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Crítica | The 1975, “Being Weird In A Foreign Language”

Disco mais maduro da banda, The 1975 lança “Being Weird In A Foreign Language “, seu quinto trabalho de estúdio

“Being Weird In A Foreign Language”, novo disco da banda inglesa The 1975, lançado no mesmo dia que os mais recentes trabalhos de artistas como Taylor Swift e bandas como Arctic Monkeys e Red Hot Chili Peppers, não se acanha perante grandes nomes da indústria musical. E esse feito não se dá apenas pelo nome que produz o disco — Jack Antonoff —, mas também por toda a maturidade transmitida pelo quarteto.

Escrito majoritariamente pelo vocalista da banda, Matty Healy, e do baterista, George Daniel, “Being Weird In A Foreign Language” foi gravado nos estúdios Real World, em Wiltshire, na Inglaterra, e no famoso Electric Lady, em Nova Iorque. A equipe tinha uma regra estabelecida: apenas usar instrumentos reais para compor o disco

“Being Weird In a Funny Language”, cuja tradução resultaria em algo como “fazer graça em uma língua diferente”, é coerente com as letras de suas canções. Partindo da genialidade autodenominada de Healy, o frontman do grupo, as faixas do disco trazem brincadeiras e aliterações com as palavras. Apesar disso, o conteúdo deste trabalho é muito sóbrio, seja pelo o estado mental de Healy, que passou um período em uma clínica de reabilitação para superar suas dependências químicas, seja pela maturidade da banda. 

Depois de quatro discos de experimentações, “BWIAFL” traz um pouco de cada um. A parte eletrônica da banda, profundamente explorada nos discos “A Brief Inquiry Into Online Relationships” e “Notes On A Conditional Form”, não marca presença no trabalho mais recente do The 1975. A sonoridade pop oitentista, o título com nome comprido, as introduções etéreas e o saxofone que precede a catarse musical do quarteto não deixaram de aparecer no disco. 

O que parece é que a banda decidiu voltar às suas origens, desta vez carregando toda a bagagem e a maturidade apreendida ao longo de seus muitos anos de carreira (mais de dez, se contarmos o período em que a banda existiu com outros nomes). O grupo compartilha com seus ouvintes coisas que descobriram com suas experiências — muitas delas relacionadas ao amor. “BFIAL” é, inclusive, um dos discos mais apaixonados do The 1975. “All I Need To Hear”, “Oh, Caroline”, “Happiness”, “I’m In Love With You”, “When We’re Together” são algumas das faixas que deixam esse ponto claro. 

A primeira parceria da banda do produtor Jack Antonoff, conhecido por ser o queridinho de cantoras como Lana Del Rey e Taylor Swift, rendeu resultados como o que se espera dele: músicas chicletinhas de cunho pop e de curta duração. Isso não é ruim, porém é diferente do que se conhece da banda The 1975. Mesmo com seu forte cunho industrial, “BWIAFL” não tira da banda sua característica independente. 

O quinto disco da banda inglesa não é uma obra prima — nem mesmo em comparação com os trabalhos anteriores do grupo. Mesmo assim, é um disco com completude, nexo e amor. 

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