A busca por novos sons e artistas no cenário musical é sempre fervorosa. Graças à internet, essa busca por talentos musicais incríveis ultrapassa fronteiras e acontece em escala global. Exemplos incríveis disso são alguns dos artistas citados nessa lista, que, com o sucesso viral das plataformas, amplificaram seu público, alcançaram oportunidades e lançaram trabalhos criativos o bastante para o colocarem em evidência. Towa Bird, Rachel Chinouriri, Balu Brigada e tantos outros nomes que estão sendo catapultados dos virais e boca a boca digital para os charts só demonstram o poder do bem uso desses ambientes. De covers despretenciosos a álbuns completos, a critividade flui e, às vezes, até transborda.
No cenário nacional, a banda SAMO se destaca pela irreverência e pela fusão de hip-hop e R&B, conquistando o público com humor inteligente que já se tornou marca registrada. Com o burburinho do single “Assim de Saúde”, o grupo catarinense desponta como uma das grandes promessas desse cenário. E de Santa Catarina, a lista só cresce. Ainda presentes por aqui, a banda Torvelim, que acabou de liberar seu primeiro disco de estúdio merece seu devido destaque, assim como Carmino, artista independente que vem explorando temáticas jovens em seus projetos (também com um álbum fresquinho no mundo), e ainda, Adorável Clichê, também de Santa Catarina, que tem conduzido majestosamente a cena underground do país.
Com esses novos nomes, o cenário musical dos próximos meses tende a ser criativamente diverso e cheio de surpresas, refletindo a pluralidade de vozes e sonoridades que moldam a música contemporânea.
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Paris Paloma
Por Luis Hora
Foi experimentado um pouco de sucesso por Paris Paloma quando “Labour”, uma canção que se tornou um grito de guerra sobre ser mulher, a jogou de vez nos holofotes. Mesmo com uma carreira que já existia há alguns anos, a cantora britânica está agora na mira de publicações e daqueles que buscam novos artistas para acompanhar. Com uma vibe que pode agradar fãs de Florence + The Machine e Bat for Lashes, composições sinceras sobre relacionamentos intimidadores e discussões sociais são investidas pela cantora.
Se já se falava antigamente que a música com um propósito era um passo a mais, principalmente para o gênero pop, isso é algo que é oferecido com qualidade por Paris. Mas sua sonoridade vai além e, com um pé no folk, são aproveitados arranjos que se enquadram facilmente em playlists de ‘witch pop’ ou como trilha sonora de produções de séculos passados. 2024 foi guardado por Paris Paloma para seu debut oficial, e o primeiro disco, intitulado ‘Cacophony’, foi lançado em agosto, mas ainda promete reverberar bastante em 2025. Com uma carreira que começou comendo pelas beiradas, a cantora é uma ótima aposta para uma nova direção em sons com os quais as pessoas já estão familiarizadas.
Towa Bird
Por Diego Stedile
Towa Bird é mais um dos grandes talentos catapultados pelo TikTok. Durante a pandemia, a artista usou a plataforma para compartilhar covers de músicas que gostava. Com alguns de seus vídeos viralizando, sua vida virou de cabeça para baixo quando Olivia Rodrigo, que a descobriu nas redes sociais, convidou Bird para fazer parte de seu documentário do Disney+, Driving Home 2 U (A Sour Film), onde ela pode ser vista tocando violão na música “Brutal”. De lá, Bird assinou com a Interscope Records, a mesma gravadora da própria Rodrigo.
A artista descreve sua música de uma forma muito peculiar, como “se o rock clássico dos anos 70 e o brit-pop dos anos 90 tivessem um filho, e o filho fosse gay, asiático e uma mulher”. “American hero”, seu trabalho de estreia, reflete exatamente isso. O projeto de 13 faixas mistura sentimentos ácidos, um manifesto sonoro e muita ousadia.
SAMO
Por Diego Stedile
A SAMO iniciou em 2018, é uma banda que inicialmente começou tocando covers de artistas internacionais como Dr. Dre, Snoop Dogg, Post Malone, Outkast, Travis Scott, Kendrick Lamar, entre outros; ganhou um público organicamente por meio de suas apresentações irreverentes e rapidamente tomaram conta das festas e clubs do estado de Santa Catarina.
Com o ótimos single lançados este ano “Assim de Saúde” e “O jeito que ela me ilude” do finalzinho do ano passado, SAMO prepara o terreno para o primeiro álbum do sexteto, “Sem Devolução”. A abordagem dinâmica, irreverente, cheia de humor e com grandes referências divertidas, a SAMO crava um espacinho no lugar do que pode ser uma das grandes bandas nacionais a terem o estrelato.
Fabiana Palladino
Por Luis Hora
É difícil não ouvir o primeiro trabalho de Fabiana Palladino e não perceber que um dos melhores discos lançados neste ano está diante de si. Através disso também é possível perceber que a expressão que assombra vários artistas nos últimos tempos, “nepobaby”, não a intimida. É provado pela cantora, por A mais B, que ter nascido em um ambiente musical foi o que a fez saber exatamente como queria seguir o próprio caminho. Um ar de sofisticação dançante, elegante e único é trazido pelo seu disco, com produções que remetem à pegada sintetizadora dos anos 80 até os dias atuais.
Mesmo que seu início tenha tido apenas o bastante para uma setlist de shows enxuta, foi sabido por ela apostar no “menos é mais”, fazendo com que todas as dez canções presentes no primeiro projeto apresentem uma qualidade colossal. “Closer”, “Can You Look In The Mirror?” e “Stay With Me Through The Night” são identificados como os momentos mais arrebatadores. Na capa do álbum, a expressão é forte e marcante, mas é nos momentos suaves, onde as produções fortes têm um contraste com os vocais doces da cantora, que o resultado é maravilhoso.
Bradley Simpson
Por Luis Hora
Buscar caminhos como artista solo, mesmo fazendo parte de uma banda, não é novidade na música, mas o que Bradley Simpson, vocalista do quarteto britânico The Vamps, busca nessa nova direção é explorar coisas novas e decidir por si mesmo como cada detalhe de sua música irá soar. Começando com “Cry at the Moon” e seguindo com o estouro pop-rock de “Picasso”, o cantor mostrou um lado mais elegante, clássico e, mesmo assim, com inspiração pop que faz ambos os singles serem tão viciantes quanto as músicas que faz em sua banda. Sem qualquer pressa e com bastante cuidado, Bradley vai inserindo seu nome na cabeça daqueles que não acompanhavam seu outro projeto.
O apelo com refrões cativantes que sempre soube fazer continua aqui, e uma atitude que parece estar apenas esperando o momento certo para cair para o lado ‘rockstar’ parece preparada. Bradley Simpson não busca reinventar nenhum tipo de gênero ou se distanciar tanto da música que sempre fez; sua carreira solo soa também como um desejo pessoal de mostrar outros lados, sendo isso o bastante para despertar um interesse genuíno do público.
Rachel Chinouriri
Por Letícia Lucena
Não existem dúvidas de que a Inglaterra sempre foi um excelente exemplo quando o assunto são talentos emergentes, e com Rachel Chinouriri a história não é diferente. Nascida e criada no sul de Londres, a cantora descendente de zimbabuenses cresceu envolta pelo mundo do Britpop e da música alternativa do Reino Unido, admirando nomes como Blur, Lily Allen, The Libertines, e outros artistas que inspiraram a jovem a investir na carreira musical.
A artista britânica está desafiando estereótipos frequentemente associados a artistas negros emergentes, mostrando sua singularidade dentro da cena musical britânica. Com apenas um disco lançado e músicas que ressoam nos ouvidos de quem opta por realmente escutar o que ela tem a dizer, só nos resta acompanhar, cada vez mais de perto, seu crescimento exponencial e que tardou, mas merecidamente está acontecendo.
Balu Brigada
Por João Pedro Sabadini
A banda de pop alternativo — ou “groove-pop”, como se descrevem — Balu Brigada é composta pelos irmãos Henry e Pierre Beasley, naturais da cidade de Auckland, na Nova Zelândia. O EP “Find a Way”, lançado em meados de 2023, traz mais 6 faixas com um estilo similar ao trabalho anterior. Gravado na Nova Zelândia, em Berlim (Alemanha) e em Nova Iorque (EUA), o EP inclui “Designer”, a música com mais streams da banda. No momento em que esta matéria é escrita, a faixa conta com quase 13 milhões de reproduções no Spotify.
Com uma trajetória marcada por talento, criatividade e determinação, Balu Brigada procura solidificar seu lugar no cenário musical alternativo global. De suas raízes em Auckland até as grandes oportunidades nos Estados Unidos, a banda encontra na forte conexão de Henry e Pierre — tanto dentro de casa quanto nos palcos — um sólido pilar. Eles não apenas buscam seu caminho na indústria musical; desejam pavimentar o seu próprio, tudo isso feito com muito groove e muito pop.
Bebé
Por Isabella Gemignani
“É doido pensar na perspectiva que as pessoas têm de mim. Na minha visão, eu sou tipo uma eterna criança”, declarou a artista Bebé Salvego, 20, ao Harper’s Bazaar. E de fato — a trajetória da artista dentro da música nasce, justamente, na infância: de uma família de músicos e artistas, a paulistana mergulhou pela primeira vez nesse universo aos oito anos, onde circulava em projetos focados em música brasileira infantil, e já tanto participou do The Voice Kids e como foi prestigiada, aos 11 anos, por Jô Soares, que viu nela uma ‘reencarnação’ de Billie Holiday.
Com uma bagagem de dez anos de carreira, grande paixão pelo jazz e experimentalismo em sua sonoridade, que transita entre o indie pop, house, hip hop e R&B, Bebé não é estranha aos ouvidos dos brasileiros. A artista introduziu seus trabalhos autorais em apresentações em diversos festivais pelo Brasil. Aos 20, após três anos de hiato dos estúdios, lançou “SALVE-SE!”, uma mistura eclética de ritmos e letras introspectivas, pela Coala Records. Com uma camada a mais de maturidade, que dedura o tempo que, naturalmente, passou entre um álbum, a coletânea de dez canções reforça a destreza que Bebé tem em se entregar a novos gêneros e a expressividade emocional que carrega nos seus vocais e nas suas letras.
ALL(H)OURS
Por Júlia Henn
Com pouco menos de um ano decorrido desde o debut, o grupo de k-pop ALL(H)OURS prova que qualidade sonora e performance de excelência são características que podem ser exibidas desde os primeiros passos na estrada do sucesso. Em seu álbum mais recente, Witness, o septeto apresenta uma narrativa coesa, que permite ao seu ouvinte encontrar sentido em meio às batidas eletrônicas pesadas, advindas da influência que o grupo carrega de gêneros como EDM e Phonk.
O uso inteligente de suas melhores qualidades — e uma sede de aprendizado exibida constantemente pelos sete membros — é o que fará o ALL(H)OURS se destacar no cenário do k-pop nos próximos anos.
Chinchilla
Por Luis Hora
A carreira de CHINCHILLA já não é mais a mesma. Depois de uma repaginada visual e sonora, a cantora se encontra em uma fase em que se sente empoderada e finalmente fazendo música para si mesma. Seu nome ecoou por aí muito por causa de “Little Girl Gone”, música onde canta e grita de forma bem clara sobre quem é e como decide os próximos capítulos de sua vida. O tema ainda continuou ressoando em um EP lançado no meio deste ano, “Flytrap”, que tem composições e co-produções da artista, a prova mais clara de que agora é ela quem comanda. Com sonoridades que vão do RnB ao rock com guitarras agressivas, a cantora expandiu seu raio musical, e fez tudo com tanta qualidade que, se tivesse que escolher apenas um ritmo, seria certeza que ela faria isso muito bem.
CHINCHILLA também investe nos visuais, marcando presença quase sempre com chapéus grandes e conjuntos que deixam sua imagem com um toque tão clássico quanto urbano. Em momentos onde apenas a música não soa suficiente para fanbases, a cantora também usa essa estratégia para marcar seu nome ainda mais forte na lista de artistas fora da curva, perfeitos para quem quer começar a acompanhar algo novo de qualidade.
Carmino
Por Diego Stedile
Carmino combina a nostalgia da música brasileira com o indie pop contemporâneo e experimental. O cantor e compositor independente de Guabiruba, Santa Catarina, iniciou sua carreira em 2018, lançando suas primeiras músicas autorais no YouTube, e desde então, vem mergulhando cada vez mais em seu próprio universo sonoro.
Em 2024, Carmino lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Casa de Badalação & Tédio”, produzido por Davi Carturani, que já trabalhou com nomes como Bryan Behr, Lou Garcia e Torvelim. Com 10 faixas, o álbum explora temas como angústia, contradições e as transformações vividas pelos jovens em seus 20 e poucos anos. Não é difícil entender que Carmino está apenas começando nessa jornada criativa e que os próximos passos podem ser barulhentos e sinalizadores.
METTE
Por Diego Stedile
METTE, ou Mette Towley, saiu de Minnesota para conquistar o estrelato. Já colaborou com nomes de peso como Rihanna e Pharrell como bailarina, atuou em “Barbie” e na série “Hustlers”, e, em 2023, lançou seu EP de estreia, o expansivo “METTENARRATIVE”.
METTE traz à tona uma liberdade criativa que foge das convenções rígidas de gênero ou temas, buscando compartilhar com o mundo sua visão e identidade. No EP, ela explora suas diversas facetas, dúvidas e incertezas, além de sentimentos ambíguos que permeiam sua arte. A subversão e o contraste são elementos centrais na sua produção.
O clipe de “MAMA’S EYES”, por exemplo, coloca lado a lado o masculino e o feminino, natureza e indústria, passado e presente, criando uma narrativa visual tão poderosa quanto sua música. “VAN GOGH”, “BET” e “MUSCLE” são apenas alguns exemplos de como a artista amadurece seu próprio pensamento a cada novo single lançado. De lá, METTE tem surpreendido com a qualidade e potência visual de sua música, mostrando que seu lugar está sendo preparado.
Hemlocke Springs
Por Diego Stedile
“A artista favorita da sua artista favorita” — como diria Chappell Roan, que destacou Hemlocke Springs como uma das que “não saem do replay” em uma entrevista. Isso já é motivo suficiente para que nossos olhos e ouvidos fiquem imediatamente atentos a ela.
Combinando perfeitamente uma estética chiclete e a sensibilidade do synth pop dos anos 80, Hemlock Springs — ou Isimeme “Naomi” Udu— explodiu no TikTok em 2022 (olha aí a catapulta digital na ativa novamente) com “Girlfriend”, uma faixa felizinha de synthpop que aborda a área cinzenta que vem com a rotulação de relacionamentos. Enquanto ainda decidiu se seguiria o caminho da música em meio a um mestrado, a artista viu suas redes saltarem para a casa dos milhares em questão de meses, sinalizando uma resposta óbvia.
Em meados de outubro de 2023, a Hemlocke liberou seu EP de estreia, going…going…GONE!, expandindo ainda mais sua sonoridade cativante da canção que havia inicialmente explodido na plataforma de vídeos. Não é preciso apontar o óbvio ao dizer que Hemlocke Springs traça um belo caminho em sentido a fama, já que sua identificação com a música ultrapassa a mesmice e escancara a vontade de criar coisas novas que artistas emergentes anseiam ultimamente.
St. Lucia
Por Diego Stedile
St. Lucia surgiu de maneira peculiar quando Jean-Philip Grobler e Patti Beranek se encontraram por acaso em um banco em Liverpool, pouco antes de ambos entrarem numa escola de artes. Rapidamente, a reunião se transformou em uma colaboração romântica e criativa que deu início ao duo que combina sons do pop eletrônico, indie e elementos retrô dos anos 80 como o synth.
Com co-autoria de Grobler, que cresceu na África do Sul sob a influência dos corais clássicos, o St. Lucia começou a ganhar destaque em 2012, com o lançamento do primeiro EP auto-intitulado. Seu primeiro álbum de estúdio, “When the Night” (2013), consolidou seu estilo característico com hits como “Elevate” e “Closer Than This”, que trouxeram o eletrônico em contraste com sintetizadores pesados.
Com o recente trabalho, “Utopia”, St. Lucia continua a explorar temas de escapismo, amor e autodescoberta, sempre com uma produção que mescla o eletrônico e outros ritmos, criando algo peculiar o bastante para se tornar sua própria marca.
Torvelim
Por Stela Maris
A expansão criativa de Torvelim está na identidade forte: um dia, uma banda em Brusque, Santa Catarina, foi algo para hoje eles pudessem ser quem são hoje. Conexão que, em tempos de proximidade digital com todos os artistas, movimentos e possíveis referências do mundo ao alcance da mão, lembra sobre o porquê de se virar para o quintal de casa, para o palco de jovens cheios de expectativas em busca de falar e criar com base na própria realidade.
Está também nas composições que apostam muito mais nas palavras honestas, no tédio sincero e na manifestação abstrata da melancolia do que em composições polidas e, portanto, podadas. O caminho de Torvelim é promissor e o primeiro disco da banda é referência suficiente do que eles ainda vão colocar no mundo.
Leia a crítica de “Do Meio Pra Baixo”
The Warning
Por Bernardo Batista Alves
Formado pelas irmãs Alejandra, Paulina e Daniela Villarreal, o trio mexicano que viralizou na internet por um cover de “Enter Sandman”, do Metallica, postado no Youtube, promete ser um dos grandes destaques do rock em 2025. Se caracterizando pelos belos vocais de Daniela, os grandes ritmos de bateria de “Pau” e a ótima presença de palco de Alejandra, a banda mexicana conta com quatro álbuns de estúdio no mundo, incluindo o envolvente Keep Me Fed, lançado este ano.
A evolução das meninas é perceptível e se torna escrachante a cada novo lançamento, evidenciando a potente crescente que a carreira das meninas tem alcançado. Sem dúvidas, a The Warning é uma das bandas de rock feminino mais interessantes para se ficar de olho nos dias de hoje — e no futuro.
The Aces
Por Augusto Alvarenga
Mergulhadas em um som indie-nostálgico, o quarteto queer de Utah, The Aces, abriu o coração para libertar vulnerabilidades e compor canções de amor, reconhecimento, desabafos e auto descobertas que inspiraram o primeiro álbum de estúdio da banda. Apesar do “primeiro disco” chegar ao mundo só em 2023, Katie, McKeena, Alisa e Cristal estão produzindo há bem mais tempo, com o primeiro single “Volcanic Love” tendo estreado em 2016.
De lá para cá, não foram poucos os sacrifícios e concessões que as meninas fizeram em prol da banda. Em entrevista exclusiva para o escutai, conversamos sobre a jornada, a criação, passos de sua última turnê e quais os planos futuros.
Tiny Habits
Por Diego Stedile
Tiny Habits, formada em 2022 por Cinya Khan, Maya Rae e Judah Mayowa em Boston, está rapidamente se tornando uma das sensações do folk-pop americano. O estilo intimista do trio ultrapassou as milhões de visualizações nas redes sociais e conquistou atenção de grandes nomes como Justin Timberlake e David Crosby. O EP de estreia, Tiny Things, e o álbum All For Something,que saiu ainda em 2024, mostram que letras cativantes e arranjos bem produzidos são peças-chave em todos os projetos da banda, colocando o trio entre os artistas mais promissores da cena musical atual.
Apesar de “novatos”, Tiny Habits já foi ato de abertura na recente turnê de Lizzy McAlpine durante a etapa europeia que aconteceu entre o fim de 2023 e início de 2024. Ambos lançaram até uma música juntos durante o período. Além disso, já colaboraram com artistas consagrados atuais como Kacey Musgraves na ótima “Perfection” e com Holly Humbletone na canção “Antichrist”, single que antecipa o novo disco da artista.
Tamino
Por Guilherme Santana
Talvez nem todo mundo conheça o “príncipe” belga-egípcio Tamino Amir — um nome que é único, assim como sua voz. Apelidado de “o novo ‘som do Nilo’”, Tamino lançou seu álbum de estreia, Amir, em 2018 e ganhou grande notoriedade por misturar elementos da música ocidental com toques da música árabe, devido às suas raízes do Oriente Médio. Tamino-Amir Moharam Fouad é neto do famoso ator e cantor egípcio Muharram Fouad e é comparado a nomes como Jeff Buckley.
Na música árabe há tristeza e melancolia, mas ela escala para algo majestoso que o artista busca em suas músicas, oscilando entre semitons naturais e vocais clássicos do Oriente Médio. Tamino compõe suas próprias músicas e, na grande maioria, traz referências a tragédias gregas como forma de expressar sua dramaticidade lírica. Em “Indigo Night”, por exemplo, Tamino canta sobre a curiosidade da adolescência e relações amorosas de uma forma singular. Já em “Habibi” (“meu amor” em árabe), e em “Persephone”, Tamino explora as complexidades de um relacionamento destrutivo, fazendo relações com a história da icônica personagem histórica.
Beth McCarthy
Por Vitória Borges
Querida pela comunidade bissexual por suas músicas que capturam a intensidade de amar tanto meninos quanto meninas, a britânica Beth McCarthy vem atraindo olhares dentro do mundo da música. Conhecida por sua canção What Do You Call It?, de 2023, Beth caminha conquistando o público nas redes sociais após criar um quadro em seu perfil do Instagram onde pergunta para mulheres sáficas sua famosa frase “what do you call it?”.
Em seu estilo de música, Beth mescla muito o pop com o rock, dando sentido em suas canções que, em sua maioria, falam sobre mulheres e suas diversas camadas. Nas cinco faixas de seu mais novo EP, o Idk How To Talk To Girls, por exemplo, a artista canta e explora temas que vão desde identidade, relacionamentos até experiências bem pessoais que ela viveu e vive até os dias de hoje como uma mulher bissexual.
Siobhán Winifred
Por Guilherme Veiga
Definitivamente estamos na era das singer-songwriters. Potencializadas por Taylor Swift e encontrando morada em nomes que vão de Lorde à Lucy Dacus, artistas que voltam sua escrita para experiências legítimas e intimistas da vida – e em contrapartida provam que nenhuma experiência é única – cada vez mais dão as caras. É o caso de Siobhan Winifred, jovem britânico-irlandesa, que carrega consigo o espírito do indie-rock.
Mesclando a melancolia de Phoebe Bridgers com a catarse de Sam Fender, a escrita bastante sincera de Siobhán fusiona com um melodia indie que tem toques de Arctic Monkeys e Bombay Bicycle Club, entregando uma típica balada alternativa remetente ao início do século. Isso é bastante perceptível em Don’t Do Well Alone, EP de outubro desse ano e sua estreia, que através de faixas como Lungs e Killers mostra que, apesar do potencial que a artista tem, ela inicia sua trajetória pronta para crescer.
Infinity Song
Por Douglas Araújo
Qual foi a última vez que você viu uma banda de irmãos? Introduzimos Infinity Song, banda composta pelos irmãos Abraham, Angel, Israel e Momo Boyd, que é uma das grandes apostas para o R&B em 2025.
O grupo mistura elementos do R&B com soft rock e já vem colecionando diversos elogios dos veículos americanos nos últimos meses. Desde o seu lançamento em 2020 com seu primeiro álbum de estúdio, “Mad Love”. Infinity Song já coleciona pontos positivos com a crítica especializada e se posiciona vagamente no gosto do público. Posteriormente, lançaram em 2023 o EP “Metamorphosis” , que contém um cover do sucesso da banda Fleetwood Mac, “Dreams”, alçando vôo para o primeiro viral no TikTok com a canção “Hater’s Anthem”.
Você com certeza já cruzou com algum vídeo deles na internet cantando alguma música em um canto de Nova York e foi abruptamente capturado para prestar atenção. Este ano, a publicação especializada Uproxx listou a banda como uma de suas “melhores apostas para melhor novo artista no Grammy de 2025”. E por que não?
Wasia Project
Por Marcos Vinicius
Cultivando a música pop numa mistura entre o jazz, o clássico e uma pegada indie-pop, Wasia Project acumula quase 1,5 milhão de ouvintes mensais no Spotify desde seu primeiro single “Why Don’t U Love Me”, lançado em 2019. A banda composta por Olivia Hardy e William Gao (sim, o Tao de Heartstopper), se torna cada vez mais popular com suas letras reconfortantes e seus visuais cada vez mais deslumbrantes.
Em 2022, o debut single da banda foi regravado para que pudesse fazer parte de seu primeiro EP, o “how can i pretend?”. Hoje, o “Isotope”, EP de 7 faixas, é o lançamento mais recente do duo e conta com um curta-metragem dirigido por Charlie & Charlie, disponível no Youtube.
Chxrry22
Por Vitória Borges
Talvez você já tenha ouvido o nome Chxrry22, e se não, vai ouvir em breve. A cantora canadense abre portas dentro do R&B por seu estilo autêntico e sua voz angelical, além de ser uma ótima personificação do que é ser uma garota do século XXI.
Em 2022, a artista marcou o cenário R&B pelo lançamento do EP “The Other Side”. Entre as faixas de destaque está “The Falls”, uma canção que revela a vulnerabilidade da cantora como sua maior força. Já em 2023, Chxrry22 apresentou o EP “Siren”, que conta com colaborações de peso, como o vencedor do Grammy, Vory, e o rapper Offset. O projeto, composto por sete faixas, traz letras envolventes e sonoridades de R&B que destacam uma Chxrry22 mais empoderada e em sua melhor forma artística.
Chxrry22 foi notada, aliás, por Abel Tesfaye (aka The Weeknd) e se tornou a primeira contratada da recém criada XO Records — gravadora e selo do artista. O futuro é realmente promissor.
Adorável Clichê
Por Guilherme Veiga
Talvez o item mais roubado dessa lista. A banda natural de Blumenau, em Santa Catarina, é a mais concreta e pronta desse rol, já sendo uma realidade na cena, principalmente após assinar com a Balaclava Records, selo brasileiro que é sinônimo de qualidade e, assim como nós do escutai, tem sede por coisa nova e música boa.
Mas Adorável Clichê e sua ascensão representam também como o shoegaze e o emo brasileiro estão retomando seu espaço. Trazendo uma lírica intimista que ao mesmo tempo mistura o melancólico com esperançoso, inserida em uma melodia bastante soturna que dá o sensação de estarmos na sempre chuvosa Forks da saga Crepúsculo, o grupo catarinense, principalmente com seu ótimo segundo disco, sonhos que nunca morrem, se coloca como um dos bastiões do renascimento de gênero e tem um ótimo futuro pela frente.