. Grandioso e objetivo, a estrutura metálica do palco também servia de cenografia, sendo completada por uma infinidade de canhões de luzes. Por lá se apresentaram BonoboChloé CailletHoney Didon, MochakkOmolokoThe Martinez Brothers e Valentina Luz na primeira noite, e Adriatique, Bárbara BoeingBedouinBen BöhmerL_Cio e Massano no segundo dia do festival. No fundo da arena, uma longa arquibancada servia para o descanso do público, oferecendo outro ponto de vista da pista.

Logo ao lado deste palco era possível avistar dois pontos de bar, que assim como os demais funcionaram sem filas durante toda a noite, e a área de banheiros, diferentes dos tradicionais químicos presentes nos eventos e que mereceram atenção especial: as cabines eram amplas, iluminadas e constantemente limpas. Também haviam pias com espelhos disponíveis. Nota 10.

Crédito: Alisson Demetrio / Time Warp Brasil 2023

Saindo dali, era necessário cruzar uma longa via para chegar ao segundo palco. No caminho, muitos pontos de descanso com bancos confortáveis e redes, e serviços de ambulatório, retirada de kits-livre (equipamento usado por pessoas com dificuldade de locomoção) e tenda de redução de danos — promovido pelas ONGs Centro de Convivência É de Lei e Projeto ResPire, o espaço oferecia informações para o uso consciente de substâncias e atendimento especializado em caso de acidentes, além de distribuir preservativos e água gratuitamente durante toda a noite.

Ao final do caminho, estava a pista Cave, o palco mais intenso e hipnótico do Time Warp. Imagine uma estrutura coberta que comporta 10 mil pessoas, com o teto revestido por esferas infláveis de diversos tamanhos e que serviam de tela para o jogo de luzes e lasers projetados do palco. Pois é, incrível! O espaço recebeu  Adam BeyerAnfisa ThiagoJoseph CapriatiPaula TempleShow & Obscure ShapeSheefit VTSS na primeira noite, e Amelie LensANNA B2B Sama’ AbdulhadiDue B2B Eli IwasaHéctor OaksKENYA20HZ B2B RHRPatrick Mason e Tessuto no segundo dia.

Ao redor da Cave estava bares, banheiros, área de descanso e a lojinha do festival, uma estrutura geodésica ao ar livre e sutilmente iluminada, onde era possível adquirir produtos da marca Time Warp como ecobag (R$ 60), boné (R$ 80) e camisetas (R$ 80 a R$ 160).

Crédito: Alisson Demetrio / Time Warp Brasil 2023

Impressões

O Time Warp é um festival de música eletrônica, ponto. Diferente do que vemos em eventos de outros gêneros, em que a música compete com ativações publicitárias, a ideia ali é aproveitar o trabalho dos artistas e dançar a noite toda sem grandes distrações. Toda estrutura também carrega essa característica. Essa objetividade é interessante e deve ser valorizada.

Dentre as apresentações, sem qualquer dúvida a que mais se destacou para mim foi a de Honey Dijon. A DJ e produtora musical estadunidense é um dos maiores nomes da house music em todo o mundo, colaborou com Beyoncé em seu disco mais recente, Renaissance, e criou um dos momentos mais memoráveis do festival ao tocar um remix da faixa “PURE/HONEY”. Para completar a experiência, a Lua cheia brilhava no céu, fazendo daquela uma noite histórica de que vou me lembrar para sempre.

A qualidade entregue pelo Time Warp ao longo de toda a experiência é louvável. Que venha a próxima edição!

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