Após longos anos de espera desde o primeiro vestígio de produção, Lobisomem pela Noite (Werewolf by Night, no título original) chega na Disney+ e divide opiniões mesmo com o espetáculo visual apresentado. O filme de quase uma hora, é um grande passo para que as produções do estúdio fujam da mesmice.
Tomando lugar após a morte do caçador de monstros, Ulysses Bloodstone, Jack Russel é convidado por Verussa, a viúva, para uma caçada que determinará o novo líder dos caçadores e portador da Pedra de Sangue. O problema é que a pedra, por si só, é capaz de enfraquecer qualquer tipo de monstro.
Apostando num projeto introdutório mais conceituado que quase se assemelha ao formato de filmes da DC Comics, Lobisomem pela Noite ainda desaponta com sua falta de esforços na caracterização do personagem principal – como de costume. Mas também mostra que o potencial Marvel pode ir muito além de enredos ultrapassados, repaginando clássicos e transformando em colírios de uma geração.
Diferente de quase tudo já feito pelo estúdio, a aventura ocorre através de um horror vintage onde quase acertam sua jogada. Neste quase acerto, é válido reforçar que para um filme de época, a produção teria recebido seu devido destaque por seu enredo instigante e cenas de ação que te deixam de olhos vidrados na tela. Já para os tempos atuais, é possível entender o (nem-tão-longo) longa metragem como mais uma ideia mirabolante da Marvel que apesar de bem pensada, não foi tão bem executada.
Entre termos artísticos, é possível ainda pontuar a direção fascinante de Michael Giacchino que conduziu o especial como um clássico dos anos 30, salvou o longa do desinteresse e o tornou visualmente majestoso. A escolha da roupagem preto e branco também é um grande ponto positivo que torna tudo ainda mais nostálgico e luxuoso.
Acreditando ser capaz de segurar a atenção no objetivo com flashes rápidos e meias cenas do que podiam ser um momento marcante para a produção, a adaptação dos quadrinhos do Lobisomem acabou optando pelo mistério (que foi até satisfatório durante um minuto ou outro) mas que não chegou a lugar algum. Tendo em vista que a montanha russa de emoções se mantém estável nos momentos errados.
Infelizmente, Werewolf by Night não se encaixa no Universo Cinematográfico interligado dos estúdios Marvel e segue de forma independente. O que talvez teria aguçado o sabor de quero mais, deixando tudo ainda mais atraente com a possibilidade de sermos novamente agraciado com os visuais que foram um grande momento a ser apreciado pelos admiradores dos clássicos neste gênero.